Pensava no FCPorto, no presidente, e no seu modo muito peculiar de gerir o clube, quando escrevi o parágrafo anterior. Presumo não espantar ninguém se disser que, tanto o FCPorto, como o modo como o presidente Pinto da Costa vem gerindo o clube nos últimos anos, também mudaram. Ainda está por saber, é se a mudança foi a correcta.
Nem será preciso evocar o tempo em que Pinto da Costa se sentava no banco, ao lado dos jogadores e treinadores, nem recordar as suas intervenções oportunas quando percebia que estavam a prejudicar o clube. O facto, é que a idade sempre pesa, e os tempos mudam efectivamente. O que não pode nunca mudar no FCPorto, é a ambição de vencer. Mas houve uma condição, sem a qual seria impossível o sucesso de Pinto da Costa, foi a estabilidade que a sua liderança firme e pro-activa conseguiu implantar no clube. Sem querer relacionar estes factos com a realidade actual do FCPorto, e a do próprio presidente, a verdade é que a globalização a par das redes sociais, geraram mudanças de toda a ordem, algumas delas impostas do exterior, mas que não podem passar sem uma adaptação aos novos tempos.
Felizmente que, modo geral, o FCPorto tem tido o mérito e a sorte de contratar atletas de boa formação, de carácter, como costuma dizer-se. Mas, de vez em quando, surgem excepções que já têm trazido alguns dissabores. O mais recente foi o caso do defesa Rolando que, talvez por se convencer possuir um valor de mercado superior ao que na realidade tem, começou a ceder às pressões da imprensa que o davam como certo em vários clubes oferecendo-lhes mundos e fundos, criando problemas à direcção que duraram até há poucos dias e que só terminaram (espero) com a recente transferência para o Anderlecht. Resultado: nem o atleta (por teimosia própria) esteve ao serviço do clube, nem o clube o rentabilizou desportiva e financeiramente.
Jackson Martinez deu recentemente uma entrevista a um jornal do seu país onde dava como certa a sua saída do FCPorto no próximo verão. Segundo consta essas declarações cairam mal na SAD portista, embora já não seja a primeira vez que o faz.
Jackson é um excelente atleta, quase exemplar em campo, e por isso é que foi nomeado (e bem) para capitão da equipa. Mas é também por isso que o colombiano devia saber quando deve ou não falar para a imprensa, e neste contexto, mais uma vez, não soube gerir o silêncio. A globalização tem vantagens mas também inconveniências. Uma, é fazer com que as notícias corram à velocidade da luz, a outra, é poder criar problemas ao próprio jogador e ao clube que lhe paga quando se diz aquilo que não deve.
É aqui que entra o FCPorto e a tal adaptação aos novos tempos de que falei mais acima. Hoje entram mais jogadores estrangeiros que antigamente, a maioria deles de outros continentes, sem grandes conhecimentos sobre a realidade do FCPorto, o que dificulta a sua integração. A SAD portista parece ainda não ter percebido essa realidade, pois ainda não foi capaz de resolver o problema que as redes sociais, a imprensa e os atletas imprudentes podem criar quando ainda estão ao serviço do clube. Para tanto, bastava delegar em alguém da casa, carismático, que soubesse transmitir aos que chegam a famosa mística do jogador à Porto, as dificuldades, as injustiças sofridas, as invejas suscitadas, bem como o tratamento arbitrário dos media, devidamente precedida de uma visita ao museu... Tudo isto me parece possível e fácil de concretizar, basta fazê-lo.
Mas o caso de Jackson deve ser analisado mais pelas consequências do que pelo conteúdo das suas declarações. Afinal de contas todos sabemos que em princípio não continuará no clube na próxima época, mas o problema não é esse, é sim o impacto que a decisão de falar de questões profissionais pode ter no grupo de trabalho, bem como a influência que elas podem gerar nas competições em que participam. É também uma questão de disciplina que não pode ser negligenciada. O impacto pode ser negativo e a influência de contágio à equipa também. Quem pode garantir que outros jogadores, depois da entrevista de Jackson não se sintam tentados a imitá-lo? Não estamos a falar de futebol amador, falamos de profissionais que só tiveram visibilidade porque o FCPorto os procurou e contratou, e lhes paga muito mais do que os clubes de origem. Depois, há o mais importante: o contrato de trabalho. Contrato que deve ser respeitado até ao último dia do seu término. E respeitar, implica também zelar pelos interesses do clube que lhe paga, não para se recrearem com a bola, mas para atingirem determinados objectivos, obstando que clube e jogador sirvam de alvo para a especulação dos tablóides, pondo em causa as negociações de interesse para ambas as partes. A questão de fundo é esta.
A SAD do FCPorto tem cometido outro erro, talvez dos mais graves, que é ignorar a blogosfera portista. Mais que a presença do público nos jogos, a blogosfera devia ser hoje uma visita de rotina obrigatória para os responsáveis portistas, incluindo para o próprio presidente. Hoje os blogues são o pulsar mais fiável dos adeptos, onde se pode colher o retorno das suas alegrias e preocupações. Nos blogues portistas há gostos para todos, mas uma única corrente a ligá-los, talvez a mais importante: o portismo. Ignorá-los, é tão grave, como grave e hipócrita é o afastamento dos políticos do povo após as eleições. É grave, hipócrita, e igualmente vulgar.
Felizmente que, modo geral, o FCPorto tem tido o mérito e a sorte de contratar atletas de boa formação, de carácter, como costuma dizer-se. Mas, de vez em quando, surgem excepções que já têm trazido alguns dissabores. O mais recente foi o caso do defesa Rolando que, talvez por se convencer possuir um valor de mercado superior ao que na realidade tem, começou a ceder às pressões da imprensa que o davam como certo em vários clubes oferecendo-lhes mundos e fundos, criando problemas à direcção que duraram até há poucos dias e que só terminaram (espero) com a recente transferência para o Anderlecht. Resultado: nem o atleta (por teimosia própria) esteve ao serviço do clube, nem o clube o rentabilizou desportiva e financeiramente.
Jackson Martinez deu recentemente uma entrevista a um jornal do seu país onde dava como certa a sua saída do FCPorto no próximo verão. Segundo consta essas declarações cairam mal na SAD portista, embora já não seja a primeira vez que o faz.
Jackson é um excelente atleta, quase exemplar em campo, e por isso é que foi nomeado (e bem) para capitão da equipa. Mas é também por isso que o colombiano devia saber quando deve ou não falar para a imprensa, e neste contexto, mais uma vez, não soube gerir o silêncio. A globalização tem vantagens mas também inconveniências. Uma, é fazer com que as notícias corram à velocidade da luz, a outra, é poder criar problemas ao próprio jogador e ao clube que lhe paga quando se diz aquilo que não deve.
É aqui que entra o FCPorto e a tal adaptação aos novos tempos de que falei mais acima. Hoje entram mais jogadores estrangeiros que antigamente, a maioria deles de outros continentes, sem grandes conhecimentos sobre a realidade do FCPorto, o que dificulta a sua integração. A SAD portista parece ainda não ter percebido essa realidade, pois ainda não foi capaz de resolver o problema que as redes sociais, a imprensa e os atletas imprudentes podem criar quando ainda estão ao serviço do clube. Para tanto, bastava delegar em alguém da casa, carismático, que soubesse transmitir aos que chegam a famosa mística do jogador à Porto, as dificuldades, as injustiças sofridas, as invejas suscitadas, bem como o tratamento arbitrário dos media, devidamente precedida de uma visita ao museu... Tudo isto me parece possível e fácil de concretizar, basta fazê-lo.
Mas o caso de Jackson deve ser analisado mais pelas consequências do que pelo conteúdo das suas declarações. Afinal de contas todos sabemos que em princípio não continuará no clube na próxima época, mas o problema não é esse, é sim o impacto que a decisão de falar de questões profissionais pode ter no grupo de trabalho, bem como a influência que elas podem gerar nas competições em que participam. É também uma questão de disciplina que não pode ser negligenciada. O impacto pode ser negativo e a influência de contágio à equipa também. Quem pode garantir que outros jogadores, depois da entrevista de Jackson não se sintam tentados a imitá-lo? Não estamos a falar de futebol amador, falamos de profissionais que só tiveram visibilidade porque o FCPorto os procurou e contratou, e lhes paga muito mais do que os clubes de origem. Depois, há o mais importante: o contrato de trabalho. Contrato que deve ser respeitado até ao último dia do seu término. E respeitar, implica também zelar pelos interesses do clube que lhe paga, não para se recrearem com a bola, mas para atingirem determinados objectivos, obstando que clube e jogador sirvam de alvo para a especulação dos tablóides, pondo em causa as negociações de interesse para ambas as partes. A questão de fundo é esta.
A SAD do FCPorto tem cometido outro erro, talvez dos mais graves, que é ignorar a blogosfera portista. Mais que a presença do público nos jogos, a blogosfera devia ser hoje uma visita de rotina obrigatória para os responsáveis portistas, incluindo para o próprio presidente. Hoje os blogues são o pulsar mais fiável dos adeptos, onde se pode colher o retorno das suas alegrias e preocupações. Nos blogues portistas há gostos para todos, mas uma única corrente a ligá-los, talvez a mais importante: o portismo. Ignorá-los, é tão grave, como grave e hipócrita é o afastamento dos políticos do povo após as eleições. É grave, hipócrita, e igualmente vulgar.
Rui, não sei se caíram mal na SAD as declarações do JM... Por uma razão: não é a primeira vez que faz declarações do género. A mim incomoda-me, há coisas que não devem ser ditas, mesmo que até já estejam combinadas. Muito pior num capitão. Depois também há portistas que confundem tudo, como se as críticas que se fazem às declarações tivessem alguma coisa a ver com falta de qualidade ou de profissionalismo, colocassem em causa a forma como Jackson se tem entregado e vai continuar a entregar ao F.C.Porto.
ResponderEliminarAbraço
Boas!
ResponderEliminarÉ assim tao complicado conjugar a qualidade profissional com o respeito por quem lhe paga?
Nao me parece! E muito menos, no Porto, que se possa separar uma coisa da outra.
Sao os novos tempos e nestes novos tempos deixamo-nos todos tornar complicado aquilo que nao é e fazer filmes onde nao existem!
A direcçao do Porto ESTÁ FARTA de perceber o que se passa e assobia para o lado porque está refem das receitas que estes gajos vao dar.
Este Porto nao é meu Porto!
E como eles gostam do Porto assim, tao moderno...tao civilizado....
E quem se lixa é o clube e adeptos que esses nao mudam de clube!
Deacon
No antigamente quando o sr Pinto da Costa ia para o banco e era cuspido, insultado, apedrejado, não havia SADES, havia amor ao clube, e, uns carolas que ajudavam o FCP, os sócios pagavam uns tijolos tudo a bem da instituição. Hoje tudo mudou com a SAD, o amor ao clube é diferente, talvez haja mais amor ao dinheiro, falasse em milhões como se fala em rebuçados é tudo à grande! Será melhor ou pior! sinceramente não sei, com este regime Sadesco já ganhamos muitas coisas.
ResponderEliminarQuanto ao Jackson não havia necessidade dele dar aquela entrevista, mas todo o mundo sabia, veio em todos os jornais, que no fim desta época ele podia sair se algum clube bater a nota estipulada pelo FCP.
O Rolando cuspiu no prato de quem lhe dava a sopa, mas isto é corrente no FCP como em qualquer outro clube.
A quatro pontos, dependemos de nós e de um pequeno tropeção do clube do regime, e logo se vê, ainda tenho fé.
Abílio Costa
O jackson vai sair se aparecer alguem a bater o carcanhol...se nao aparecer vai continuar por ca...e assim de simples.
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