07 maio, 2018

O FCPorto tem de consolidar já o futuro!



Termina no próximo fim de semana a época 2017/2018, com o FCPorto a deslocar-se a Guimarães com mais uma taça de Campeão Nacional no seu garboso currículo. Foi uma época sui generis, uma época onde a revolta se cruzou com a paixão clubista e uma invulgar solidariedade dos adeptos. 

Se em tempos idos era Pinto da Costa o timoneiro infalível, o líder, e principal responsável, esta época foram os adeptos, a par de Sérgio Conceição e jogadores, os genuínos heróis desta brilhante campanha.

Sim, foi Pinto da Costa quem escolheu Sérgio Conceição, e há que lhe dar esse mérito, mas também foi ele quem escolheu os treinadores das quatro épocas precedentes e não ganhamos nada. 

Essencialmente, o maior defeito de Pinto da Costa foi não ter mostrado a capacidade de outros tempos para se opôr aos abusos de certas "autoridades" contra o FCPorto. Foi ter deixado crescer o monstro benfiquista, obrigando treinador e jogadores a um desgaste colossal para ultrapassarem as adversidades externas ao futebol. Não tem de ser assim, sempre. Nem deve! Não devemos exigir aos jogadores competências de outrem, sejam elas jurídicas, federativas, ou muito menos políticas. Todas estas existem, todas têm os seus próprios protagonistas, pagos para o efeito. E, tal como se dispensam e punem, os maus jogadores, quando  não cumprem os seus deveres, o mesmo tem de ser aplicado a outras entidades, sejam elas políticas ou federativas.  Já para não falar da comunicação social, que tem tido um papel execrável, de discriminação com o FCPorto, e de cumplicidade com o Benfica. Isto não é sério nem socialmente sustentável.

Compreende-se, e é de louvar, a força simbólica das palavras, mas lutar "Contra tudo e contra todos" tem de deixar de ser um pretexto para não sermos tratados com o respeito que nos é devido. E, atente-se a uma particularidade: não fossem as denúncias assumidas por Francisco J. Marques, que de certo modo fizeram alguns árbitros travar o ritmo das suas escandalosas arbitragens, e que tantos pontos nos roubaram, se calhar, mesmo com o esforço tremendo dos jogadores e o mérito de Sérgio Conceição, nem este ano éramos campeões! Alguns deles, continuaram a ajudar o Benfica e a prejudicar o FCPorto.  

Portanto, a luta é para continuar. A euforia deste campeonato, conquistado a ferros, não pode anestesiar a nossa indignação, nem muito menos fazer-nos desistir do direito à Justiça. A investigação tem de prosseguir o seu percurso tranquilo, mas tem de ter consequências, senão, volta tudo ao mesmo! Há momentos em que a intervenção de adepto tem de dar lugar à de  cidadão.

Quanto a Pinto da Costa, lamento que a idade não lhe permita fazer mais e melhor, mas deve ponderar bem esta nova forma de gerir o clube, muito distante, quase monárquica, apenas disponível para a recolha dos louros.

Os adeptos não são tolos.



7 comentários:

  1. Pinto da Costa também escolheu Francisco J. Marques

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  2. Acredito que sim, mas que conste, não lhe delegou competências administrativas, ou jurídicas.
    Depois do que conquistou, esperava-se que Pinto da Costa respondesse à altura, sobretudo depois de ter dito que "se achava em plena forma", o que é manifestamente exagerado, tendo em consideração o recolhimento a que se entregou no que à defesa do clube respeita.

    É preciso não nos deixarmos toldar pela alegria deste momento e esquecermos que não foi feito tudo nesse sentido. Nunca tomou nenhuma decisão junto da FPF e do Governo, caso contrário talvez tivesse evitado tantos prejuízos ao clube.

    Por vezes, tenho pena dele, sobretudo pela idade, mas acho que ele podia ter encontrado outra solução para gerir o clube nestas condições.

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  3. Boa tarde Sr. Rui Valente

    Passo por aqui quase todos os dias, hoje quero realçar a analise lúcida que faz que eu subscrevo inteiramente.


    Do ponto de vista institucional têm de existir uma intervenção mais assertiva, para se poder virar realmente o núcleo do poder, senão este ano será apenas um caso isolado...

    E temos aqui um ano inicial onde podemos começar uma época azul e branca, saibamos é corrigir o que esteve menos bem.


    Abraço, Gil Lopes

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  4. O que me preocupa sempre é a anestesia provocada por estes títulos na turba ignorante. Esta turba não quer saber dos problemas sociais e políticos decorrentes da acção do Benfica sobre as instituições. E como já testemunhamos, os políticos deste país têm um nível intelectual baixíssimo e suportam publicamente a corrupção do Benfica.

    A frase que mais gostei foi a de que este estado de coisas não é "socialmente sustentável".

    Será que as autoridades e os políticos desta república das bananas vendida a retalhos a estrangeiros, tem a capacidade para entender que esta paz podre pública acerca da corrupção brutal no e do Benfica, não é socialmente sustentável?

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  5. Boas.
    O Pinto da Costa tem 80 anos!! É surreal exigir-lhe o que ele já não pode dar! Pode ter cometido erros, mas Pinto da Costa só há um e o dia em que o perdermos, vai ser um dia terrível porque o homem é insubstituível!

    Abraço.

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    1. Se já não pode dar, TEM que delegar. Não pode deixar o clube órfão nem deixar de defender o clube nas instituições políticas e desportivas por falta de capacidade física. Isso é sinal de egocentrismo e não é amar o clube.

      Também concordo, é insubstituível e nunca haverá um como ele. É só o dirigente desportivo com titulado de sempre em todo o mundo. O resto são balelas. Mas a sucessão já deveria ter começado paulatinamente há uns 7 ou 8 anos.

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  6. Tudo tem o seu tempo. Mesmo assim podia delegar em alguém da sua confiança tarefas que exigem maior exposição e desgaste, sem que isso implicasse abdicar do cargo.

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