14 novembro, 2012

O povo saberá mesmo, quais os partidos que o têm tramado?

Sei, por experiência própria, o quanto é difícil convencer os eleitores a envolverem-se na actividade política, ou então simplesmente a votarem nos partidos fora do chamado arco do poder [PS/PSD/CDS], como alternativa de governo. A verdade seja dita também, que com as difíceis condições de vida que uma grande maioria de portugueses leva, e com as sucessivas decepções que têm sofrido com a classe política, é irrealista esperar que sintam muito entusiasmo para alterar tal comportamento. Apesar disso, penso que podiam fazer melhor, pelo menos participar activamente em novos projectos, como por exemplo, o da Regionalização.

Completaram-se praticamente dois anos em Maio, quando lancei o desafio a Pedro Baptista para liderar um movimento em defesa da Regionalização, visto ser das poucas figuras públicas do Norte que falava abertamente e sem medo sobre o assunto. Para minha surpresa, o convite foi aceite, e pouco tempo depois, juntamente com o Dr. Anacoreta Correia, o meu saudoso amigo Rui Farinas, e mais dois jovens voluntariosos, estávamos reunidos numa sala da sua casa, para discutir os primeiros passos daquilo que viria a ser o Movimento Pró Partido do Norte. Já antes houvera no NorteShopping um 1º. encontro de apresentação, onde também esteve o amigo Vila Pouca, o Rui Farinas, o Arqº. Alexandre Ferreira,  Miguel Barbot, e claro, o Dr. Pedro Baptista. Entusiasmo não faltou, mas seria sol de pouca dura...

Por razões de ordem particular, alguns de nós tiveram de se afastar, embora investidos da melhor vontade para colaborar com o Movimento, pelo menos para tentar dar-lhe a dinâmica que um projecto desta natureza sempre necessita, sobretudo na fase de arranque. O Rui Farinas, do alto dos seus 80 anos [àquela data],  foi um dos maiores entusiastas na recolha de assinaturas, mais parecendo um rapaz de 20 anos... Além disso, participamos em várias reuniões no Clube Literário do Porto, onde compareceram, além dos principais fundadores [Pedro Baptista e Anacoreta Correia] algumas figuras públicas portuenses, como Paulo Morais, Carlos Abreu Amorim [vejam onde ele está agora!], Narciso Miranda, e muitos outros que agora não recordo. Pouco tempo decorrido, começaram as primeiras fracturas, algumas delas sustentadas no "mau feitio" do líder principal, segundo o qual parecia conter "anti-corpos", que é coisa que ainda hoje estou sem saber o que seja. A única que posso admitir é que a Pedro Baptista lhe falte o low-profile e a costela de hipocrisia que define o vulgar político, mas por outro lado acho que compensava essa "lacuna" com uma frontalidade rara. Coisas a que o tradicional espírito de enguia dos políticos não dá valor, e o Zé Povinho não está habituado. O Movimento mantem-se, embora hoje dirigido pelo José Ferraz Alvez, ainda que sem a visibilidade que se esperaria [o dinheiro não cai do céu, e estas coisas são caras].

Voltando de novo à indiferença do povo pela participação na vida pública, e à alergia que continua a mostrar por novos partidos políticos, também há que referir outra realidade: os partidos da oposição [PCP, Bloco de Esquerda e PEC-Partido Ecologista so Verdes], não se esforçam muito para conquistar a confiança do povo! Sendo todos eles excelentes comunicadores, não se entende lá muito bem por que é que ainda não se decidiram a persuadir o eleitorado a votar nos respectivos partidos. Por vezes, fica-se com a impressão que preferem manter-se assim, no conforto da oposição, dando parcialmente razão às velhas raposas dos partidos conservadores, que não têm capacidade para apresentar propostas credíveis de governo. A tarefa é árdua, mas não impossível. Basta que saibam convencer o povo com propostas assentes na realidade do nosso país e adaptar a rigidez das suas doutrinas a uma Europa onde o comunismo, bem, ou mal, parece não querer fazer escola. Afinal, sempre é mais fácil isso, do que um Movimento [como o Pró Partido do Norte], sem recursos financeiros, nascer do nada, conseguir impor a Regionalização a nível nacional, num país onde o centralismo é dos mais ferozes do continente europeu. Por que não pegam eles na bandeira?

  

3 comentários:

  1. Eles não querem a regionalização, porque não dá visibilidade, assim sempre vão até lisboa dar uns passeios,fugir à família,dá-lhes um ar mais importante estar em lisboa do que na terra onde nasceram, basta ver alguns parolos que agora andam lá pela capital armados em importantes, a fazer figuras tristes, veja-se o caso do CAA, até mete nojo.Eu assinei a petição para a formação do MPN,pela internet, e tinha esperança que agora iamos conseguir um movimento forte pela regionalização, mas pelos vistos, as pessoas preferem ser enganadas pelos aldrabões do costume.Pode ser que um dia descubram que não vale a pena continuar a manter estes na gamela, e descubram o rumo certo.
    Abraço
    manuel moutinho

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  2. Tive esperanças que depois daquelas grandes manifestações de 15 de Setembro alguma coisa ia mudar, mas não, tudo continua igual. Caminhamos alegremente para o abismo, a cada dia que passa a situação piora, os indicadores cada vez são mais preocupantes e quem de direito não faz nada.

    Quando se criam condições tão complicadas, quando, salvo raras excepções, ninguém quer queimar os dedinhos, fica difícil o aparecimento de alternativas.
    O MPN é o melhor exemplo.

    Abraço

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  3. Nenhum destes partidos tradicionais portugueses querem regionalização, o que eles querem é ter o chefe em Lisboa a controlar tudo e todos.

    Uma vez em conversa com o Álvaro Cunhal alguém falou por mero acaso no Porto capital do Norte, em que ele AC exclamou o que é isso do Porto capital do Norte!..
    Há muita pirataria nestes partidos, o que eles querem é tomar conta do Barco para meterem lá os amigos.

    O que muitos querem é mudar para ficar tudo na mesma.
    Eu já não acredito nestes papagaios políticos da nossa praça.


    Quando se fala na regionalização e partidos como MPN, lá aparecem os enganadores do nosso Burgo a marcar presença. Muito envergonhados estes senhores o que querem é poleiro, são profissionais do tacho.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...