Vi, e gostei da entrevista que Rui Cerqueira fez a Pinto da Costa na comemoração dos 125 anos do FCPorto.
Gosto de ouvir Pinto da Costa, a forma interessante como conta ocorrências antigas, e apesar de andar um pouco zangado com ele (quem lê o RoP sabe porquê), não sou capaz de o desrespeitar. Digo porque não concordo com a sua gestão, e explico. Disso, não abdico. Não gosto de calar o que penso, sobretudo quando se trata dos interesses do FCPorto. Não misturo dirigente, com clube. Ponto.
Da referida entrevista, ouvi-o a falar da ditadura, das consequentes manobras usadas pelo antigo regime, das artimanhas dos árbitros, da protecção dada ao Benfica que, tal como hoje, tornaram o clube de Lisboa uma espécie de santuário de batoteiros. Pinto da Costa realçou várias vezes a discriminação que era imposta ao FCPorto, e a lei da rolha que camuflava toda essa pouca vergonha. Até aqui, tudo dentro da realidade.
O que já me parece estranho (lá estou eu a melindrar os meninos sensíveis), é que P.C. não tenha aproveitado a oportunidade para dizer se acreditava no regime actual, se o achava democrático, ou não. Duvido que Rui Cerqueira se sentisse à vontade para lhe fazer tal pergunta, mas para mim foi essa a questão mais pertinente que falhou. E não devia ter falhado. E por quê, perguntarão os leitores? Porque essa pergunta neste momento era fundamental fazê-la. Pinto da Costa é ouvido pelos portistas, mas também pelos anti-portistas, e o que ele diz é registado (para o bem e para o mal). Numa altura em que o Porto Canal e alguns dos seus colaboradores estão a ser censurados e silenciados, o FCPorto a ser chulado (é o termo) com multas por uma corja de corruptos e indigentes, não é aceitável calar o que não deve ser calado. Pinto da Costa não pode dizer uma coisa e o seu contrário. É o seu silêncio que contraria a sua coerência. Falar do regime actual como se fosse democrático, e ao mesmo tempo não falar dos que o querem silenciar, é perder uma grande oportunidade de dar uma bofetada de luva branca ao Governo, e de defender o clube com dignidade. Não o fazendo, está a afectar a vida de quem o ajuda a ele e ao FCPorto.
Francisco J. Marques foi suspenso, desapareceu de cena, Diogo Faria está a ser perseguido, e o Pedro Bragança habilita-se a ser incomodado também. Só falta mesmo mandar fechar o Porto Canal. É caso para perguntar: e se isso acontecesse a SAD do FCPorto também ficava calada?
Não, não me peçam também a mim que me cale por respeito a Pinto da Costa. Isto é que já não é respeitável.
PS: Outra questão: no cenário actual, será que os dirigentes do FCPorto têm motivos fortes par respeitar a Federação Portuguesa de Futebol, a Liga, e a Secretaria de Estado e Desporto? Pelas aparências dir-se-ia que sim. Essa, é outra coisa que não aceito. As entidades com cargos de alta responsabilidade só devem ser respeitadas se souberem merecer esse respeito. Para mim, estão a fazer o mesmo papel, ou pior, que os Calabotes do tempo da outra senhora. Mais do que uma convicção, é uma certeza.
Francisco J. Marques foi suspenso, desapareceu de cena, Diogo Faria está a ser perseguido, e o Pedro Bragança habilita-se a ser incomodado também. Só falta mesmo mandar fechar o Porto Canal. É caso para perguntar: e se isso acontecesse a SAD do FCPorto também ficava calada?
Não, não me peçam também a mim que me cale por respeito a Pinto da Costa. Isto é que já não é respeitável.
PS: Outra questão: no cenário actual, será que os dirigentes do FCPorto têm motivos fortes par respeitar a Federação Portuguesa de Futebol, a Liga, e a Secretaria de Estado e Desporto? Pelas aparências dir-se-ia que sim. Essa, é outra coisa que não aceito. As entidades com cargos de alta responsabilidade só devem ser respeitadas se souberem merecer esse respeito. Para mim, estão a fazer o mesmo papel, ou pior, que os Calabotes do tempo da outra senhora. Mais do que uma convicção, é uma certeza.
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