17 junho, 2019

Desabafos

Não me apraz nada continuar a constatar factos. Sobretudo tratando-se de factos que nos deixam decepcionados, vazios de expectativas optimistas. Em toda a minha vida, incluído o "tempo da outra senhora", como português, nunca me senti tão enojado e revoltado com este país, como nos últimos anos. Este então, é o pior, dos piores anos.

Não temos Porto, nem temos o FCPorto a que estávamos habituados. E isso sucede porque as pessoas do Porto perderam, ou parecem ter perdido as raízes que outrora os ligavam à cidade e ao clube de uma forma muito peculiar e bairrista.

Não reconheço estes portuenses. É que ainda não entenderam que a sua cidade está a ser preenchida de escumalha vermelha. Cuidado com essas amizades... Parece um pesadelo não surgir uma única pessoa relevante, com ligações à cidade e ao clube com coragem para desafiar o Governo a ponto de o contestar sem qualquer parcimónia!

Nem o "velho" Pinto da Costa tem semelhanças do que já foi. Hoje, é uma sombra de si próprio. Um homem vencido e distante. Parece mais um político de ocasião, do que o grande líder que já foi. Dele já não se pode esperar nada. Quis que o FCPorto tomasse conta do Porto Canal para o tornar no canal mais pobre do país, mesmo com promessas sucessivamente falhadas de progresso. Aquilo parece uma empresa gerida por anarquistas. O pessoal, tanto entra em cena, como de repente desaparece. Os espectadores já nem sabem quem são, nem quantos são os colaboradores regulares daquela casa.  Repetem-se programas 4 e cinco vezes, num curto espaço de tempo, sem se importarem com a péssima  imagem que isso deixa no grande público. O director-geral não existe, ou se existe é só para vincar o seu estatuto de director-geral em roda-pé. É um vaidoso com sorna, e sem ideias. Mas o patrão ainda é pior porque também não se prenuncia sobre o presente e o futuro do Porto Canal. Tem a postura dos políticos contemporâneos, o laissez faire, laissez passer da moda, sem as preocupações típicas de líderes. 

Mas o problema maior não é o que ele faz, ou não faz, é o futuro próximo do FCPorto que está em causa, assim como o estado de espírito dos verdadeiros adeptos do FCPorto. A mim, preocupam-me esses, os que amam acima de tudo o clube, e não o presidente. Esta mania de alguns continuarem presos ao passado de Pinto da Costa confundindo-o com o passado do FCPorto, está a enfraquecer todos,  clube e adeptos. Eles não querem perceber que é ele e os seus adjuntos da SAD que não têm capacidade para defender o FCPorto. Nem mesmo a lavagem ao cérebro que o mundo corrupto do Benfiquistão continua a fazer ao país através dos media os demove da apatia em que mergulharam. Podem dizer o que quiserem, mas que esses tenham dado a cara pelo clube foi coisa que ainda não aconteceu, transmitindo até a ideia de estarem ao lado do governo. Se não o contestam frontalmente é porque o temem, e quem teme irresponsáveis tão poderosos e não pensa em afrouxar-lhes o poder, é porque não se sente por eles prejudicado. Até é possível que pessoalmente se sintam bem,  mas não são eles que me preocupam, é o clube. E não me preocupam justamente por pouco ou nada terem feito actualmente pelo FCPorto!

Um dia há-de ser feita história. Tenhamos essa esperança, acreditemos que ainda sobram alguns puritanos sem complexos por se manterem honestos, de escreverem a verdade dos factos, e lançarem para a lixeira a falsidade que domina hoje o país. Desportiva, política e socialmente.

   

5 comentários:

  1. Na minha opinião um canal para a cidade do Porto deve ser pago pelas forças vivas da cidade e não pelo FCPORTO. Num post anterior eu já disse qual a solução que preconizava para o DRAGÃO a nível do audiovisual.
    Já quanto à política de contratações acho estranho que Bryan Róchez, Joel Tagueu, Carlos Vinícius, Osama Rashid, Maras, Cláudio Ramos, já para não falar dos talentos da formação (Diogo Leite, Diogo Queiroz, Oleg, João Pedro, Romário Baró, Gleison, João Mário, Rúben Macedo e Madi Queta), não despertem o interesse do FCPORTO, mas como eu sou um leigo nestas questões....

    Luís (O MEU, O TEU, O NOSSO FCPORTO)

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  2. Francisco Paulos18/06/19, 15:10

    Infelizmente nos tempos mais próximos e enquanto Pinto da Costa se mantiver, não vejo nenhuma solução que altere a presente situação do FCPorto. Não vale a pena andarmos por aqui a carpir mágoas pois a maioria dos sócios andam anestesiados pelo efeito PC. Este por sua vez está com todos os tiques de um qualquer ditadorzeco sul americano e faz do clube a sua coutada. O clube é dele, e os sócios só interessam para comprar camisolas,lugares anuais e acompanharem a equipa fazendo o tal mar azul. O desprezo a que nos vota é de tal modo que chega a ser obsceno. FOI um grande presidente mudou tudo e todos lhe agradecemos por isso, mas atenção convém não esquecer que o clube lhe deu o dobro e continua a dar, tal não é o seu apego ao poder (ao chorudo ordenado). Também é preciso lembrar que ele é o responsável pela nódoa que todos nós carregamos e que sempre nos estão a atirar à cara que é o apito dourado. Culpado ou inocente o facto é que quer queiramos ou não é uma mancha enorme que a todos nós atinge. A política atual do FCPorto é não ter política nenhuma, quer de comunicação, quer desportiva, quer financeira, navegamos à vista e sem comandante. Não se compreende como ninguém aparece para lhe fazer frente. Quanto ao Porto Canal, esse nem é carne nem peixe, como generalista é uma nulidade, como canal de clube simplesmente não existe. Este não é o meu FCPorto este é o FCPinto da costa.

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  3. A nódoa do Apito Dourado não foi o que o regime vermelho ambicionava, é preciso dizê-lo, porque mesmo que Pinto da Costa tivesse a obrigação de levar uma vida mais sóbria, de não andar a mudar de mulher como quem muda de camisa, algumas delas pouco recomendáveis (Carolina Salgado, etc.),
    nada ficou provado que subornava os árbitros, e as escutas
    não foram conclusivas. Além disso, com ele a Justiça Desportiva não perdeu tempo e acusou-o logo porque era constituída por gajos que agora fazem parte dos cartilheiros. Aliás o que lhe fizeram não passou de uma suja
    armadilha. Disso, ninguém me convence do contrário.

    Se não fosse a justiça civil, que é apesar de tudo a mais fiável (não toda convenhámos) metiam-nona cadeia. Essa justiça é parte do polvo, deste nojento país que está a transformá-lo num autêntico bordel que vai do 1. Ministro ao P.R.
    De Pinto da Costa agora só me queixo de se ter transformado num corta-fitas, como o falecido Américo Tomás do regime anterior.

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  4. Olá Rui!

    Você e nós aqui a comentar temos uma capacidade de influência muito limitada ou mesmo nenhuma!
    Limitamo-nos a constatar factos!

    No entanto, temos gente que é escutada e que tem capacidade de influência como por exemplo Rui Moreira e pergunto, o que estão a fazer?

    Essa gente que está mais perto da Dir do clube e de P da Costa devia de desempenhar aqui um papel importante, no entanto o que parece é que nada estão a fazer.

    Cumprimentos
    D Blue

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  5. D Blue,

    Viva! Mas é exactamente a esse vazio de identidade regional que me refiro. Parece que o medo (ou outra coisa qualquer, não sei), se apoderou de toda a gente. Quanto a mim, o ambiente é pior do que se respirava antes do 25 de Abril. Naquela altura sabíamos que vivíamos numa ditadura, que as sacanices era feitas pela calada, e a PIDE não perdoava a quem fosse contra o regime de forma clara. Mas, hoje, apesar de termos outra liberdade muito pouco civilizada, sempre podemos dizer o que pensamos (pelo menos eu não tenho receio de escrever aquilo que penso aqui, como pode constatar), mas não tenho condições para ir mais além. Já a estrutura do FCPorto, até tem lá dentro personalidades ligadas à política. O ex-presidente da Câmara do Porto, Fernando Gomes podia interferir um pouco. O juíz jubilado, pai do actual ministro do ambiente Matos Fernandes com os mesmo nome, não podiam dizer alguma coisa sobre o assunto? Contentam-se em aparecer nas celebrações? Falta nervo na nossa gente. Deixamos que um vigarista como o advogado Meirim goze com o clube e ande a ganhar dinheiro com multas e multinhas ao Francisco J. Marques?

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...