14 março, 2013

Um FCPorto, sem alma nem milhões

Não era este o tema com que imaginava retomar a actividade no Renovar o Porto, nem com este estado de espírito. O FCPorto, tem sido estes últimos anos o oásis que os portuenses de gema não tiveram através da política, e é também por isso que se torna mais doloroso lidar com o afastamento inglório da Champions, de mais a mais com uma equipa que lhe era [e é] inferior.

Não sou, nem gosto, dos que à mais ligeira brisa começam logo a desancar no treinador, mas também não alinho no discurso politicamente correcto de defender o treinador quando ele não merece ser defendido. Se Mourinho hoje goza da reputação, talvez megalómana e exagerada, de "melhor treinador do Mundo", deve-o a si mesmo, aos seus êxitos, dentro e fora de portas, à sua grande capacidade de liderança, e ninguém  parece incomodar-se com isso, inclusivé o próprio. Então, pela razão inversa, também me parece normal que quando as coisas não lhe correrem tão bem, encontre poder de encaixe para aceitar as críticas, porque a vida não é sempre côr de rosa, embora felizmente para ele se mantenha mais tempo nesse tom, do que para maioria dos portugueses...  Mas, ontem, não era Mourinho o treinador, era Victor Pereira, e sem querer estabelecer comparações, se o primeiro como Homem me parece pouco fiável, o outro, nesse capítulo aparenta maior solidez, mas isto são meras aparências, porque o André Vilas Boas também dizia estar na cadeira de sonho, e no entanto, trocou-a sem pestanejar, assim que do Tottenham lhe acenaram com a cadeira dos milhões. 

Ora, se Victor Pereira me parece uma pessoa bem formada, como treinador, sabendo embora muito de futebol, falta-lhe um detalhe, que tenho como fundamental para se ser um treinador de top: a capacidade de liderança. Sem querer entrar nas incidências do jogo de ontem, que só teve Porto, durante os primeiros 10/ 15 minutos, houve um momento, quando a equipa resolveu recuar (vá-se lá saber porquê) e oferecer a batuta do jogo ao adversário, que pensei cá para mim "isto vai dar asneira", porque logo associei o mau pressentimento à habitual incapacidade de Victor Pereira intervir em tempo útil, enquanto o jogo decorre, e quando os jogadores subitamente resolvem "ausentar-se" do jogo, como aliás aconteceu demasiadas vezes no campeonato nacional em jogos cruciais e que já nos afastou 2 pontos do nosso principal adversário.

Para além da tristeza pelo fim do "oásis europeu", agora, vamos viver no fio da navalha até ao fim do campeonato, angustiados com o futebol intermitente do FCPorto, sem aquela confiança que sempre caracterizou o nosso grande clube. Nós não estamos habituados a fados, isso é lá mais para baixo, para a terra dos calimeros e incendiários. A "eterna mocidade", de Amélia Canossa, é um hino maravilhoso, não é  (e ainda bem) um fado...

Por isso, Victor, ao contrário do que possas pensar, às vezes é preciso dar uns puxões de orelhas, é preciso  dizer o que se quer, e principalmente o que se não quer, aos jogadores. Mas tu, precisas de ter a certeza que eles te ouvem, e se não a tiveres, tens de aprender a dizer-lhes "não" quando fõr caso disso.

Sabes, ao contrário do que muitos pensam, dizer "sim" é sempre mais cómodo. Vá lá, fá-los comer a relva se necessário fôr, mas ganha-me este campeonato! Não te deixes dominar pela equipa, domina-a tu!

Allez!


3 comentários:

  1. Excelente blogue.
    Dei uma vista de olhos ao http://ascasasdoporto.blogspot.com/ e vejo o Porto da Minha Infância numa total degragação....Continue . Abraço Tripeiro

    ResponderEliminar
  2. Independentemente dos amores e desamores, Málaga foi marcante, um jogo que define e influencia decisões.

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Um treinador que falha nos grandes momentos, não pode ser um grande treinador.
    No jogo com o Málaga deu um prejuízo ao clube de 3,9 milhões de euros, porque não passou. Deixou má imagem em Espanha.

    Num jogo em casa teve possibilidades de ficar a 2 pontos do Rival empatou; Vai Avalade Fazer uma péssima exibição empatou.

    Nos jogos no Dragão é um suplício com equipas fechadas: Joga a passo pró lado, para traz, e depois diz que tem muita posse de bola! mas não faz golos.

    Andou aí algum tempo que parecia que ia encarreirar, mas depois voltou à forma dele.

    A minha opinião é: ( até pode ser campeão) não tem carisma para um grande clube como é o FCP, fala de mais não passa a mensagem, não tem um plano B joga sempre da mesma maneira.

    No FCP qualquer treinador aleijado pode ser campeão,( foram muitos que lá passaram e que nunca tinham ganho nada em lado nenhum) o que não se pode é inventar.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...