Bandeira da U.E. |
À primeira impressão, perguntar se terá valido a pena confrontar regimes obsoletos, parece contraditório, quase uma declaração derrotista. Percebo que tenha deixado essa ideia, até porque os momentos que agora vivemos são tudo menos moralizantes, e eu não sou excepção, dentro do vasto número de portugueses decepcionados com o lindo serviço prestado pelos repugnantes donos disto tudo. Não sendo pois altura para ironizar, a verdade é que apregoar o velho recurso ao optimismo é o maior atestado de imbecilidade que alguém pode transmitir de si próprio. Sem negar o facto pouco brilhante de sermos os primeiros da lista dos países mais atrasados da Europa, o mundo, incluindo essa mesma Europa, outrora eixo da civilização, também não anda lá muito bem. Entramos na União Europeia, precisamente depois dessa instituição ter deixado de ser Comunidade Económica Europeia (CEE), conjuntamente com outros países, o que podia anunciar uma nova vocação ideológica virada mais para as pessoas e menos para as economias. Azar o nosso. Foi exactamente o contrário que aconteceu, a Europa esvaziou-se ideologicamente. Além de sermos um país ingovernável, temos a estrelinha da sorte arredia...
Mas, afinal, o que é que nós procuramos como povo? Que tipo de país e de gente almejamos ser? Saberemos nós separar o trigo do joio? Que políticas e políticos idealizamos? Do tipo "bom trafulha", porque tem arte e engenho para me dar a mim (indivíduo) aquilo que nega a outros (comunidade), ou queremos gente séria em que possamos confiar e que trate todos com o mesmo respeito?
Há quem considere normal que um político minta, e o mal começa logo por aí, pela habituação às coisas mais aberrantes. Não senhor, um político respeitável, não pode, não deve mentir. Há momentos na vida de todos nós, que para não melindrarmos alguém, podemos omitir determinadas coisas sem gravidade, mas aceitar a mentira como prática corrente "normalizada", é desistir à partida da verdade, que vale o mesmo por dizer, é renunciar a uma sociedade de valores éticos...
Estamos a aproximar-nos de um novo acto eleitoral. Continuamos a dar mais importância às consequências nefastas do centralismo no futebol e no desporto em geral, que no centralismo político e social. Basta ler os comentários das redes sociais e dos blogues para perceber a angústia dos portistas clamando por lideranças fortes para o clube, como se esperassem encontrar aí a solução para todos os outros problemas. Não há meio de passarem do queixume pela falta de liderança à acção pessoal, ou pelo menos, à cooperação com propostas de outrem. Só detectam obstáculos, não ousam arriscar. Mesmo com eleições à porta, será improvável que o Porto e o Norte se distingam por uma abstenção esmagadora ou pela subida surpreendente dos votos em branco. Por incrível que pareça haverá quem mesmo assim vá a votos. E contudo, é o Norte, a região mais pobre da actual União Europeia... Fará algum sentido que tudo isto continue a acontecer?
Há quem considere normal que um político minta, e o mal começa logo por aí, pela habituação às coisas mais aberrantes. Não senhor, um político respeitável, não pode, não deve mentir. Há momentos na vida de todos nós, que para não melindrarmos alguém, podemos omitir determinadas coisas sem gravidade, mas aceitar a mentira como prática corrente "normalizada", é desistir à partida da verdade, que vale o mesmo por dizer, é renunciar a uma sociedade de valores éticos...
Estamos a aproximar-nos de um novo acto eleitoral. Continuamos a dar mais importância às consequências nefastas do centralismo no futebol e no desporto em geral, que no centralismo político e social. Basta ler os comentários das redes sociais e dos blogues para perceber a angústia dos portistas clamando por lideranças fortes para o clube, como se esperassem encontrar aí a solução para todos os outros problemas. Não há meio de passarem do queixume pela falta de liderança à acção pessoal, ou pelo menos, à cooperação com propostas de outrem. Só detectam obstáculos, não ousam arriscar. Mesmo com eleições à porta, será improvável que o Porto e o Norte se distingam por uma abstenção esmagadora ou pela subida surpreendente dos votos em branco. Por incrível que pareça haverá quem mesmo assim vá a votos. E contudo, é o Norte, a região mais pobre da actual União Europeia... Fará algum sentido que tudo isto continue a acontecer?
Caro RUI VALENTE,
ResponderEliminarSempre aliciantes os temas propostos. E este que é trintão até nos faz salivar. Longe de mim aceitar o "optimismo" bacoco de quem acha que "não tem dúvidas e raramente se engana". Todavia há que reconhecer um total clima de derrotismo e frustração que se instalou na sociedade, face ás opções tomadas pelos portugueses ao longo destes anos. Entre elas esta da adesão ao clube dos ricos. Para este passo perigoso, charmoso e bem cheiroso muito contribuíram os homens que em Abril/73 se reuniram em Bad Munstereifel. Com o Mercado Comum em crise nos anos 80, a solução encontrada e usada sistematicamente é a do alargamento. Grécia em 81,Portugal e Espanha em 86. Já vamos em 27. No caso Português foi vendida a ideia de que essa associação de países ricos filantrópicos estavam prontos a "ajudar os países atrasados. Os países dominantes, fundadores e doutrinadores, dessa associação económica, como ainda hoje se verifica defendem os seus interesses, sacrificando os interesses dos demais. Através de Tratados e Acordos foi-lhes retirando capacidade produtiva. Imposição de regras e regulamentos tendentes a descaracterizar a verdadeira essência da produção nacional em todos os domínios. Despojar o estado de meios próprios de alavancagem da economia em todos os sectores vitais. Na Agricultura, nas Pescas, na Indústria. E a saga continua. Impingiram-nos Schengen, abrindo assim acesso rápido a mão-de-obra disponível. Finalmente foi-se a moeda. Deixaram-nos o Hino e a Bandeira que já vi ser hasteada de pernas para o ar.
Tendo em conta o número de caracteres, continuo no comentário seguinte.
"Quando defendem ou admitem o alargamento do Mercado Comum a Portugal, Espanha e Grécia, não é para ajudarem os países que estão fora, mas para que a entrada desses países sirva os interesses dos nove que já lá estão dentro."
ResponderEliminar"...com os problemas existentes no Mercado Comum, a integração de Portugal faria pesar sobre o nosso país numerosos factores da crise que acabamos de referir."
"O Mercado Comum procuraria fazer estagnar, submeter, absorver ou liquidar sectores da economia portuguesa concorrentes com os sectores em crise no Mercado Comum"
"Uma tal associação em termos de desigualdade e sem reciprocidade de vantagens não interessa a Portugal. Por isso mesmo estamos contra."
Um próximo acto eleitoral está a caminho, em Setembro, Outubro. A ceifa já foi feita. As vindimas estão no fim. É hora de apascentar o rebanho. A Eurosondagem já os situa a uma diferença de 3 pontos. COMO É BOM VIVER EM PORTUGAL.
Cumprimentos