03 março, 2008

O Novo código penal e Paulo Portas

Alguma vez na vida este rapazinho com grande talento para o teatro, mestre a agravar a voz quando fala à plateia e que tão bem sabe dar-se ares de importante, seria dirigente de um partido político se dependesse de mim? Hélàs, como não depende...

Quem diz Paulo Portas, diz outros melros parecidos, de outras simpatias partidárias do nosso cenário político. Ainda estão em exercício, e enquanto não formos capazes de os irradicar dos bastidores do poder,o país vai continuar a definhar. Eles não vão mudar nunca e enquanto estiverem em actividade Portugal terá o mesmo destino.

Ana Gomes, a euro-deputada socialista por quem tenho particular simpatia, disse aquilo que todos nós vamos comentando entre paredes, que o novo código do Processo Penal foi concebido para "proteger" alguns tubarões da nossa vida política de prestarem contas à Justiça. É óbvio que todos nós nos inclinamos mais para fazer fé nessas notícias do que para delas duvidar e não é porque gostemos de maldizer, mas porque à luz do que vamos lendo e sabendo, confirmando e depois vendo silenciado até ao esquecimento final, só podemos é continuar a desconfiar desta gentinha. Disse bem, desta gentinha, porque é mesmo de gentinha que se trata.

Paulo Portas afirmou em plena Assembleia da República ter perdido o respeito ao 1º. Ministro, e eu digo e escrevo aqui que já perdi o respeito pelos dois, há muito!

Não é de polémicas difamatórias a coisa que mais aprecio. Pelo contrário, desprezo-as, tal como abomino os seus autores. Mas já simpatizo bastante com os não alinhados, com os "anti-yes man", com os que colocam a consciência à frente da obediência, com os não carreiristas, com os que não fazem da honestidade uma pastilha elástica... É nesses raros que ainda deposito alguma esperança.

Manuel Monteiro é convidado regular de um programa da RNTV onde pude ouví-lo a falar das declarações de Ana Gomes sem ter chegado a saber se concordava com ela ou se a estava a criticar. Tanto dizia que Ana Gomes devia estar louca como admitia ter havido tramóia no caso "Portucale". Ele próprio (sem se dar conta) foi um "bom" exemplo da demagogia da nossa classe política mais básica. Assim não vai lá, e a RNTV também não. Se é unicamente com estes espécimes políticos que pretende impôr-se como televisão será outro fracasso pior do que o da NTV de quem copiou parcialmente o nome.

Quem diz estas e outras verdades, como disse Ana Gomes, é logo carimbada de persona non grata, já sabemos. E também já sabemos porquê. Não se iludam.

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