Uma das mais injustas falácias do centralismo ao longo dos 34 anos de enganosa democracia, foi tentar depreciar e desvirtuar as qualidades das gentes do Norte. O Porto e o seu povo, foram o alvo especial. Do futebol à cultura, do trabalho à educação, à própria sociedade civil, procurou-se denegrir praticamente tudo o que por cá acontece. Os louros dos grandes paradigmas cívicos, iam (e ainda vão) todos para Lisboa. Para nós, está sempre reservado o estigma do provincianismo.
Ainda assim, nem mesmo a doença das vacas loucas conseguiu roubar-nos o prato mais típico e genuíno dos portuenses (as tripas à portuguesa). Mas a ASAE bem tentou. Em vão.
O problema maior de Lisboa, dos dirigentes "nacionais" e da própria população local, é ainda não terem percebido que - como acontece aos humanos - a engorda excessiva pode provocar graves problemas de saúde. Se não refrearem a tempo o ímpeto devorador dos recursos nacionais, o açambarcamento imbecil de tudo o quanto é investimento público para a capital, talvez um dia fiquem sós no país, entregues a si mesmos, sem a menor reacção de solidariedade do todo nacional. Historicamente, Lisboa está em dívida com o Porto, mas continua estupidamente a fazer de conta que não sabe.
Apesar dos maus tratos a que tem sido submetido depois do 25 de Abril (mais do que em ditadura), das ofensas premeditadas, o Porto resiste e supera-se. Sem apoios estatais significativos, com mais dificuldades e pouco dinheiro, destaca-se em áreas importantes da vida pública. Estou a falar da Universidade do Porto, a maior e mais prestigiada a nível nacional. Estou a falar do Hospital S. João, considerado o melhor do país (incluindo Lisboa). Estou a falar, como não podia deixar de ser do Futebol Clube do Porto, o clube mais vencedor, mais sério, mais competente deste pobre rectângulo de terra.
Os provincianos da alface, os saloios do imediatismo, os paranóicos do encarnado, os 6 milhões de apátridas, estão bem localizados: em Lisboa. Infelizmente, o Porto abriu-se (dizem) para o Mundo, e com isso abriu as portas a alguns que por cá ficaram e fizeram prole. Desenraizados. Como são todos os verdadeiros provincianos* ...
* Neste contexto, provinciano, igual a bacôco, deslumbrado, novo rico, parvalhão.
PS-
Última Hora! A Sociedade Portuguesa de Oncologia acaba de premiar o IPO (Instituto Português de Oncologia)/Porto. É só mais uma "provincianice".
Comentários como os seus apenas contribuem para denegrir o Norte e suas gentes visto que estão fundeados no mais profundo provincianismo que supostamente pretende combater. Não se preocupa em vislumbrar quais as causas concretas do declínio do Porto, sejam elas de natureza estrutural (económicas e demográficas), quer políticas. Lisboa, por muito que lhe doa é o destino preferido das migrações internas , é a CAPITAL do país e a única metrópole que se preze em Portugal. Aqui vivem e TRABALHAM 1/3 da população do país com encargos de custo de vida superiores ao Norte e que lhe deveriam merecer respeito. Conluo dizendo que sou um lisboeta que vive largas temporadas no Porto, cidade que estimo e por quem sofro ao ver o estado de degradação a que chegou e cuja culpa é em meu entender dos maus políticos que tem tido, da especulação feita e das pessoas mal-(in)formadas como o sr. Preocupe-se primeiro em identificar as causas do declínio do seu Porto e depois verá que tem muito menos responsabilidades que possa alijar...
ResponderEliminarObviamente que o senhor Eduardo, pertence à classe de centralistas que aqui combato, desde que decidi criar este blogue. Publiquei o seu post, não por querer passar por democrata, porque é conceito que estou ainda por saber o que é, nesta terra governada por democratas de plástico.
ResponderEliminarNão vou perder muito tempo a responder-lhe, porque a resposta está sendo dada ao longo deste blogue. Se quiser dê-se ao trabalho de o ler. Todo! "O meu amigo" doeu-se hem? É bom sinal, é porque falei com realismo.
Se está à espera que registe as suas «verdades» para me "informar" sobre a "natureza estrutural" (lindas palavras)do declínio do Porto, desengane-se, estou farto. Não tenho ouvidos para quem pertence ao lado de lá, aos que contribuiram e contribuem para o Porto estar na situação em que está.
A sua vaidade petulante diz o resto, traduz o que pretendi neste post. Obrigado.
Veja-se ao espelho, descobrirá um verdadeiro centralista, o provinciano perfeito.
Não volte a passar por aqui, por favor. Dispenso-o. Vá para sua terra!Despolua a minha terra!
Passe bem
Exactamente, não vale a pena perder tempo.
ResponderEliminarComo se nós não soubessemos, a origem dos problemas que nos afectam; como se nós não soubessemos, que por exemplo, para a zona ribeirinha de Lisboa vão 400milhões enquanto para aqui vêm tostões; como se nós não soubessemos, que o metro do Porto vai devagar, devagarinho, mas o Metro de Lisboa, qualquer dia, salvaguardo o exagero, chega ao Alentejo; como se nós não soubessemos, que o Metro do Sul do Tejo é um survedouro de dinheiros públicos, mas ninguém diz nada, enquanto o dinheiro para o nosso Metro, é contado ao tostão; como se nós não soubessemos...
Mas, nós os provincianos - não os de Lisboa - vamos aguentando, vamos resistindo, porque isto vai mudar e não falta muito.
Um abraço
Ha gente cujos comentarios conspurcam intelectualmente a naçao.
ResponderEliminarPois fique sabendo sr. Eduardo que o sr. nao é o unico a viver em Lisboa e a passar temporadas no Porto.
Mas para se compreender o Porto é preciso la viver. Nao é a passar temporadas que se compreendem as cidades e as culturas. Tem que as viver.
Eu nasci na regiao de Lisboa e vivi 5 anos no Porto.
Durante esses 5 anos pude constatar e "viver"
as diferenças de desenvolvimento das duas cidades. As diferenças sao atrozes, assassinas. E porque?
Porque o desnivelamento entre investimento no desenvolvimento humano, urbanistico, cultural das duas cidades foi-se acentuando. E continua a acentuar-se. Em nome de uma estrategia que favorece alguns para destruir um todo que nada tem a ver com Lisboa. Para Ingles ver.
Ha milhentos estudos economicos e melhor, documentos oficiais que explicam o assassinato do interior do pais e do fosso cavado entre Porto e Lisboa.
A teoria dos PIB's falsificados e a TREMENDA bola de neve que sao a construçao de habitaçao e estradas, aumento de populaçao, armazens de distribuiçao, mais acessos e gares e a inerente diferença de investimento, criaçao de emprego e oferta cultural, sao agora a razao falsa da necessidade da grande "HUB".
O objectivo, mal pensado, foi alcançado. A bola de neve foi criada. Nao ha como para-la. Tudo vai ser preciso e nada chagara para refutar a necessidade de mais investimentos na capital. O fosso vai-se cavando. O pais é de serviços. As exportaçoes verdadeiras, o verdadeiro PIB, estava no Porto. Foi destruido.
O fosso continua a aumentar.
So uma mudança de atitude das gentes do Porto contra este centralismo assassino podera inverter a situaçao.
Mas tem que ser algo concertado, planeado a longo prazo.
Nao ha mais nenhuma regiao do pais com capacidade para revolucionar e transformar este estado de coisas.
Clarámente estou farto com os lisboetas que quando cá vem tecem loas à Cidade e às suas gentes, até sofrem por nós os " tripeiros " com aquela bonomia superior de quem tem o rei na barriga pois sabe que a estratégia é acabar com o Porto, o Norte e o resto do País abafando todos num enorme eucaliptal centralista que seca tudo à volta.
ResponderEliminarMas as coisas hão-de mudar, estou certo e serão vítimas da própria voragem.
Ha gente cujos comentarios conspurcam intelectualmente a naçao.
ResponderEliminarPois fique sabendo sr. Eduardo que o sr. nao é o unico a viver em Lisboa e a passar temporadas no Porto.
Mas para se compreender o Porto é preciso la viver. Nao é a passar temporadas que se compreendem as cidades e as culturas. Tem que as viver.
Eu nasci na regiao de Lisboa e vivi 5 anos no Porto.
Durante esses 5 anos pude constatar e "viver"
as diferenças de desenvolvimento das duas cidades. As diferenças sao atrozes, assassinas. E porque?
Porque o desnivelamento entre investimento no desenvolvimento humano, urbanistico, cultural das duas cidades foi-se acentuando. E continua a acentuar-se. Em nome de uma estrategia que favorece alguns para destruir um todo que nada tem a ver com Lisboa. Para Ingles ver.
Ha milhentos estudos economicos e melhor, documentos oficiais que explicam o assassinato do interior do pais e do fosso cavado entre Porto e Lisboa.
A teoria dos PIB's falsificados e a TREMENDA bola de neve que sao a construçao de habitaçao e estradas, aumento de populaçao, armazens de distribuiçao, mais acessos e gares e a inerente diferença de investimento, criaçao de emprego e oferta cultural, sao agora a razao falsa da necessidade da grande "HUB".
O objectivo, mal pensado, foi alcançado. A bola de neve foi criada. Nao ha como para-la. Tudo vai ser preciso e nada chagara para refutar a necessidade de mais investimentos na capital. O fosso vai-se cavando. O pais é de serviços. As exportaçoes verdadeiras, o verdadeiro PIB, estava no Porto. Foi destruido.
O fosso continua a aumentar.
So uma mudança de atitude das gentes do Porto contra este centralismo assassino podera inverter a situaçao.
Mas tem que ser algo concertado, planeado a longo prazo.
Nao ha mais nenhuma regiao do pais com capacidade para revolucionar e transformar este estado de coisas.
Eduardo, o Porto e suas gentes sabem que pouco ou nada podem fazer contra os investimentos que por cá não se fazem, ou se fazem a conta-gotas.
ResponderEliminarO Porto declinou, porque lhe retiraram massa crítica, como por exemplo, as sedes de alguns bancos, de várias companhias de seguros, alguns consulados, algumas linhas de comboio, a empresa de telefones, o entreposto da Mobil, o cais da Secil, o atraso na reconversão do porto de Leixões e do aeroporto de Pedras Rubras (hoje Sá Carneiro), o abandono da indústria por parte de alguns senhores que com o beneplácito dos poderes públicos preferiram lançar no desemprego milhares só para engordar o seu pecúlio, a falta de investimento na navegabilidade do Douro, a patetice da gestão dos transportes urbanos, etc.
Quanto aos custos de vida superiores aos do Norte, terá de me explicar como a um miúdo de cinco anos, porque é que o gás de cidade no Porto deixou de existir para dar lugar à electricidade como monopólio para alimentação dos electrodomésticos (com custos beneficiados pelo poder político) que mais tarde foi retirado sem nenhuma contrapartida visível, porque é que um bilhete de Metro em Lisboa é mais barato do que no Porto, porque é que os ordenados em Lisboa são superiores em 10 % aos do Porto (DN 28.4.2006), ou porque é que se anda há anos para ter um centro materno-infantil, se deixam apodrecer museus, polemiza-se ad nauseam sobre a instalação de uma cinemateca, e se deixa cair a cidade por falta de verbas.
Tirando estes pequenos pormenores, somos todos iguais, não restem dúvidas.
A principal razão para o declínio do Porto é o hiper-centralismo em que vivemos.Os centros de decisão estão em Lisboa,os grandes investimentos idem. É evidente que os grandes actores económicos,a começar pelos Bancos,querem estar junto ao poder. O mesmo se diga das multinacionais. E assim se inicia uma bola de neve. É por isso que o nosso principal combate tem de ser a criação de regiões e a sua autonomização. e é precisamente por isso que Lisboa faz todo o possivel por evitar essa emancipação. Sabem bem que nesse dia lhes acaba a mama.
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