Foi com estas palavras que o antigo Ministro da Defesa do XI Governo Constitucional, Carlos Brito, descreveu ontem, no Porto Canal, a macrocefalia política centralista, justificando assim a actual ausência de líderes no Norte.
Nada que já não soubéssemos, apenas tem um impacto diferente quando diagnosticado por um antigo governante. Foi mais longe o ex-Ministro, ao afirmar que "o referendo é um veneno letal para a Regionalização", e que "os melhores paradigmas de sucesso da Regionalização são as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores". "Hoje há dois Portugais: o das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e o Centralismo Continental", acrescentou. E as diferenças entre o Norte e as regiões autónomas estão bem à vista.
Numa época em que os políticos se destacam pela mediocridade, onde o comodismo carreirista faz escola, é sempre de louvar que haja alguém, sem medo, nem populismos, a chamar as coisas pelo seu nome. Andam muito desfasados da realidade os que pensam ter algo de novo a propor ao país que não passe pela Regionalização. Está ultrapassado pelos tempos e pelos factos, todo aquele que pensa poder tratar a Regionalização com pezinhos de lã com regiões piloto ou referendos. Como disse Carlos Brito, criar uma Região Piloto é uma armadilha letal cujas consequências serão expressas num redondo fracasso. A troco de algumas benesses, não faltarão serviçais de uma qualquer região dispostos a pactuar com o Centralismo para lhe fazer abortar o sucesso. Não nos iludamos, desde Abril de 76, nunca nenhum Governo se mostrou interessado em avançar com as regiões, não será agora que o farão de livre vontade. Como tal, tudo irão fazer para colocar entraves à reforma política e administrativa do território, com referendos, ou sem eles.
Como dizia Pedro Baptista, é aos Nortenhos que compete exigir a sua reposição legal na Constituição, porque não fomos nós quem decidiu retirar-lhe o ponto 1 do Artº.256 que ditava a instituição simultânea das regiões. Além do mais, bastaria citar o ponto 3º do Artº 227 / 1976 [Regiões Autónomas] para afastar qualquer fantasma de desestabilização nacional. A saber: «a autonomia político-administrativa regional não afecta a integridade da soberania do Estado e exerce-se no quadro da Constituição».
Se o Estado se recusa a respeitar a letra da Constituição, então o melhor é acabar com ela e cada um criar a sua constituição privada. Finalmente, talvez cheguemos a um consenso...
Como dizia Pedro Baptista, é aos Nortenhos que compete exigir a sua reposição legal na Constituição, porque não fomos nós quem decidiu retirar-lhe o ponto 1 do Artº.256 que ditava a instituição simultânea das regiões. Além do mais, bastaria citar o ponto 3º do Artº 227 / 1976 [Regiões Autónomas] para afastar qualquer fantasma de desestabilização nacional. A saber: «a autonomia político-administrativa regional não afecta a integridade da soberania do Estado e exerce-se no quadro da Constituição».
Se o Estado se recusa a respeitar a letra da Constituição, então o melhor é acabar com ela e cada um criar a sua constituição privada. Finalmente, talvez cheguemos a um consenso...
Com pena minha, já só vi os últimos vinte minutos do debate que decorreu no Canal Porto. Apesar disso, tive ainda oportunidade de ouvir todos os participantes, inclusive, Francisco Araújo, ficando muito agradado por constatar a sua posição em relação ao assunto, o que não é muito habitual acontecer com os políticos acomodados e seguidistas que por aqui abundam.
ResponderEliminarCada vez mais me convenço da bondade da implantação de uma Região Norte, agora.
« O Alberto Contador ganhou o Tour de França. Fernando Alonso ganhou o Grande Prémio da Alemanha em Fórmula 1. A Espanha prossegue a sua incível colheita de triunfos planetários em diversas modalidades desportivas, muito para além do que a sua capitação normal, em função da população e do PIB, lhe reservaria. Decerto que isto tem um segredo e talvez fosse bom descobri-lo e tentar imitá-lo»
ResponderEliminarRui, sabe quem escreveu isto? Miguel Sousa Tavares. Deixo-lhe a resposta de qual é o segredo dos espanhóis.
Um abraço
R.M.Silva da Costa,
ResponderEliminarA Regionalização não sendo panaceia para todos os males é um grande atalho/ferramenta para os resolver.
Tal como estamos é que não vamos lá, e não vamos lá, há mais de 36 anos... Chega!
um abraço
Vila Pouca,
ResponderEliminarSe disser ao Miguel que o grande salto que a Espanha deu se deve à Regionalização, ele nega.
Por quê? Porque sim. As toiradas de Barrancos defende ele. Se Norte fosse uma praça de toiros, talvez fosse regionalista...
Um abraço
Por isso é que o país é pobre...
ResponderEliminarSó a regionalização é que pode dar
as condições, para que todos possam
serem importantes dentro da sua região e no próprio país.
Regionalização já sem referendo.
Tenho muito medo dos velhos do restelo.
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO