04 junho, 2013

Parte de um artigo do jornal MARCA, sobre Pinto da Costa

PINTO DA COSTA
Quem conhece bem Pinto da Costa [Porto 1937], acredita que o desencontro público protagonizado esta temporada por Mourinho e algumas figuras do Real Madrid, nunca teria ocorrido no FCPorto. O argumento é simples: nada está acima do Presidente, que acaba de iniciar o seu 13º.mandato sem que ninguém ouse enfrentá-lo.

Durante o verão de 2002, na sua 1ª.temporada completa no banco, Mourinho decidiu sentar Victor Baía. O guarda-redes e capitão, consciente da sua enorme popularidade junto dos adeptos, retaliou ao treinador através dos media. Quando o Presidente interveio, a ruptura parecia irreparável. No entanto, em poucas semanas, todas as partes estavam satisfeitas. Baía foi sancionado, mas recuperou a titularidade. Dois anos mais tarde, treinador e guarda-redes tinham somado duas ligas, uma taça UEFA e uma Champions, ao seu palmarés. 

Hoje Mourinho concede ao seu descobridor o qualificativo de TOP, a mais alta distinção do escalão mourinhista. "Tal como há um grupo de eleição para jogadores e para técnicos, também os há para presidentes. Nesse grupo Pinto da Costa, está no top", assegurou na revista oficial do FCPorto, na qual revelou como o presidente o convenceu a continuar no clube depois de ganhar a taça UEFA. "Por acaso não te sentes capaz de ganhar a Champions com o FCPorto?", desafiou-o, quando o técnico já tinha as malas feitas. "Acertou, porque me tocou no orgulho. "Estou-lhe grato pela inteligência e pela persuasão", recorda Mourinho.

Quem conviveu com ele, distingue duas pessoas. Jorge Nuno, um homem próximo, amável, culto e amigo de recitar poesia. E Pinto da Costa, um presidente - profissional desde 1998 - que dedica 24 horas por dia ao FCPorto e que não se detém perante nada nem ninguém na hora de defender os seus interesses, capaz de desentender-se até com o seu filho, por assuntos relacionados com o clube. Um dirigente que em três décadas acumulou um palmarés mais amplo do que o de importantes clubes europeus e cuja gestão levou o Presidente da República portuguesa a dizer que o país devia reger-se "à imagem do FCPorto"

Pinto da Costa construiu a sua imagem a partir de um excepcional olho para os bastidores e uma mão de ferro para os negócios. Por detrás da primeira qualidade há uma inquestionável sabedoria futebolística. O caso de Ricardo Carvalho ilustra-o bem. Os técnicos achavam-no demasiado frágil para ser central. O presidente exigiu que fosse recuperado do Alverca, onde fora cedido. Três anos, duas Ligas, e uma Champions depois, era transferido para o Chelsea por 30 milhões.

A sua intuição não se limita só a futebolistas, lançou para o estrelato treinadores, como Mourinho e Villas Boas, incluindo directores. Antero Henrique, director desportivo desde 2005, que muitos responsabilizam pelas últimas operações do FCPorto, era o dirigente da revista do clube e agora é o delfim do presidente.

Atrás da sabedoria ocultam-se  muitas horas de trabalho e uma ampla rede de olheiros, especialmente na América do Sul. "Dedica 24 horas do dia ao clube e sempre vai ver pessoalmente os jogadores antes de contratá-los. Vê como jogam, mas também com que gente se envolvem. É muito criterioso com os aspectos pessoais", conta o periodista Bruno Prata. Quando se equivoca, e já lhe aconteceu, especialmente com os técnicos, reconhece o seu erro e corta o mal pela raíz.  O italiano Luigi del Neri sentiu-o na pele. Foi demitido antes de dirigir a primeira partida. Levava mês e meio, mas as informações que chegaram aos ouvidos do presidente sentenciaram-no. Quando toma a decisão não volta atrás, mas a partir daí respeita a independência dos técnicos. É pelo menos isso que garantem os treinadores consultados pela MARCA. "Nunca tive conhecimento que tenha tentado interferir no trabalho de um treinador. Pelo contrário, dá muita confiança", afirma Domingos Paciência, que foi jogador do FCPorto.

Os que se sentaram com ele a uma mesa sabem até que ponto pode ser duro a negociar. Richard Moar, director desportivo do SuperDepor, passou 2 noites na sua residência negociando uma operação que não foi concluída. "É muito duro, se a oferta inicial não chega aos 85% nem sequer te recebe. Marca sempre os tempos, conhece muito bem o comprador, joga com a pressa com que os grandes se dispõem a ir com os jogadores importantes e puxa a corda até ao limite em alterar o gesto". Os amigos explicam essa sua frieza com o seu excessivo sentimentalismo. "Ele realmente afeiçoa-se pelos seus jogadores, por issolhe custa tanto vendê-los", assegura Paulo Futre, com quem protagonizou um dos seus primeiros romances. O temperamento namoradeiro de Pinto da Costa não se limita ao futebol. O presidente casou-se por 4 ocasiões, duas delas com a mesma mulher. A 28 de Julho celebrará o seu 1º aniversário com a brasileira Fernada Miranda, de 26 anos.

Disse não à política  
Mas os 31 anos que leva à frente do clube não se explicam apenas com essa dupla faceta de caçador de talentos e negociador. De facto, há quem assegure que a sua habilidade não é tanto a de descobrir talentos como de as forjar. "Soube investir bem no mercado, mas sobretudo criar as condições para que o jogador possa render o máximo. Criou uma estrutura de gente unida e que trabalha 24 h por dia para o clube e para que o jogador se sinta protegido", assegura Octávio Machado, segundo de Artur Jorge, durante quase uma década, e 1º.treinador na de 2001/2002. Machado* sustenta que parte do mérito de Pinto da Costa consiste em ter sabido aproveitar a "excessiva fragilidade" dos seus adversários.

Futre valoriza essa protecção, mas também destaca o respeito que a sua figura infunde e o extraordinário controle em tudo o que respeita ao clube. "Se um jogador toma um copo a 50 Kms da cidade, ele tem conhecimento". E se algo assim ocorre, as consequências são imediatas: "é muito carinhoso com os futebolistas e dá-lhes tudo o que querem, mas não o podes decepcionar". Isso sim, a roupa suja, lava-se sempre em casa. "No FCPorto nunca há escândalos. O presidente lida muito bem com os media, e os problemas nunca saem cá para fora", conta Futre.

O presidente do FCPorto gosta de ter tudo sob o seu controle. Conta-se que quebrou um contrato com Carlos Alberto Parreira porque suspeitava que alguém das suas relações tinha filtrado para um jornal a notícia da sua contratação... 

Nota de RoP:

Este artigo, que extraí e tive a paciência de traduzir, do jornal desportivo MARCA, não termina aqui, embora pouco falte. A parte que resta, e que me recuso reproduzir, mais não é que o resultado  do venêno expandido pela campanha de má lingua e conspiração levado a cabo pelos media lisboetas, com a cumplicidade de ex-colaboradores, e ex-amantes ressabiadas de Pinto da Costa. 

Para esse peditório eu não dou. Fica a parte mais credível, e a mais importante.

* Machado, o Octávio, é um dos testas de ferro preferidos dos conspiradores para mal-dizer sobre Pinto da Costa. Mas, já ninguém o leva a sério.

1 comentário:

  1. Que mais há acrescentar, de uma figura mundial do futebol que vai ficar para a historia.

    Só uma personalidade forte e inteligente como a do Sr Nuno Pinto da Costa, (o presidente o Papa) é que poderia e pode ir tão longe, como ele foi, fazendo do FCP uns dos maiores clubes do mundo.

    Há por aí uns macacos de imitação que querem ser como ele, mas não passam de umas fotocopias de papel higiénico.

    O grande Presidente ao dar a mão, a oportunidade, a alguns lacraus, azeiteiros e pobres coitados, criou uns monstros que tanto blasfémam e fazem mal ao FCPorto, é essa a paga, a gratidão, de quem lhes deu de comer à mão.

    Como dizia o filósofo: "A vida só vale ao homem, por aquilo que o homem vale na vida".

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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