31 maio, 2017

O que me preocupa para lá dos bastidores do FCPorto


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Uma questão de Justiça

O que me preocupa e também muito me desgosta tem um nome, chama-se Portugal.

Um país, cujos representantes máximos teimam em perpetuar o clima de mediocridade cívica e intelectual de onde nunca chegou a sair, e que ainda por cima se gaba disso, nunca será um país evoluído.

Nem o 25 de Abril de 1974 serviu para aprendermos a valorizar a liberdade e a perceber a vulnerabilidade de uma democracia pobre de valores. Não soubemos robustecer a coesão nacional, nem tão pouco soubemos eliminar os fragmentos da sociedade pidesca que precedeu a revolução.

Portugal é um país habituado a auto-elogiar-se quase sempre à sombra do êxito individual de terceiros, talvez para encobrir as suas vulnerabilidades enquanto comunidade. O pior de Portugal não é a pequenez territorial, é a pequenez da mentalidade dos governantes e do consequente contágio popular. Da política, o composto que melhor souberam absorver foi a hipocrisia.  Não querem desistir dele...

Compreendo que, ditas assim, estas palavras possam transmitir a quem as lê sentimentos pouco simpáticos, mas a intenção não é essa. Não podemos avaliar um país movidos por rasgos de nacionalismo infantis, na maior parte das vezes forjados e veiculados pela classe política. A par disso, temos os media, os principais artífices, os veios transmissores de toda a demagogia. Ser patriota, não pode ser o que eles querem que seja, mas sim um conjunto idóneo de valores e percepções que depois de bem pesado, só a cada um de nós compete avaliar. 

Importa portanto reter, que quando falamos da trilogia dos três éfes (fado, futebol e fátima) não estamos simplesmente a citar rifãos do passado, estamos a afirmar uma prática de métodos pidescos que ainda hoje são postos em prática pelos governantes. Do segundo éfe da trilogia, ainda é no Benfica, que os regimes lançam âncora para alienarem parte considerável da população de forma a manterem-na devidamente embrutecida e controlada. É precisamente isso que ainda acontece hoje, e que a extraordinária visibilidade do futebol não pode mais encobrir. Que o diga o FCPorto...

Há uma agravante em relação ao passado fascisante no actual regime. A trilogia adquiriu um novo e poderoso parceiro. Não tem éfe, mas tem um C e um S e chama-se comunicação social. Quadrilha, assenta-lhe que nem uma luva. É outro monstro a combater, mas em democracia, democracia mesmo, é combatível. Assim queiramos nós.

Regressemos agora aos bastidores do FCPorto. Sendo o que atrás foi descrito pura realidade, grave, e facilmente comprovável com factos, continuo a pensar que o nosso clube não deve condicionar os seus legítimos protestos a uma denúncia pública num programa televisivo, por mais pertinente que ela seja (e, é). O FCPorto pode fazer a revolução sem revolucionar, desde que esteja disposto a tal e leve o caso às instâncias mais dignas da Justiça. Cá dentro, ou na comunidade europeia se preciso fôr, pois é a Democracia e os padrões elementares da ética que estão em causa.

Convém também tornar claro, que o FCPorto na sequência do logro em que se transformou o futebol português,  foi assaltado também na sua tesouraria como empresa e local de trabalho para muita gente.

Pessoalmente, encaro este caso como um crime de lesa-majestade praticado a céu aberto. Mantê-lo apenas enquadrado num programa televisivo arriscamos a banalizá-lo e a esvaziá-lo da muita razão que tem.  

8 comentários:

  1. Quer um exemplo deste Portugal podre e corrupto?
    André Moreira, guarda-redes da famosa trilogia SLB - Atlético de Madrid - Jorge Mendes!!!
    É caso para perguntar: ó Morgado já te reformaste? Não? Então investiga estes negócios!!!
    Portugal um país onde "The blind leads the blinds"!!!

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  2. A Morgado do MPúblico? Essa, também faz parte da quadrilha, meu caro!

    Isto só lá vai à força.

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  3. É de facto um país cada vez mais deprimente. Os anos de Passos fizeram regredir o país mais de 20 anos. Privatizações de sectores estratégicos suportadas por uma turba de ignorantes que são a representação do típico fascista português. O português médio, normal, do qual me demarco totalmente.

    Se com o governo anterior tivemos um assalto feito pelos Bilderberg a céu aberto e com a complacência da tal turba de ignorantes que até hoje não sabem para quem trabalham Passos e companhia; com o actual governo temos a demonstração pública da promiscuidade política e da complacência com o crime que o Benfica representa na sociedade portuguesa. Um dos maiores cancros sociais do país. Primeiro Ministro e Ministro das Finanças a ladearem sem um pingo de vergonha naquelas caras um dos maiores ladrões de Portugal.

    Enquanto isto os adeptos do FC Porto e os portuenses em geral aburguesaram-se e alhearam-se da luta social que têm que travar para assegurar o desenvolvimento da sua cidade e da sua região. Um bando de meninos mimados pelas vitórias do maior Presidente de sempre do Desporto. Presidente esse que agora deita a perder tudo o que construiu. Ainda há que pense que tudo era como dantes incluindo os bolsos da direcção do FC Porto.

    Aposto que mais de 80% dos portuenses nem ideia têm da pouca vergonha centralista que se passa nos órgãos de comunicação social portugueses.

    É uma tristeza meu caro. E o nível é muito baixo. Há demasiados "tontos educados".

    Em vez estarem preocupados com o ideal de clube e região e com a nossa identidade, ficam anestesiados por qualquer vitória e baixam os braços com qualquer derrota.

    A culpa não é do centralismo. É do Lopetegui. Obviamente.

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  4. Soren,

    por vezes, dá-me vontade de acabar com o blogue...

    Acho que os comentários contra o "status quo" comportam críticas com cargas mais clubistas do que políticas.

    Eu, mesmo gostando muito de futebol e do FCPorto, fico algo decepcionado porque noto muita parcimónia a encarar estes assuntos com a gravidade que merecem. Até com o FCPorto, muitos sócios ainda não perceberam que são sócios, e que têm direitos, incluindo pedir explicações ao Presidente pela péssima gestão dos últimos 4 anos.

    Que fazer???

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  5. Não sei caro Rui e gabo-lhe a coragem e espírito positivo.

    Eu não tenho grande fé nos homens e tenho raiva da pequenez do português típico. As pessoas não se interessam por nada que esteja uns metros para lá do seu umbigo. É demasiada parolada e falta de respeito social. Extensivo a toda a Europa, mas uns são de facto mais primitivos que outros.

    Como é possível que um roubo no QREN na ordem das centenas de milhões de euros não dê aso a uma manifestação de centenas de milhares de pessoas nas ruas do Porto?

    No desporto, há gente que não sabe o que se tem passado no hóquei, que só vêm futebol. Há gente que quando o Carlinhos Daniel aparece a destilar fel e ignorância travestida de arrogância não muda de canal. Há portistas que comentam declarações do Manel Zé e acham que o Carlinhos é boa gente!

    Portanto, para mim, infelizmente não há nada a fazer.
    Acredito que essa gentinha gosta mesmo é disso, do diz que disse, da conversa de café, do confronto de cores sem sumo nem elevação. O mundo no geral está assim e acho que nunca mudará.

    A Globalização dá ferramentas a quem quer aprender mais. Muitas. Mas também é o maior veículo de estupidificação que a humanidade já teve. Em Portugal está a actuar a toda a velocidade.

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  6. Soren,

    quem o ler, e não tiver capacidade para compreender o que diz neste comentário pode pensar que é soberba, do género: "olha, aquele tipo tem a mania que é mais inteligente que os outros!". Isto por si só já diz tudo. Mas, meu caro amigo quando as pessoas não entendem que o FCPorto tem hoje um presidente que apenas quer tratar da sua vida e da do filhote e está-se a borrifar par nos, não é presiso entender mais nada. Ontem, foi o Basquete! Mais uma modalidade no caminho do falhanço. Há imagem do "lider", sim senhor.
    Estou farto disto!

    Um abraço

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  7. Meu amigo, no basket perdemos no ano passado um dos dois esteios da equipa. Como o clube está de tanga e os administradores têm de receber os prémios da praxe, não se substituiu o americano. A equipa venceu os vermelhos no ano passado na negra, com muitíssimas dificuldades e muito pelo trabalho que Moncho desenvolveu.

    O Benfica voltou a reforçar-se este ano, enquanto nós perdemos qualidade e pedimos milagres a Moncho.

    É má gestão pura e dura à imagem do que se passou no andebol esta época. Quem substituiu Gilberto Duarte? Ninguém.

    A administração anda a brincar connosco. E com a passividade que vejo nos sócios, o abismo está mesmo aí.

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  8. Soren,

    baqueamos nos momentos-chave, em todas as modalidades. Não terá isto a ver com o render da guarda do presidente?

    A resposta, você já a sabe.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...