Pires de Lima [ex-deputado, ou administrador?] |
Em Leça do Balio iniciaram-se há dias as obras de reconversão e modernização do actual complexo industrial da Unicer, que com um investimento de 80 milhões de euros terá ali, até 2015, “a melhor fábrica de cerveja da Europa” porque dentro de dois a três anos estaremos a vender mais cerveja fora do que em Portugal.
[do Grande Porto]
Nota de Renovar o Porto:
Há casos em que o bairrismo é uma coisa positiva, mas também os há em que o excesso de bairrismo é errado, podendo tornar-se num verdadeiro atestado de patetice para uns, e um excelente negócio para terceiros.
Vejamos: sem bairrismo não há adeptos, e sem adeptos era impossível aos clubes recrutar público suficiente para encher os estádios de futebol. Temos o caso do União de Leiria e do Beira Mar que são perfeitos paradigmas de negativismo de anti-bairrismo. Não se sabe bem porquê, mas o certo é que tanto leirienses como aveirenses, são conhecidos por não serem muito bairristas, o que não significa que não gostem das suas cidades, mas é assim mesmo e o resultado vê-se no deserto dos respectivos estádios de futebol. Estão sempre às moscas. Comparativamente, o Leixões e o Boavista são clubes pequenos mas capazes de encher os campos de futebol sem grande dificuldade, porque são bairristas.
Mas já não me parece muito inteligente encher o peito de orgulho "bairrista" com os sucessos económicos e financeiros de empresários como fez ontem o JN [ler post anterior] com o Amorim, porque como já disse, é errado associá-los à abertura de postos de trabalho, e bem remunerados. O êxito de um empresário - deixemo-nos de criancices - é, em primeira instância [e em 2ª, e 3ª.], excelente para ele. Ponto.
Foi pensando em «bairrismos» desta natureza que li a notícia da Unicer no semanário Grande Porto. A empresa é forte [e não é de agora, registe-se]. Foi há poucos anos buscar a Lisboa o ex-deputado [sempre eles]Pires de Lima para substituir o anterior administrador, por sinal tão competente como ele.
Saúda-se a modernização e expansão da Unicer. Já não se compreende é que tenha deslocado da fábrica de Santarém para Leça do Balio funcionários da filial do sul, impedindo assim a admissão de trabalhadores nortenhos nos seus quadros, quando é ironicamente o Norte a região do país onde o desemprego é maior e os salários são mais baixos...
Enfim, uma vez mais, o efeito difusor só tem um sentido: não de Lisboa para o resto do país, como se apregoava, mas do Porto para... Santarém. Se no Norte houver uns fillets-mignons saborosos para degustar, sempre se pode mandar para cá alguns sulistas desempregados, que fica tudo na santa paz dos anjos.
Rui, acho que falta um dado no post. A fábrica de Santarém parece que fechou ou vai fechar e assim, em vez de irem mais 70 para o desemprego, são integrados em Leça do Balio.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana
Vila Pouca,
ResponderEliminarnão falta dado nenhum, meu caro. Sabe por quê? Porque a UNICER de Leça também teve de despedir trabalhadores aqui há uns tempos. Por isso, não me parece correcto despedir funcionários na sede - que é no Norte - para depois ir buscar os dispensáveis de Santarém para os encaixar aqui. É como eu disse, um efeito difusor invertido e acima de tudo injusto para os nortenhos.
Bom fim de semana e 1 abraço