Já aqui abordei há uns tempos o tema. Aparentemente, pode tratar-se de alguma "confusão" que se instalou na sociedade portuguesa [de modo particularmente acentuado depois do 25 de Abril], entre o significado das palavras traição e bufonaria. Volto hoje de novo ao assunto, "inspirado" por uma notícia do jornalista Nuno Miguel Maia publicada no JN, cujo título, em letras garrafais, rezava assim: "COLEGAS E ESCUTAS TRAÍRAM GNR CORRUPTOS". Logo mais abaixo, em subtítulo, prosseguia: "Os 4 militares da GNR presos pela PJ por suspeitas de corrupção foram traídos pelos colegas, que os denunciaram, e por escutas telefónicas, das quais decorrem indícios de terem recebido "luvas" de chineses" (sic).
O referido jornalista, que já se celebrizou negativamente pela forma pouco criteriosa como publicou certas notícias, parece querer ver as coisas ao contrário. Quando foi da caça às bruxas montada pela comunicação social centralista a Pinto da Costa, que despoletou o miserável processo "Apito Dourado", este mesmo rapazinho - que presumo ser do Porto - não se coibiu de copiar o mesmo tipo de difamações que os pasquins de Lisboa publicavam sobre o presidente portista, que como todos estamos lembrados, foram inqualificáveis. Deve pois tratar-se de um daqueles espécimes que abundam no nosso país, que andam a colocar a reputação dos verdadeiros jornalistas numa situação vergonhosa. Adiante.
Se consultarmos um bom dicionário de português verificaremos que o significado da palavra traição quer dizer: acto desleal, perfídia, aleivosia, infedilidade, emboscada, etc. Ora, voltando à notícia do JN, salvo melhor interpretação, traidores não foram os colegas que denunciaram os GNR's corruptos, como foi publicado, mas foram, isso sim, estes últimos, que traíram a instituição à qual juraram servir com honra e lealdade. Além disso, traíram os próprios colegas sérios. Esta inversão de valores é recorrente a este nível de jornalismo, e explica em parte o abandalhamento a que hoje chegaram muitos profissionais da comunicação social. Lamentavelmente, mesmo aqueles [poucos] jornalistas mais rigorosos, não têm feito nada de verdadeiramente importante para se demarcarem desses que andam a enxovar-lhes a profissão. Este laxismo só pode dever-se a duas coisas: ou é por corporativismo irresponsável, ou por medo de represálias [o que não deixa de ser uma cobardia]. Às tantas, os tais bons elementos, também pensam que denunciar colegas maus profissionais pode ser interpretado como um acto de traição, ou de bufonaria...
A propósito, vejamos agora também o que diz o dicionário Augusto Moreno sobre bufo: acção de bufar, homem avarento ou misantropo, polícia secreta, beleguim, burlesco. Como facilmente se conclui, esta palavra pouco tem a ver com a outra (traição), mas a qualificação que erradamente lhe querem dar, é a de um sinónimo, o que, diga-se de passagem, em nada abona a instrução do (bom) jornalismo.
Se juntarmos a este "magnífico" exemplo de como não deve fazer-se jornalismo aquilo que todos os dias vemos nos jornais desportivos e nos próprios programas do mesmo tipo, onde é privilegiado de uma forma descarada [sim senhor Presidente da República & Companhia] o Benfica, remetendo para segundo plano o FCPorto, que nos últimos 30 anos superou o clube lisboeta em número de títulos, tanto dentro de portas como internacionalmente, teremos o retrato completo do verdadeiro nível de jornalismo que hoje se faz em Portugal. E os (bons) jornalistas consentem, porque calam.
Como querem que os portugueses acreditem no futuro de um país, com gente tão ordinária?
Se consultarmos um bom dicionário de português verificaremos que o significado da palavra traição quer dizer: acto desleal, perfídia, aleivosia, infedilidade, emboscada, etc. Ora, voltando à notícia do JN, salvo melhor interpretação, traidores não foram os colegas que denunciaram os GNR's corruptos, como foi publicado, mas foram, isso sim, estes últimos, que traíram a instituição à qual juraram servir com honra e lealdade. Além disso, traíram os próprios colegas sérios. Esta inversão de valores é recorrente a este nível de jornalismo, e explica em parte o abandalhamento a que hoje chegaram muitos profissionais da comunicação social. Lamentavelmente, mesmo aqueles [poucos] jornalistas mais rigorosos, não têm feito nada de verdadeiramente importante para se demarcarem desses que andam a enxovar-lhes a profissão. Este laxismo só pode dever-se a duas coisas: ou é por corporativismo irresponsável, ou por medo de represálias [o que não deixa de ser uma cobardia]. Às tantas, os tais bons elementos, também pensam que denunciar colegas maus profissionais pode ser interpretado como um acto de traição, ou de bufonaria...
A propósito, vejamos agora também o que diz o dicionário Augusto Moreno sobre bufo: acção de bufar, homem avarento ou misantropo, polícia secreta, beleguim, burlesco. Como facilmente se conclui, esta palavra pouco tem a ver com a outra (traição), mas a qualificação que erradamente lhe querem dar, é a de um sinónimo, o que, diga-se de passagem, em nada abona a instrução do (bom) jornalismo.
Se juntarmos a este "magnífico" exemplo de como não deve fazer-se jornalismo aquilo que todos os dias vemos nos jornais desportivos e nos próprios programas do mesmo tipo, onde é privilegiado de uma forma descarada [sim senhor Presidente da República & Companhia] o Benfica, remetendo para segundo plano o FCPorto, que nos últimos 30 anos superou o clube lisboeta em número de títulos, tanto dentro de portas como internacionalmente, teremos o retrato completo do verdadeiro nível de jornalismo que hoje se faz em Portugal. E os (bons) jornalistas consentem, porque calam.
Como querem que os portugueses acreditem no futuro de um país, com gente tão ordinária?
É o país que estamos a REFUNDAR, jornalistas que não são mais do que moços de recados de alguns,os que deviam denunciar estas situações, não o fazem com medo de perder o emprego,e cada vez vai ser pior, até um salazar de ocasião tomar conta disto, e então já vai ser tarde, infelizmente es tamos a voltar ao tempo do lápis azul muito rápidamente.
ResponderEliminarAbraço
manuel moutinho
Não sei se é ligeireza, incompetência ou má-fé.
ResponderEliminarE como ninguém o chama à responsabilidade, ele vai voltar a estas tropelias... Salvo raras excepções, o jornalismo está muito mal e vai ficar pior.
Um abraço
Bom, se eles Traíram os colegas é porque estavam metidos dentro do mesmo saco, mas como não estavam, e simplesmente sabiam, Bufaram.
ResponderEliminarNão sei se tenho razão, mas é o que me parece.
O jornalista e GNRs corruptos, todos lá para dentro.
O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.
O Porto é Grande, parte de um princípio errado, que é, não admitir que a denúncia dos guardas tenha sido motivada por razões de DEVER, e retirar tal conclusão é, no mínimo abusivo.
ResponderEliminarÉ verdade que hoje em dia há cada vez menos pessoas honestas, mas é sensato admitir que ainda existam. Além disso, a notícia não fazia qual alusão a tal hipótese.