27 maio, 2013

Se eu fosse 1º.Ministro

1º.Ministro por fora. E por dentro?

Chamem-me bota de elástico, anti-democrata, o que quiserem, que a minha opinião não muda.  Os 39 anos vividos em democracia bastam-me para concluir que é preciso fazer muito mais do que se fez até agora, para a credibilizar e aperfeiçoar. Não sou dos que fazem profissão de fé das palavras de Churchill, quando disse que "a democracia era o pior dos regimes à excepção de todos os outros", porque se o fizesse, seria o mesmo que renunciar ao progresso. Há quem use a citação desse notável estadista exactamente para se aproveitar das debilidades da nossa democracia, que são muitas.

Se  fosse 1º. Ministro/Presidente Partidário - cargo para o qual, declaro não ter aptidões, nem vocação -, punha fim a certas liberdades, confusamente consideradas democráticas... A primeira decisão que tomaria, era perguntar aos putativos candidatos a governantes [militantes partidários] se estavam profundamente conscientes das responsabilidades inerentes aos respectivos cargos, e pedia-lhes para as descreverem. A partir daí, e em conformidade com as respostas, faria uma selecção primária dos candidatos, descartando desde logo os que tivessem respondido com fraca convicção. Àqueles que passassem com distinção o rastreio prévio [calculo que muito poucos], colocava-lhes uma segunda questão, que consistia em saber se estariam disponíveis para desempenhar funções governativas e políticas,  em regime de exclusividade. Os que respondessem afirmativamente manter-se-iam na corrida a um hipotético elenco,  mas seriam imediatamente confrontados com um pequeno grupo de Regras Estatutárias, entre as quais constaria a obrigatoriedade de renunciarem à participação em programas de debate e opinião desportivos, na qualidade de adeptos, fossem eles televisivos, radiofónicos, ou apenas jornalísticos. Esse impedimento estatutário manter-se-ia em vigor, enquanto estivessem ligados ao partido e a cargos públicos. Quem infringisse as regras, ou as recusasse, seria imediatamente irradiado do partido e impossibilitado de lá voltar, porque não faria falta.

Não estou certo que a prova final decorresse sem contestação, e nesse caso, teria de repetir o recrutamento, pois era sinal que as respostas tinham sido dadas com oportunismo, e não com a convicção que se impunha. Ter de explicar aos contestários as razões daquelas regras, significaria de per si, que eles não atingiam a dimensão e a dignidade do cargo que se propunham desempenhar. Teria de gastar tempo a explicar-lhes que um político deve ter uma postura acima da clubite. Que não pode convencer o povo a acreditar nas suas propostas e ao mesmo tempo ir para a televisão trair  esse mesmo povo, apenas porque tem de "defender" o clube da sua simpatia. Sobretudo, quando o fair-play não faz parte da programação das régies, deixando passar uma imagem de pessoas vulgares, de fraca rectidão... Teria de lhes dizer, que não é desse tipo de políticos que o povo precisa, e que essa não é tarefa que compita ao líder do partido resolver, mas sim aos paizinhos, desde pequeninos, administrando-lhes uma educação exemplar. Portanto, teria de os excluir, e escolher outros protagonistas. Tarefa árdua, a minha, eu sei...

O mais provável, é que se sentissem vitimizados, como aliás, agora está na moda vitimizarem-se os próprios criminosos. É natural, mas não é digno. Decerto me teriam como uma "ave rara", uma espécie de ovni, mas teria de ser mesmo assim. Eu só avançaria, com essas condições, quem não aceitasse as regras, ser-lhe-ia  indicada a porta de saída, simplesmente. 

E se quisessem saber os porquês de tanta austeridade, pedia-lhes que tentassem descobrir por que é que hoje, ninguém respeita ninguém. Nem a figura institucional do Presidente da República... É que para vestir certos fatos, não é o corpo que tem de encaixar, é o que vem lá dentro.

2 comentários:

  1. Eu iria mais longe, criava também um tribunal e uma prisão para todos políticos e mandantes que se aproveitassem da democracia para seu próprio interesse, ou, os candidatos para mandarem neste país, que vigarizassem o povo nas campanhas eleitorais, com penas duras de prisão para darem o exemplo.

    A grande maioria que nos governa, não passam de uma canalhada sem formação que vêm para a política ainda de calções sem experiência e sentido de estado e por isso só fazem merda.

    Que se lixem democracias destas.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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  2. E eu votaria nesse Primeiro-Ministro sem hesitações.

    Abraço

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...