13 setembro, 2013

Aposto que não cumprem! Quem quer perder dinheiro?


Se o que se anuncia não fosse mais uma das incontáveis falsas promessas da canalhada política, jamais me atreveria a escrever isto. Não gosto de ofender ninguém, nem criticar por criticar. mas não tenho a menor dúvida que andámos há tempo demais a ser comandados por garotos e garotinhos. Nunca tive dúvidas sobre isso. E se insisto neste tema, é porque tenho provas. Só não as tem quem for desmemoriado ou senil. 

A notícia, tem contudo uma virtude: confirma que em matéria legislativa e de gestão florestal, continua tudo como dantes. Ou seja, nada de sério tem sido feito. Outros governos, de outros partidos, também anunciaram como o actual, o mesmo processo de intenções [as eleições estão à porta], e depois, zero!

Senão, se ainda houver alguém capaz de acreditar nas promessas desta gente menor, aguardem pelo próximo verão e façam o favor de me informar em que se traduziram estas medidas. Vão ter de me esclarecer, tintim por tintim, quantos terrenos foram identificados, quandos proprietários incumpridores foram sancionados, quantas matas foram limpas, quantos caminhos foram abertos para o combate aos fogos, e consequentemente quantos incêndios e mortes foram evitadas.

Ah, convém não fazer batota ou puxar pelos galões da competência alheia [como já presenciei]. Por exemplo, se o próximo verão der uma ajudinha em termos climatéricos... 

12 setembro, 2013

Para quando o repúdio do FCPorto à comunicação social centralista?

Antes mesmo de os clubes  de Lisboa e satélites, iniciarem a vergonhosa campanha de difamação contra o FCPorto, personalizada na figura de Pinto da Costa e na sua estrutura directiva, e que atingiu o seu climax no célebre processo Apito Dourado, era já  evidente uma clara discriminação em quase todos os orgão de comunicação social. Tal como agora, rádios, jornais e televisões, tratavam o FCPorto com indisfarçável desprezo e com uma estratégia bem definida, que consistia, não só em desvalorizar os seus êxitos desportivos, como em inventar esquemas duvidosos sobre a maneira como eram conseguidos. 

Tudo isto coincidiu e acentuou-se com a entrada de Pinto da Costa para a presidência do clube, precisamente o seu período mais vitorioso, consistente, e expansionista,  que se traduziu em múltiplos sucessos a nível nacional e internacional. Não era preciso ser-se apreciador de futebol para observar o tratamento arbitrário dos media com o FCPorto e o seu Presidente, bastava estar-se atento. Por mais campeonatos que o clube nortenho ganhasse, os jornais desportivos dedicavam exclusivamente as primeiras páginas aos dois clubes de Lisboa, mesmo assim, com uma clara preferência pelo Benfica, sem que tal se justificasse desportivamente. Os generalistas faziam o mesmo, as rádios e as estações de televisão, idem, idem. 

Como a esta espiral de discriminação e mau jornalismo, não se seguiu uma reacção categórica, ou uma clara rejeição pública das autoridades, com apelos à moderação e ao bom senso, a situação agravou-se, e hoje os media - inclusivé os do Estado -, fazem praticamente o que lhes apetece. Se os media já tinham poder antes, com o passar dos anos sentiram esse poder reforçado. Ora, entre muitas outras conjecturas, isto também revela uma outra realidade, e mais grave: Portugal nunca teve, quer a nível de chefes de Estado, quer de governantes, gente com categoria para ocupar cargos de tão alta responsabilidade. É um facto, um facto revoltantemente enfadonho... Resultado: a democracia, que devia ter sido tratada ao longo destes anos como uma flor, regada cuidadosamente para crescer forte e viçosa - e não violada na sua essência como foi e continua a ser -, está moribunda, prestes a morrer.

Independentemente da morte da democracia, o FCPorto e a sua legião adeptos, são os principais prejudicados na sua imagem com este status quo, apesar dos seus êxitos desportivos. Logo, caberá ao FCPorto e à sua direcção fazer algo mais para se defender, do que fez até aqui. A tese "o que é preciso é vence-los no campo", é muito interessante, mas não chega, e pode-nos um dia sair muito cara. Por enquanto, a jurisdição tem chegado para resolver os problemas que os nossos inimigos nos foram colocando, e a concentração competitiva os de ordem desportiva. Mas até quando é que o FCPorto poderá continuar a aguentar esta campanha difamadora? A intriguice indigna, o insulto, as insinuações venenosas, repetidas exaustivamente em quase todos os media? Não podemos contar com as autoridades, porque como sabemos, elas são parte do problema. 

O desespero dos nosso inimigos está a enlouquecê-los. As perseguições, e os apelos à violência contra o n/ clube são sobejamente conhecidos. E o que faz o Porto Canal para denunciar tal concorrência? Nada. Em certos casos não creio que "o calado seja o melhor", acredito mais no impacto do "quem cala consente". Apesar de saber que a inteligência do povo nem sempre é a melhor, se a injectarmos com doses industriais de falsas verdades, ele até acredita. Que ninguém tenha dúvidas. Afinal de contas haverá exemplo maior de mentira, que o "nosso" Governo?

09 setembro, 2013

Votar em branco/abstenção

Nem todos terão vivido tempo suficiente para se certificarem da credibilidade dos homens que  andam na política e da forma como lá chegam. Contudo, para um jovem de 39 anos, com a mesma idade da implantação da democracia em Portugal, e daí para cima, é imperdoável que continue a ignorar a real valia daqueles que lhes garantiram possuir competências para a governação, ou alegar sentir-se enganado, sem correr o risco de passar por parvo.

Não sei, não faço a menor ideia, que mais será preciso acontecer para os eleitores compreenderem que não podem voltar a passar cheques em branco na hora de ir às urnas. Andamos, durante os primeiros anos de democracia, a ser mentalizados para a importância do voto em contraponto com as décadas de obscurantismo que a antecedeu, como forma de nos pressionarem a votar. Mas creio que já chega de banha da cobra. Hoje, só a dois tipos de eleitores interessa esta treta da importância do voto: os beneficiários directos e indirectos do pardirarismo político, e os idiotas.

Como a rede de compadrios está muito enraizada em Portugal, é improvável esperar alguma vez por uma abstenção generalizada, por mais danos que nos causem. Haverá pois que contar com os votos de "gratidão" partidária, esses são dados como certos pelos respectivos aparelhos. Contra isso, é mais complicado lutar, mas não é impossível, basta começarmos a fechar-lhes as portas... Aos eleitores descomprometidos com o regime, àqueles que estão habituados a contar somente consigo, caberá decidir o que fazer com o seu voto. 

Sabemos que as mesas de voto são constituídas por membros dos vários partidos políticos, o que em teoria devia garantir a isenção da sua contagem. Em clima de confiança política, a intervenção dos presidentes de junta, mais o aval dos presidentes das câmaras municipais deveriam, em princípio, bastar para nos deixar descansados com o destino dos votos em branco, mas depois de tanta trafulhice, será sensato continuarmos a confiar? Objectivamente, qual será a vantagem de votar em branco? Que interesse real, a não ser de ordem estatística, terá o eleitor com o número de votos em branco? O que é que poderá fazer de útil com eles?  Demonstrar que apesar de nos sentirmos defraudados, continuamos a acreditar na democracia? Para quê? E que democracia? Uma democracia meramente eleitoralista? Provocará o voto em branco alguma alteração comportamental relevante, numa classe política já de si destituída de valores democráticos e até educacionais?

Não terá mais impacto uma grande abstenção?   Por que não podemos nós inverter o preconceito da abstenção e a sua lógica impactante? Por que teremos nós  de os autorizar a interpretar uma decisão que é só nossa? De votar em branco, ou de simplesmente, não votar? Entre muitas outras razões, podíamos deixar à classe política esta elucidativa mensagem: nós até gostamos de votar. Mas não votamos em branco, porque vocês nem sequer merecem uma deslocação às urnas! Outros motivos? Por que vivemos em austeridade, porque as viagens estão caras, e os sapatos também! Haverá argumento mais forte?

Uma única condição bastaria para trocar a abstenção por um voto de protesto: que sobre este se pudesse plasmar sucintamente o que pensamos dos governantes, com direito a divulgação na Assembleia da República.    

Mercenarismo em política



Se eu estivesse recenseado em Lisboa ou no Porto não votaria em António Costa ou em Luís Filipe Menezes. Ambos pertencem àquela espécie de políticos de plasticina, sem coragem para grandes decisões nem sinceridade quando falam ao povo. A sua principal característica é a inegável capacidade para criar clientelas que, aliás, gerem de forma magistral. Quando lhes interessa um determinado apoio, eles têm sempre algo irrecusável a dar em troca, à custa do património público, claro. Geralmente, só agem pela certa e só vão, verdadeiramente, a jogo quando têm todos os trunfos na mão. Quando há condições para um combate leal e aberto, mas cujo resultado favorável não lhes está à partida garantido, eles hesitam, encolhem-se e nem mesmo empurrados lá vão. Às vezes até fogem a sete pés, como aconteceu com Luís Filipe Menezes, quando, há anos, se pirou para Vila Nova de Gaia com medo de enfrentar o Golias de então, Fernando Gomes, nas eleições para a Câmara Municipal do Porto, deixando todo o campo de batalha ao David Rui Rio.
António Costa é um caso claro de oportunismo e de aproveitamento da CML como trampolim para a realização de outros desígnios pessoais. Ele deveria dizer, agora, claramente, se vai cumprir integralmente o seu mandato ou se, a meio, o vai trocar por qualquer coisa melhor, como fizeram Fernando Gomes com a Câmara do Porto e Durão Barroso com a chefia do Governo. Se o seu compromisso eleitoral com o povo de Lisboa não é postiço, ele devia garantir, agora, que o vai cumprir até ao fim. Mas isso é pedir de mais a quem tem claramente uma agenda pessoal que se sobrepõe a todos os compromissos políticas.

Por isso, em Lisboa, eu nunca votaria em António Costa, mas antes no único candidato que, em minha opinião, possui as qualidades humanas para ser um bom presidente da Câmara e que jamais abandonaria as pessoas que o elegessem: João Semedo. Votaria nele não por ser do Bloco de Esquerda, mas apesar de ser do Bloco de Esquerda.

Quanto a Luís Filipe Menezes, ele pertence, justamente, àquele tipo de políticos oportunistas que nunca assumem as suas responsabilidades. Ele é um dos principais sustentáculos do atual Governo, juntamente com outro «Luís, também do Norte» - Marques Mendes. A fação que tomou o poder dentro do PSD e formou governo nunca o conseguiria sem o apoio desses dois homens. Mas, agora, na sua candidatura à Câmara do Porto, Menezes parece nada ter a ver com o seu partido. Quase precisamos de uma lupa para ver o símbolo do PSD nos seus cartazes de campanha. Mas aonde ele é mesmo bom é a gerir a teia imensa de clientelismos e de promiscuidades que foi criando ao longo dos anos à custa do erário público. Os seus fiéis, tal como os seus familiares, têm sempre os seus problemas resolvidos e subirão facilmente na vida (leia-se: no Estado, numa Câmara ou no Partido).

Há quase vinte anos, num congresso do PSD, ele teve a coragem de dizer umas verdades em Lisboa, denunciando o elitismo e o liberalismo de uns barões políticos do Sul. Alguns minutos mais tarde, já chorava em público arrependido dessa audácia. Não há muitos anos conseguiu ser eleito líder do PSD, mas pouco tempo depois já fugia assustado para o Norte com medo desses mesmos barões, abandonando todos os compromissos que estabelecera com os militantes do partido e até os que se propunha assumir com o povo português. Hoje, apoia com desvelo e muita eficiência esses mesmos «sulistas, elitistas e liberais», porque isso o ajuda a manter e a ampliar ainda mais o gigantesco polvo clientelar que criou no Norte, sobretudo à volta do Porto.

Não sei qual será o resultado das eleições do próximo dia 29 para a Câmara Municipal do Porto, mas se Luís Filipe Menezes for eleito seu presidente, isso significa que a população do Porto quer o mesmo populismo obreirista e irresponsável que levou este país (e a Câmara de Gaia) à situação deplorável em que se encontra. Um presidente da Câmara do Porto como Menezes, com a coluna vertebral de uma crisálida, poderá fazer muitas coisas, mas a cidade deixará, inevitavelmente, de ser Leal a si própria e, sobretudo, não voltará a ser Nobre e Invicta como foi no passado.

Nota de RoP:

Marinho e Pinto tem razão no que diz respeito aos candidatos "plasticina", eu também não votaria em nenhum deles. Mas, equivoca-se se pensar que Rui Rio não é da mesma estirpe. A plasticina deste é doutro género, mais camaleónica, mas é plasticina na mesma. Se não, como é que Rui Rio desprezou, como toda a gente sabe, o FCPorto, alegando a famosa promiscuidade entre o futebol e a política, e não fez o mesmo com as corridas da Foz, que ele próprio apadrinhou? Terá a promiscuidade alguma relação com preferências desportivas [e clubísticas], e no automobilismo será tudo limpinho, limpinho?