Apesar dos miseráveis exemplos de jornalismo que temos podido observar, é exagerado afirmar que podemos viver sem eles. Podemos seguramente, dispensar a tempo inteiro todos os escrevinhadores sensacionalistas, os falsários que por aí pululam, mas já não devemos fazer o mesmo com o jornalismo de investigação sério [mas raro] que ainda se vai fazendo, porque é dessas fontes que vamos tendo conhecimento de certas falcatruas que doutra maneira teríamos muita dificuldade em descobrir.
Não é nenhuma novidade para quem lê os meus artigos sobre Pinto da Costa que o admiro mais frequentemente que o critico. E por quê? Bem, é simples: porque o retorno do seu trabalho enquanto dirigente máximo do FCPorto [e já lá vão 30 anos!] é pragmático e não carece de sofisticadas engenharias financeiras para ser contabilizado sem grande margem de erro. O FCPorto vence regularmente títulos em quase todas as modalidades, dentro e fora de portas - o que é por si um tónico para a vida desgraçada de alguns adeptos -, importa jogadores barato, exporta-os caro, e dá emprego relativamente estável a umas boas centenas [ou milhares] de pessoas com salários razoáveis, mesmo aos profissionais menos qualificados. Não seria crível pois que o seu pessoal se aguentasse anos a fio no mesmo local com salários miseráveis e sem algumas regalias, ou apenas por amor à camisola. Por conseguinte, parecem-me justos e perfeitamente objectivos os encómios que costumo dedicar a Pinto da Costa. Acalmem-se os cdc's [críticos do costume], porque não estou a dizer que ele é perfeito, como V. Senhorias reverendíssimas são...
Talvez por não se registar o mesmo equilíbrio entre patronato e funcionários na maioria das grandes empresas nacionais é que tenho alguma dificuldade em compreender a razão que levou o JN a considerar Américo Amorim a "Figura do dia" dando-lhe o título de "O nacional é que é bom", apenas porque o homem mais rico de Portugal, líder da Galpe [Energia] adquiriu a uma empresa italiana [ENI] a totalidade das acções da Setgás e parte das da Lusitaniagás, passando o activo para Portugal. As coisas colocadas desta maneira não são sérias porque ninguém melhor que os jornalistas deviam saber que em Portugal os negócios bem sucedidos dos empresários nunca foram garantia de melhor emprego para quem tem de viver só do trabalho.
Notícias como esta até podiam conter algum "sumo" caso os jornalistas conseguissem obter de Américo Amorim a resposta de saber a quantos postos de trabalho novos, estáveis, e em solo nacional, corresponderá tão festejado negócio e qual o valor remuneratório dos funcionários "menores". Ainda estou por descobrir, sempre que surgem estas notícias de sucesso empresarial, qual é a repercussão efectiva que elas produzem no nível de vida dos trabalhadores. Mas essa, é uma questão constantemente ignorada pelos jornalistas, sendo talvez a primeira que devia ser levantada, mesmo porque só uma resposta positiva e clara podia justificar a excitação com que são transmitidas notícias deste tipo.
O impacto dos grandes negócios só é relevante para a economia nacional se implicar uma significativa melhoria do poder de compra dos mais carecidos. O progresso mede-se pelos que estão no nível inferior da escala social, não pelos êxitos dos ricaços . O resto, é mais do mesmo, e batota. Os ricos muito mais ricos, e os pobres muito mais pobres. A isto eu não chamo progresso. É folclore e bajulação editorial. Só falta é saber com que objectivos. Mas talvez não seja difícil. Uma porta aberta para uns milhões de publicidade, não são negócio que se despreze, principalmente para um jornal...
Notícias como esta até podiam conter algum "sumo" caso os jornalistas conseguissem obter de Américo Amorim a resposta de saber a quantos postos de trabalho novos, estáveis, e em solo nacional, corresponderá tão festejado negócio e qual o valor remuneratório dos funcionários "menores". Ainda estou por descobrir, sempre que surgem estas notícias de sucesso empresarial, qual é a repercussão efectiva que elas produzem no nível de vida dos trabalhadores. Mas essa, é uma questão constantemente ignorada pelos jornalistas, sendo talvez a primeira que devia ser levantada, mesmo porque só uma resposta positiva e clara podia justificar a excitação com que são transmitidas notícias deste tipo.
O impacto dos grandes negócios só é relevante para a economia nacional se implicar uma significativa melhoria do poder de compra dos mais carecidos. O progresso mede-se pelos que estão no nível inferior da escala social, não pelos êxitos dos ricaços . O resto, é mais do mesmo, e batota. Os ricos muito mais ricos, e os pobres muito mais pobres. A isto eu não chamo progresso. É folclore e bajulação editorial. Só falta é saber com que objectivos. Mas talvez não seja difícil. Uma porta aberta para uns milhões de publicidade, não são negócio que se despreze, principalmente para um jornal...
O Américo Amorim, salvaguardando as devidas proporções, é uma espécie de Abramovich português. Recebeu a Galp de mão beijada e a partir daí tudo se tornou mais fácil. Não renego alguns dos méritos que lhe são reconhecidos, mas tudo começou aí, apesar das cortiças.
ResponderEliminarAbraço
Tão amigos que eles são dos trabalhadores,ainda há poucos meses despediu duzentos e tal trabalhadores numa das fábricas de cortiça,a pretexto da crise,para estes senhores os trabalhadores são descartáveis sempre que eles queiram,portanto prestar homenegem a estes tipos é ridiculo!
ResponderEliminarcumprimentos
manuel moutinho
Neste país à beira mar Plantado, há os Srs dos Milhões e os coitados dos Tostões.
ResponderEliminarOntem quem viu a reportagem da TVI 24 "Observatório do Mundo" viu como é que estes nossos miseráveis governantes esbanjam milhões em construções de barragens e outras energias alternativas que todos nós pagamos na factura da luz e que pouco ou nada de energia se aproveita!- dizem os intendidos.
Quem leva essas grandes fatias de lucros são as empresas de energia,
que nos gamam até ao tutano.
Somos Governados por incompetentes
que nem com óculos graduados Vê a trampa que fazem... e quem paga a factura somos todos nós.
O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO