15 março, 2013

O que falta para eles poderem falar seriamente de responsabilidades



«Apurar a identidade do responsável por este lastimável estado de coisas só não é fácil porque não se trata de uma só pessoa, mas sim uma longa lista de criminosos, onde constam Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates e Passos Coelho, isto é, todos os primeiros-ministros (e respetivos ministros das Finanças e da Defesa) que inscreveram nos seus programas de Governo a privatização do Estaleiros de Viana e não só não cumpriram essa promessa como não conseguiram evitar a sua decadência».  

É bem verdade o que  vem escrito no JN de hoje, numa parte do artigo de Jorge Fiel que pode ser lido na íntegra aqui. Mas é curto. 

Em Portugal, habituamo-nos a discutir a floresta, sem nunca querer cuidar da árvore. Eu sei, e milhares de portugueses sabem-no também, que os piores criminosos não são aqueles que arrombam as caixas de multibanco, ou os que recorrem às armas para assaltar ourivesarias.  Não quero com isto dizer que este género de facínoras não sejam perigosos,  que não devam ser detidos, julgados e condenados. Quero sim dizer, que comparativamente aos citados na crónica de Jorge Fiel, os bandidos de rua, apesar de andarem armados arriscam muito mais e assassinam muito menos, que os bandidos que tomaram conta do país mascarados de governantes. 

Aliás, os anos que se seguiram ao 25 de Abril, contrariamente ao expectado, não foram de democracia, mas sim o tempo de aprendizagem necessário para os políticos se habituarem a exercer a ditadura num clima de aparente paz e liberdade, sem repressão aparente. Se houve cedências do actual  regime em relação ao Estado Novo, foi na criação de partidos políticos e na liberdade de votar. A partir daí,  com a entrada de Portugal numa Comunidade Europeia em processo de falência ascensional  os políticos que tiveram acesso ao Governo pouco mais fizeram do que zelar pelas suas carreiras pessoais e destruir o espírito mais puro da Democracia [que é representar, agir, falar e decidir, em nome do povo, e para o povo].  Como, já referi várias vezes, os nossos governantes não têm maturidade cívica para poderem ser confiáveis com as leis que temos, precisam de ser controlados pelos cidadãos, e esse controlo não pode estar condicionado por mandatos tão longos e com a simples alteração do voto. 

Os governantes, além de controlados, precisam também de pagar pelos seus actos irresponsáveis,  e essa é a parte que falta à Democracia. Por isso, é que disse anteriormente que não discutimos a árvore. Os debates nos media provam-no. Discute-se sempre a política a jusante e não a montante, como devia. Hoje, os portugueses foram indecentemente "convencidos" que viveram TODOS acima das suas possibilidades, que andaram TODOS a gastar demais, e nem sequer ousam contestá-lo. Os governantes, e também alguns comentadores avençados, conseguiram impingir esta treta na cabeça do povo, e nem sequer se coíbem de o repetir, mesmo depois das asneiras incessantes,  das acções homicidas do Governo... Os jornalistas multiplicam as entrevistas, mas não vão ao fundo da questão, que era obrigar os entrevistados com responsabilidades políticas a responder às perguntas que de facto mais os incomodam, isto é, perguntar-lhes o que pensam do facto de não serem responsabilizados pelas suas acções criminosas contra o Estado, como nos escândalos na Banca [BPN/BCP, e outros] e, pelo contrário, beneficiarem as carreiras em termos promocionais e financeiros, mesmo depois de não cumprirem capazmente com os seus deveres [o actual Presidente da República e o vice-governador do Banco Central Europeu, que o digam...].

Por todas estas razões, ouvir Cavaco, Sócrates e Passos Coelho soa aos meus ouvidos como uma bomba. É insuportavelmente torturante, é um vómito! Há presidiários a cumprir castigo muito mais decentes e honestos que eles, não tenho a mínima dúvida. E no entanto, estes assassinos, os principais responsáveis pelo aumento de suicídios e homicídios do país, mandam em nós! Como podemos nós almejar FUTURO para um país nas mãos de gente desta natureza? Só se emigrarmos, como, aliás, eles gostam muito de "aconselhar"...            

1 comentário:

  1. Este país está para os anões, colocam umas almofadas debaixo do cu, usam sapatos de tacão alto ou colocam-se em bicos dos pés, e é vê-los, deitar faladura, ganhar milhões, como se não tivessem nada ver com isto e a culpa fosse do zé pagode que vivia acima das suas possibilidades.

    Abraço

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...