08 outubro, 2007

"Os exemplos de Cavaco"

Ao artigo de Domingos Andrade (chefe de redacção do JN) desta manhâ intitulado "Sabedoria", por dever à complementaridade tenho de acrescentar o seguinte:

Enquanto 1º. Ministro, Cavaco Silva não só, não teve unhas para dar um novo rumo ao sistema de Educação do país, como também nunca teve a humildade de o assumir publicamente. Nem durante, nem depois.

Com as avultadas verbas provenientes dos fundos europeus disponíveis na época, não só, não teve 'sabedoria' para lhes dar o melhor destino, como ainda nos quis sempre convencer da bondade das suas decisões. A memória às vezes é curta, mas em homenagem às centenas de pessoas que entretanto perderam a vida na ex-IP 5 - vergonhosamente conhecida por estrada da morte - não será despropositado recordar as nauseabundas loas dedicadas ao Ministro das Obras Públicas de então, Ferreira do Amaral, que chegaram a considerar (propaganda política oblige) o Marquês de Pombal do século XX, apesar da avisada oposição crítica de vários movimentos cívicos que veementemente contestaram o traçado e as características daquela estrada.

Ontem, como hoje, a reacção do Govêrno pouco teve de sensata ou previdente, preferindo desvalorizar e mesmo ridicularizar as vozes de quem, afinal, sabia bem melhor do que ele o que estava a dizer, a impedir o avanço de uma obra que viria a ser fatal para a vida de muitos portugueses.

É passado, é verdade. Mas, é também certo, que uma das maiores virtudes do passado é a de servir de "alerta" para se evitarem erros parecidos no presente e sobretudo para o futuro.

Conclusão:

a) O Sr. Presidente da República é também um dos grandes responsáveis pelo atraso do sistema educadivo em Portugal, que agora pretende ver corrigido com outros protagonistas ao serviço do Govêrno.

b) Afinal, o Sr. Presidente, ex-antigo 1º.Ministro, Cavaco Silva, contrariamente ao que (com alguma arrogância) afirmou no passado, deve ter muitas dúvidas e engana-se demais.

c) O Sr. Presidente da República, apesar de democraticamente eleito, para tão nobre cargo, não está ilibado desses e de outros erros, entre os quais consta aquele que explica e motiva a existência deste (e de outros) blogues: uma centralização injusta e desenfreada do país, muito em particular o Norte do país e o grande Porto.

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