19 dezembro, 2011

Palhaçada

No artigo abaixo publicado, Manuel António Pina relativizou, com alguma razão, a polémica gerada à volta das declarações do deputado do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, por ter dito recentemente que "se estava a marimbar para o pagamento da dívida". E fez bem. Os fundamentos, estão suficientemente plasmados no próprio artigo de M.A.Pina, e oportunamente corroborados também nesta crónica, pelo bastonário Marinho e Pinto [a propósito: ainda não enxerguei por que andam eles "picados"].

Mesmo assim, há coisas que um político categorizado nunca deve fazer, que é falar sem ponderar devidamente as palavras, sobretudo quando se trata de declarações públicas. Ora, não sei se por mau contágio, ou falta de sensatez generalizada [estes políticos parecem crianças influenciáveis], o que menos tem faltado ultimamente, são afirmações estúpidas e imprudentes. Mas também já não se justifica grande surpresa com a proliferação de tiros nos pés, porque ainda nos devemos lembrar das palavras dirigidas a uma comunidade de emigrantes portugueses pelo actual Presidente da República que dizia "sentir por eles um grande orgulho"... Mesmo que a ideia fosse dar-lhes outro significado, um Presidente da República nunca devia orgulhar-se de ocorrências que, em síntese, estão na génese da má governação e da incompetência de políticos que, como ele, desde de Abril de 1974, não tiveram arte nem engenho de acabar, ou pelo menos de atenuar, como foi a emigração...

Pedro Passos Coelho, uma criança na política, não fez mais do que imitar o seu mestre Cavaco, e vai daí, toca a soltar nova atoarda, e na falta de melhor, resolveu, também ele, fazer figura de parvo, sugerindo aos portugueses "qualificados" a emigração, que é um modo "simpático" de lhes dizer que com ele, Governo, não podem contar. Agora, imagine-se o que estará reservado* aos portugueses "(des) qualificados"...  Fantásticas e animadoras palavras, sem dúvida... 

Sejamos realistas. Actualmente, é este o nível de qualificação pessoal e intelectual dos nossos políticos, e enquanto aquilo a que só eles chamam Democracia não mudar, enquanto não permitir aos eleitores banir em tempo útil estas nulidades, a Democracia vai continuar a ser, o que sempre foi em Portugal: uma palhaçada. Pior, em muitos aspectos, do que a própria ditadura.

* Vejamos se descubro: talvez uns assaltozinhos a multibancos, ou a supermercados, não? Deduzo portanto, que  a criminalidade irá descer. Desculpem-me, mas só estou a tentar seguir a lógica deste Governo.

5 comentários:

  1. como o amigo Rui Valente se refere aqui neste blogue ao Porto Canal e à sua esperança (que também é minha) em que se venha a transformar num meio que contrarie a centralização lisboeta, levanto aqui a seguinte questão que também está relacionada com políticos: acha que é promovendo "debates" entre Renato Sampaio e o filho deputado do Luís Filipe Menezes que o conseguirão? O grande problema de muitos órgão de comunicação do Norte também é esse: são sempre os mesmos há décadas. As mesmas caras e os mesmos métodos. Uma replicação endogâmica que cheira a bafio.

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  2. Caro António,

    por enquanto, há que conceder o benefício da dúvida aos conteúdos actuais do Porto Canal. Agora, em Janeiro, altura em que será lançada nova grelha de programas, vamos ver o que nos reserva.

    Não estou muito optimista, exactamente pelas mesmas razões que o António expôs. As pessoas são as mesmas, logo, as ideias não devem ser muito diferentes. Mas, vamos aguardar. Cá estaremos para lhes dar a devida atenção.

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  3. Porto Canal:
    Em Janeiro falamos. Mais do mesmo, não, não e não! Seria o cúmulo.

    Rui, estamos feitos, que vai sr de nós, que já não podemos emigrar?

    Abraço

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  4. Eu também me estou marimbando para o pagamento da dívida, porque quem nos empresta, não passam de uns usurários ou uma espécie de agiotas, mas eu não passo de um cidadão comum roubado!... o outro, como um político, e de um governo incompetente e gastador, não tem credibilidade para dizer o que quer que seja.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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  5. Os ladrões de lisboa já nos levaram mais 191 milhões de euros do QREN e os deputados eleitos pelo Porto continuam a assobiar para o lado.
    Perguntaram ao deputado Carlos Abreu Amorim o que é que ele pensava acerca das palavras do 1º ministro por causa do assunto emigração,ele disse que as pessoas interpretaram mal o primeiro ministro,mais um eleito pelo Porto que já parece alinhado,é este o nosso fado,dass!
    cumprimentos
    manuel moutinho

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...