O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto, acusou hoje os deputados da maioria parlamentar de estarem “a trair o mandato de quem os elegeu para se submeterem ao diretório partidário”.
“Basta ver como algumas irreverências foram domesticadas na maioria e como a maioria acriticamente está a votar medidas contra as quais se proclamava contra durante o período de campanha eleitoral”, afirmou Marinho Pinto.
Em declarações à Lusa, à margem de uma palestra em Penafiel, o bastonário lembrou que "os deputados têm um duplo vínculo, ao diretório partidário que os incluiu na lista de candidatos e aos eleitores, a quem apresentaram um programa e fizeram promessas”.
Para Marinho e Pinto, quando os parlamentares estão a fazer aquilo que em campanha prometeram aos eleitores que não iriam fazer, está-se na presença de uma “negação qualificada das funções de um parlamento num estado de direito democrático”.
“É chocantemente escandaloso que os deputados assumam os interesses do partido”, disse, acrescentando:
“Sempre houve políticos que tentaram enganar os eleitores, mas o que está a acontecer hoje é mais pérfido”.
Para o bastonário, “o que se passa é uma anormalidade dentro da normalidade da democracia”.
Na palestra que proferiu perante professores e alunos daquela escola, o advogado criticou ainda o que considera ser “o populismo justiceiro” do ministério da Justiça.
Marinho e Pinto lamenta que o Governo esteja a preparar alterações ao processo penal de acordo com a vontade da opinião pública e da comunicação social.
Para o bastonário da Ordem dos Advogados, a balança da justiça “está desequilibrada”, criticando algumas detenções sem a realização prévia de julgamento.
“A justiça não é isenta”, afirmou, criticando “a colagem dos juízes aos procuradores” e o facto de a investigação criminal se ter “transformado num espetáculo”.
Para Marinho e Pinto, a propósito da violação do segredo de justiça, há hoje “promiscuidade” entre alguns jornalistas, polícias e magistrados, o que, frisou, tem provocado “verdadeiros assassinatos de caráter”.
“A justiça é uma vergonha”, observou, criticando o facto de o sistema judicial não ter acompanhado a evolução da sociedade.
Para o bastonário, “a justiça continua imóvel, soberana, soberba, sentada nos seus privilégios e tratando os cidadãos como súbditos”.
[extraído do jornal "I"]
Marinho Pinto, cuidado com essas heresias aos governantes, um dia destes vais parar à fogueira dos Inquisidores deste regime triturador.
ResponderEliminarSó é cego quem não quer ver, mas esta escumalha, está a chegar ao fim.
Mais pobres do que estamos! não é possível, já somos sem abrigo, lixo, empecilhos e números.
Abaixo todos governantes ladrões e incompetentes deste país.
O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.
Boa tarde,
ResponderEliminarO cerne da questão não está nessa ideia.
O problema está na forma caduca do nosso estado e seus representantes.
Para quando a reforma administrativa a sério e não paliativos para enganar, como a da diminuição das freguesias.
Deveria começar pelo topo:
Reforma do parlamento com círculos nominais e redução de deputados (como é possível falar-se que senão reduz dando como defesa as minorias): No EUA para 360 milhões elegem 483 para parlamento e mais 100 para o senado, e se há país de minorias são os EUA, católicos, protestante, islâmicos, mórmones , ….pretos, brancos, hispânicos, asiáticos, muçulmanos,…
Regionalizar
Acabar com as CCDR, fundir municípios, freguesias, comarcas….
Reformular / reduzir as Forças militares e para militares
A nível europeu
Eleger diretamente os dirigentes do Conselho Europeu
Criar condições para que as eleições nos estados coincidem de forma a acabar/minimizar os jogos de interesses dos países.
Uma política fiscal comum para acabar/diminuir as fugas fiscais.
Poderia dar imensos exemplos, mas quando olho para os nossos representantes (nacionais e europeus) e não vejo hipótese nenhuma disto mudar.
Nota: não me recordo de o Sr. Bastonário defender essa tese no tempo dos PAC de Sócrates (Há 35 anos que defendo estas ideia desde o tempo de estudante, mantive muitos debates com o meu prof de Sociologia).
Cumprimentos