Gostaria de não voltar à provocação congeminada pelo grupo Jerónimo
Martins contra o feriado do 1.º de Maio e a luta dos trabalhadores
portugueses pelos seus direitos, mas a culpabilização que por aí tenho
visto dos consumidores, na sua maioria pobres (e é desses que falo), que
literalmente assaltaram as lojas Pingo Doce para conseguir géneros
alimentares a metade do preço é, para mim, incompreensível.
É
certo que nem só de pão vive o homem, mas dizer isso a quem tem fome
(fome de pão tanto como de justiça) parece-me uma crueldade inaceitável.
Como
inaceitável é a condenação dos trabalhadores do Pingo Doce - em geral
precários e com salários brutos inferiores a 500 euros - por terem
cedido à chantagem da empresa, furando a greve para, mesmo humilhados e
ofendidos, poderem manter o emprego. Por um humilhante e extenuante dia
de trabalho terão recebido um salário/dia a triplicar, cerca de mais 30
euros; e, sobretudo (quem os culpará?), a possibilidade de obterem
também alimentos com 50% de desconto.
Alexandre Soares dos Santos
tem uma agenda política e, com total insensibilidade social e moral, pôs
as suas lojas, os seus trabalhadores e os seus clientes ao serviço
dessa agenda. Alguma coisa, além de comida a metade do preço por um dia,
os portugueses ganharam com isso: viram o rosto que está por detrás da
máscara.
Nota de Renovar o Porto:
Ontem li dois artigos sobre o mesmo assunto: Pingo Doce. Um, era da autoria de Manuel António Pina, que poderão reler aqui, e o outro era deste «iluminado», que se pode ler aqui.
Agora digam lá quem é que anda a precisar de conserto...
Eu sei o que este senhor paulo ferreira precisava,era de ir para caixa do pingo doce, porque o dono desse supermercado é muito amigo dos trabalhadores,mas tenha cuidado senhor liberal porque da maneira que as coisas estão,ninguém está livre deste liberalismo selvagem que tanto elogia!
ResponderEliminarmanuel moutinho