Que ninguém me peça para ser moderado com o conceito que faço sobre o país onde tive a infelicidade de nascer. Sobre este assunto não admito um pingo de tolerância por aqueles que o têm "governado" desde o 25 de Abril. Daí para cá (quase 47 anos) a democracia foi-se adulterando tanto, que agora mais parece o país (e a época) de Alcapone. Só lhes falta as metralhadoras e os carros negros dos anos 30.
Os mais altos cargos do poder parecem ter-se adaptado muito bem a este estilo de vida, e isso não lhes abona nada o prestígio. No futebol então, o caso é por demais debochado! Ninguém quer saber. Na Assembleia da República, no Palácio de Belém, e até na Procuradoria, instalou-se outro tipo de epidemia: a surdez e a cegueira. Estou revoltado, farto dos seus desdéns irresponsáveis, e comportamentos provocantes.
Paradoxalmente, ou talvez não, o meu apego a Portugal ficou concentrado na minha cidade natal: o Porto! A única cidade que não me faz esquecer a condição de português mas que, apesar disso superou a importância do próprio país.
Hoje, afirmo sem rebuço e muito orgulho, que me sinto muito mais honrado e confortável como portuense do que como português. Não haverá estrangeiro nenhum que não reconheça aos portuenses uma dignidade que Lisboa não tem, nunca teve, e provavelmente nunca terá. A corrupção, a tendência para a calúnia e para a vigarice está-lhes na massa do sangue.
Lisboa (o governo está todo lá) usou o 25 de Abril para dividir o país com as ratoeiras que montou no Norte e sobretudo na nossa cidade, tudo fazendo para a enfraquecer, quer do ponto de vista económico, como social e desportivo. Gostaria muito que todos os nortenhos, sentissem o que Lisboa está a fazer com os tripeiros e se revelassem solidários com eles, porque é também todo o Norte que está a ser altamente afectado pelo centralismo egoísta da capital, mas lamentavelmente não os vejo a reagir, parecendo não compreender quanto essa passividade nos prejudica a todos.
Pior que isso, é também não vermos os próprios portuenses determinados a lutar contra as provocações do centralismo, seja através da política, da comunicação social, ou do próprio futebol! A propósito, se eu estivesse no lugar do Sérgio Conceição não resistia a fazer um ultimato ao senhor Pinto da Costa.
Perguntava-lhe, pura e simplesmente, se após tantos anos de provocação da capital contra o FCPorto, com terríveis consequências para jogadores e clube, se ainda não estava disposto a meter um processo acutilante à União Europeia e à UEFA contra o Estado português. Se ele respondesse que não estava para aí virado (como não está), era eu quem me ia embora. Pinto da Costa perdeu tudo o que de melhor tinha, agora só ficou a face menos positiva. Está a contribuir para o retrocesso do clube que tão bem soube gerir...
Nunca fui apologista da violência, mas se alguém me agredir só não respondo se tiver os pés e as mãos atadas. Mas por que raio temos de continuar impávidos com a pouca vergonha que está a acontecer no país e no futebol português? Já não chega um Sócrates? Um Costa? Um secretário de estado do desporto aldrabão? Juristas, advogados metidos em esquemas corruptos? Enfim, todo o imenso universo multi-clássico de corruptos. E ainda é o Rui Pinto que os preocupa? Por que será?!?!? Que estranho, não é... Só pode significar que há rato escondido com rabo de fora, isto é, que há muita gente graúda comprometida... Pobre Rui Pinto, que raio de justiça tem o teu país.
Mas que nos interessa a nós "desculpas" esfarrapadas de andarem agora a argumentar com as dificuldades que resultam a investigar a corrupção? Alguém acredita que a causa é apenas essa? Só acredita quem vive dessa convicção! Quem tem honra, combate sempre os que tudo fazem para os anular.
Não brinquem com coisas sérias. Tenham vergonha! Trabalhem, ou demitam-se!