20 maio, 2014

Votar ou não, a questão é: não! E voto obrigatório, nunca !


O jornalista Paulo Ferreira apresentou no JN de hoje, a sua versão sobre esta questão  com a qual, exceptuando o timing, estou, diga-se, totalmente de acordo. Enfim, vale mais tarde que nunca... Cá o rapaz, que jura não ser nenhum iluminado, já chegou à mesma conclusão do senhor jornalista há muito, mesmo, muito tempo...  

Paulo Ferreira pergunta-se, com toda a naturalidade, por que é que "o cidadão eleitor há-de sair de casa para escolher uns tipos que mal conhece, para ocuparem um cargo numa instituição (distante) que mal conhece, que é o Parlamento Europeu?" Pessoalmente, há longo tempo que levanto a mesma questão aqui no Renovar o Porto em relação às eleições legislativas nacionais e não percebo por que é que ainda ninguém se lembrou disso mais cedo. É que, comparativamente falando, em termos de proximidade com os eleitores noutros actos eleitorais que não estes, o único momento em que os candidatos se aproximam do povo é  durante as campanhas, nos mercados, ou seja, quando lhes interessa. Com beijinhos e tudo... Depois disso, eclipsam-se. Ou não será verdade?

Não têm sido afinal os aparelhos partidários a impor ao eleitorado os seus candidatos sem previamente os darem a conhecer? Como é que apareceram Cavaco, Guterres, Barroso, Sócrates, Coelho e todos que os precederam? Acrescento: os próprios partidos saberão o suficiente do perfil intelectual e humano dos seus candidatos, ou estarão sequer interessados nisso antes de os elegerem? Cá para mim, as nomeações nos partidos funcionam mais em sistema de "combustão espontânea" e por puro servilismo, do que sustentadas em profundas reflexões dos militantes.  

Agora, que paulatinamente o rabiote dos políticos se desnuda, chega Marcelo Rebelo de Sousa (esse sim, um iluminado) com os resquícios genéticos do passado, a querer "sugerir" a obrigatoriedade do voto! Só nos faltava esta. Roubam-nos os ordenados, roubam-nos as reformas e já querem roubar-nos o direito de votar, ou não? Pela parte que me toca, caro Marcelo, levas um grande manguito! E mais, nem o voto em branco me dá qualquer confiança. Nunca sabemos o destino que lhes dão. É melhor não facilitar.

Caros leitores: há-de chegar o dia em que algum jornalista se lembrará, como se lembrou (só) agora o Paulo Ferreira do JN, que é preciso reformular a qualidade do voto, para melhorar a qualidade da "vindima" eleitoral (como os vinhos).

É só uma questão de tempo, eles chegam lá...



12 comentários:

  1. Por mim, nenhum destas encomendas dos partidos e não só, vão arranjar emprego a ganhar 12 mil euros mensais lá na UE, alguns são macacos políticos como muito calo no cu a mamar à nossa conta, e, nada fazem. Não conheço esta escumalha de lá nenhum, e por isso não voto.

    Abílio Costa.

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  2. Era o que me faltava!Com a mulher desempregada e um filho idem arranjar emprego para uns empertigados e empertigadas nariz empinado que nem sequer são de minha família e se estão borrifando para os meus problemas preocupados que estão com o lugar onde vão passar as férias este verão!

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  3. votar?

    MARINHO PINTO

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  4. Ah! Já me esquecia! O local onde poderia votar se quisesse fica a alguns quilómetros cá de casa e ao preço a que está o gasóleo prefiro queima-lo deslocando-me ao café cá do burgo para chupar duas cervejitas e dar duas de letra com os amigos!
    Da-se! Esta vida são dois dias e eu já vivi um dia e três quartos não tenho tempo para investir em mucosos recém saídos das faculdades que nunca levantaram palha na vida!

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  5. Raul:

    Marinho e Pinto pode ser uma boa aposta, eu é que não arrisco mais.

    Já arrisquei na palavra e fui sempre enganado, por isso agora estou numa de ver para crer. Se os bancos não dão fiado porque haveria eu de dar? Sobretudo depois de concluir que os políticos não são gente de confiança. Prefiro os bichos.

    Há primeira, qualquer um cai, não é...

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  6. O tacho:
    Lembram-se, quando Elisa Ferreira disse, que não havia problema caso ganhasse a Câmara do Porto, podia conjugar as duas coisas.

    Os mesmos e outros para o tacho:
    Os presidentes dos partidos ou por amizade ou por serviços prestados ao partido (não ao povo) oferecem-lhes este tacho.

    O que fazem esta gente lá no Parlamento Europeu:
    Nada que interesse ao povo, mas sim aos partidos e aos próprios,
    alguns até levavam filhas ou as mulheres para trabalharem com eles. Se há eleições que não interessam são estas.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO

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  7. O que seria melhor para os povos, era ser uma Comunidade Europeia ou uma União Europeia!? Assim dá mais jeito, só estão unidos para roubarem os mais pobres numa democracia falsa como judas.

    Cada vez estamos mais empenhados até ao tutano: Destruíram tudo que tinha-mos, só temos duas fronteiras o Mar e a Espanha, estamos encostados à porta de África, somos da Europa do Sul, estão-se cagando para nós, com infiltrados da TROIKA e traidores nacionais do costume, isto por cá não passa de um campo de concentração daqueles que nós já sabemos.

    Abílio Costa.

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  8. Silva Pereira21/05/14, 20:02

    Boa tarde,

    Estou de acordo.
    A lata dessa gente é tal que o orçamento do Parlamento Europeu vai atingir a verba de 1750 milhões de euros ... o edifício do BCE custou 1150 M (derrapou 350 M)... os deputados europeus aumentaram os seus ordenados para 12000 € e perante isso tudo exigem que o rendimento dos portugueses, gregos ... ainda seja menor. A senhora FMI ganha 350 000 € e o discurso é o mesmo.
    Isto necessitava era de uma abstenção próxima dos 100%.
    Um abraço

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  9. Caro Rui Valente!

    Lamento que pense assim, pois eu que me considero esclarecido, nunca fui enganado, pela simples razão de:

    a) Não votar em partidos eleitoralistas que prometem o céu e quando chegam ao poder pregam-nos com o inferno...

    b) Durante os 40 anos da existência da nossa novel democracia, nunca me senti defraudado, porque como me despi de preconceitos, tenho estado sempre apto a contribuir para ajudar a eleger qualquer dos partidos existentes, entenda-se deputados: desde a direita à esquerda, consoante e unicamente a minha opção política.

    c) O meu critério para escolher aqueles que me irão representar na assembleia da república, tem a ver com os meus interesses económicos, meus e da minha família.

    d)Estou de acordo que o voto não deve ser obrigatório, mas como não quero delegar em ninguém a possibilidade de tentar influenciar a política a colocar em prática, para mim o voto é uma obrigação cívica.
    A abstenção, significa que "tanto se lhe dá como se lhe deu". Implica, aceitar todas as filosofias de vida, todas as políticas, passar cheques em branco aqueles que detêm o poder.

    e)Em democracia o voto é a arma do povo. O que eu prezo, é a minha liberdade de escolha, e por isso, advogo o debate e o esclarecimento. ter consciência política.

    f) O 25 de Abril de 1974 aconteceu porque as pessoas queriam eleições livres, queriam liberdade de pensamento e de imprensa, preconizavam e defendiam o desenvolvimento do País que era um dos mais atrasados do mundo. Por isso não me venham falar em desistir de participar.

    Cordiais cumprimentos
    armando monteiro

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  10. Caro Armando Monteiro,

    Não há porque lamentar, eu também não concordo com os seus argumentos.

    Como o seu comentário é longo talvez possa responder-lhe no post que farei a seguir.

    Os m/ cumprimentos

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  11. Caro Rui Valente!

    Isso faça um post sobre o assunto, mas desde já lhe digo, apesar do seu superior nível intelectual, não acredito que seja capaz de provar-me que a abstenção é melhor do que a participação.

    Insisto: nunca me senti defraudado, nem descrente nos políticos, porque consigo distinguir o que é eleitoralismo do que é plausível e aceitável.

    Mas mais, estas eleições, dependendo dos resultados, podem influenciar a política interna do País, a tal que assegura estar contra (espero que não me desiluda)

    E, só conheço uma opção inteligente e insofismável para não ser refém dos farsantes :
    "a verdade está no debate e no esclarecimento"

    Cordiais cumprimentos,
    Armando Monteiro

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  12. Armando Monteiro,

    agradeço o elogio, mas retire lá por favor essa do "meu superior nível intelectual" porque não me tenho como um iluminado. Tenho sim, é convicções. De resto, não tenho que provar nada, apenas procuro explicar as minhas ideias baseado em factos.
    Por isso o felicito por dizer de forma tão categórica que nunca se sentiu defraudado com os políticos, mas sabe, acho que devemos viver em países diferentes. Ou então, é o meu nível intelectual que anda pelas ruas da amargura.

    Cordiais cumprimentos

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