06 dezembro, 2017

O Governo, não tem dimensão, nem fibra, para suster os sinais da violência. Limita-se a esperar que aconteça.


Como portista que sou, desejo fervorosamente que o FCPorto ganhe o jogo de logo à noite, que faça uma exibição convincente, e se apure para os oitavos de final da Champions League. De resto, deixo para os blogues de futebol a análise da respectiva temática, antes e depois do jogo. De momento, a minha preocupação vai inteirinha para os problemas gravíssimos instalados no futebol português, e que urge resolver com todas as consequências que possam acarretar para os responsáveis.

Como é do conhecimento dos leitores habituais, há muito que ando a lutar contra este estado de coisas. Não era preciso estar a par do esquema das cartilhas montado pelo Benfica, para se perceber a dualidade de critérios dos árbitros nos jogos do FCPorto. Arbitrariedade essa que contribuiu de forma ignóbil, para parte do sucesso  dos últimos campeonatos do Benfica (e estou a ser razoável).

Com o mesmo critério com que critiquei a postura permissiva de Pinto da Costa face a este assalto, seria no mínimo estranho, que não o fizesse com o Governo. Talvez isto ajude os leitores mais conservadores a compreender as razões de fundo  que sustentam a opinião negativa que mantenho dos políticos.

Não vou alongar-me outra vez com o tema dos incêndios, mas é incontornável incluí-lo na lista das incompetências do Governo, porque delas não resultou apenas a morte de árvores e animais, morreram também pessoas. Demasiadas pessoas! Após o primeiro incêndio, onde mais de 60 criaturas perderam a vida, seguiu-se um segundo, onde outras tantas se foram.

Simplificando: mesmo assim, o Governo não percebeu a razão principal para estas tragédias terem atingido tamanhas proporções, porque a avaliar pelas informações vindas a público, o ordenamento do território florestal ficou mais uma vez secundarizado, em contraste com outras soluções:  equipamento (Carros de bombeiro, aviões, helicópteros). 

Mais recentemente assistimos a outra comédia. A decisão estapafúrdia de transferir a INFARMED para o Porto. Não contentes com a asneira de escolher o Porto para a instalação da Agência Europeia do Medicamento, só depois de o Presidente da Câmara ter batido o pé, o Governo tomou uma decisão em cima do joelho, sem ponderar nas consequências. Era previsível a reacção dos funcionários da capital que teriam de ser deslocados para o Porto. Para os portuenses, é uma espécie de presente envenenado, porque o Porto não pode servir apenas de repositório para empregados de Lisboa. Isto, não faz qualquer sentido! O Porto precisa de investimento para os portuenses, privilegiando os portuenses. Mais uma asneira que ainda vai dar muito que falar.

Por último, volto ao mote do Benficagate. Dominado por esta nojenta pouca vergonha, tenho-me interrogado o que pensará António Costa e seus colaboradores deste assunto. Que sugestões, que conselhos predominam entre eles que os leva a remeterem-se ao silêncio perante este espectáculo? Não haverá uma voz sensata que recomende uma atitude prudente, antes que aconteça outra desgraça? Ainda não perceberam que a FPF, a Liga, e a própria Secretaria de Estado do Desporto, não dão conta do recado, caso queiram passar a responsabilidade para terceiros? Consideram a política da rolha, a indicada? A mais profiláctica? Ou, como sucedeu com os incêndios, acham mais respeitável dar outra oportunidade à tragédia para depois, então sim, virem a público  verter as lágrimas de crocodilo do costume? Pelo andar da carruagem, sinto-me inclinado a acreditar que foi essa a opção!

Não acredito que não saibam o que se está a passar. É impossível admitir tal hipótese! O que esperam? Acham correcto, que um clube se dê à liberdade de corromper, espiar, ameaçar, e dominar, o mundo do desporto, prejudicando os adversários? Mesmo, porque quem assim procede, não nos pode impedir de suspeitar que tais esquemas não estejam instalados noutras modalidades, sobretudo quando as arbitragens se assemelhem às do futebol...   

Tenham muita paciência, mas algo de muito grave se instalou na comunicação social para ser o Renovar o Porto a denunciar publicamente estas coisas, sem paninhos quentes, sem proteccionismos, quando os profissionais remunerados assobiam para o lado em côro e se armam em inocentes. Custa-me dizer isto, porque pode cheirar a altivez, mas perante tanta cobardia quase me fazem sentir um herói. 

Haja decência, meus rapazinhos! Cresçam no carácter!

PS:
Que o PSD e o CDS não se iludam pelo facto de este governo ser do PS, porque 
aprendi com o passado das suas políticas , que são tão maus, ou piores que o PS.  O meu drama é esse.

1 comentário:

  1. A TARJA: Assim é decente é bonito e até tem ética, é civilizada ao contrário de Claques não legalizadas com gangs de assassinos protegidos por um Clube sem vergonha e acima da Lei.

    INFARMED: Não está em causa se tudo foi tratada em cima do joelho pelo Governo para justificar o que quer que seja, o que está em causa, é a reacção imediata da comunicação social centralista e de uma classe política reagente a tudo que prejudique a capital do Império, porque quando é ao contrário são cegos surdos e mudos.

    A PAZ NO FUTEBOL: Para o Governo é tudo fácil e simples quando uns papagaios como secretário do Desporto e ministro da Cultura vêm com aquele sofisma de que é preciso Paz antes que alguém se magoe; mais, que aquilo que já aconteceu... Meus senhores vão ao fundo da questão que é penalizar o autor corrupto de tudo isto de nome BENFICA e assim a paz era uma realidade.

    Abílio Costa.

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