04 setembro, 2017

Medos e "Inquietações"

Vivemos numa época caracterizada pelo medo. Um dos  mais vulgares e mesquinhos, é o medo de se assumir a própria identidade. Para mim, é algo incompreensível, por mais razões que hajam para o justificar.

Como já aqui referi variadas vezes, vivi uns anos em Lisboa. Nunca, em tempo algum, me passou pela cabeça negar as minhas origens tripeiras. Pelo contrário, dizia-o com o peito cheio de orgulho (com "o" fechado) e sempre com um sentimento vincado de exclusividade boa. Atrevo-me mesmo a dizer que gosto mais do Porto, que do FCPorto. Não por querer separá-los, mas por saber que dentro do clube que melhor representa a cidade e o país, há quem goste menos do Porto que eu. 

A certeza do que estou a dizer é o medo que venho observando há uns anos a esta parte, de certas pessoas em defenderem o clube como as suas altas funções exigiriam... Bem sei que essas pessoas não são o FCPorto, mas estão lá dentro e com cargos muito bem remunerados. Só que, hoje em dia parecem pouco interessadas no clube, e interessadas demais em si mesmas... Só por isso fiz a separação entre os dois Portos.

Não é o futebol que agora pretendo particularizar, é o ser do Porto. O que inspirou o meu comentário de hoje, foi o medo tímido, aquele tipo de medos que nenhum sentido fazem, e que despem completamente o carácter das pessoas, por mais que tentem disfarçá-lo. Lendo detalhadamente este artigo no Público, podemos perceber como é que alguém com raízes no Norte, e neste caso, também no sul, residindo e vivendo em Lisboa, tem necessidade de justificar as suas origens nortenhas perante os lisboetas, mesmo com sentimentos muito floreados por todas elas.

A autora declara que gosta do Porto, mas ao contrário do que disse de outras terras, não foi capaz de enumerar um só aspecto daquilo que gosta no Porto. Preocupou-se sim, em dizer que a pronúncia do Porto não é igual à de Guimarães (terra materna), sem especificar a diferença...

Lendo com atenção, vão concerteza notar alguma parcimónia nos elogios ao Porto, que segundo diz, foi o seu local de nascença... Mas o que quero mesmo realçar, é a atitude de vassalagem que a autora do artigo denuncia e que está patente no próprio título: "Inquietações". Eu acho que percebo o que a inquieta.

É assim, há sempre que dar sinais de fidelidade canina a quem lhes paga.

3 comentários:

  1. É isso!
    A imensa cobardia de ter justificação o facto de sermos nortenhos!
    Também eu vivi por 2 vezes em Lisboa - ambas por apenas um longuissimo ano - e nunca reneguei as minhas origens! Daí ao meu apelido na escola secundária da Amadora de... "Porto"!

    Mas é horrivel, terrivelmente horrivel, ouvir um candidato á câmara do Porto, distanciar-se do FC PORTO só porque é politicamente correcto. Seu nome? Teixeira Lopes do Bloco de Esquerda. Por mim bem pode ir á loja, dar banho ao cão, bazar, dar de frosques, dar aos patins...

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  2. Estes do Bloco e do PC, estão cada vez mais parecidos com os militantes dos outros partidos (sobre o BenficaGate, silêncio absoluto). São todos muito amigos dos portuenses mas continuam a dançar ao ritmo do Terreiro do Paço.

    Não voto no Porto agora, mas se votasse votaria em Rui Moreira ou, no
    Manuel Pizarro. Só que este último tem um problema que é ter de obedecer às directrizes do partido.

    Rui Moreira ainda precisa de realizar muita coisa no Porto, mas não há dúvida que o Porto agora está muito mais "vivo". Gostava que apostasse mais no alojamento para portuenses que é uma das coisas para mim prioritárias.

    Um abraço

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  3. O Porto é o meu país o norte a minha região, o resto enquanto viver-os este centralismo para mim é paisagem.
    Os comunistas vermelhões ainda têm saudades do muro de Berlim, defendem os Russos e Coreias do Norte, está tudo dito. O Bloco de esquerda, fala fala, mas ainda não disse nada dos bancos que nos andam a roubar com comissões sem nós termos outra alternativa. Quanto a esse bloquista um tal Teixeira, por favor, isso é uma aberração da política é um papagaio vota/abaixo ele e a comunista só sabem dizer mal de tudo.

    Abílio Costa.

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