20 outubro, 2013

FCPorto ganha, mas sem afinar a máquina


TAÇA DE PORTUGAL - FCPorto - 1, Trofense 0

Ponto primeiro: o facto de não ser treinador de futebol não pode inibir-me de dizer o que penso quando vejo o FCPorto jogar. E isto, é válido para qualquer espectador e para qualquer espectáculo.

Continuo sem perceber o que impedirá Paulo Fonseca de rectificar as asneiras que jornada após jornada, os jogadores insistem em cometer. Refiro-me à lentidão dos movimentos atacantes, ao abandono progressivo de pressionar na frente os adversários, à qualidade do passe, e sobretudo à descoordenação nas acções ofensivas. Duvido que outros espectadores não tenham a mesma percepção, porque isto salta por demais aos olhos. E não me venham com a desculpa que no jogo de ontem entraram atletas de outros escalões [da equipa B], porque em jogos anteriores para o Campeonato e para a Champions acontece exactamente o mesmo. Aliás, até foram alguns da B que estiveram melhor em campo, sem no entanto encantarem.

Tenho sempre sérias reservas quanto às qualidades técnico-tácticas de treinadores que não conseguem melhorar em tempo útil os vários aspectos negativos da equipa, tanto em termos individuais como colectivos. As reservas advêm precisamente do facto de não observarmos evolução nesse sentido de jogo para jogo. 

Parece-me haver vários pontos a melhorar. Primeiro o psicológico, que consiste entre outros aspectos, em mentalizar o grupo de trabalho para a necessidade de manter o ritmo competitivo depois de conseguido o 1º. golo, pelo menos até conseguir o 2º. Nota-se aqui uma  desconexão flagrante, tanto em concentração competitiva, como na confiança . Este facto tem sido recorrente em quase todos os jogos, contribuindo frequentemente para a perda de qualidade do espectáculo, e para uns ais Jesus de sofrimento e de insegurança nos últimos minutos de jogo, mesmo em nossa casa. 

Outro aspecto que não me parece estar a ser devidamente tratado é com os passes de risco para trás e a despropósito, quase sempre fonte de possíveis dissabores para o sector recuado da equipa.  No capítulo atacante é notória a pobreza de treino específico desses movimentos. Quando um jogador corre com a bola no sentido da baliza adversária, não só falta velocidade como os destinatários não sabem bem para que lado se desmarcarem, obrigando muitas vezes o portador da bola a parar e a optar por passar para trás, ou para o lado por não dispor de linhas abertas.  Quando isto não acontece, fazem-no de forma atabalhoada, umas vezes corre bem, mas outras perdem a bola com aparente facilidade criando muitos calafrios na defesa. Se isto não denuncia falta de rotinas e persistência de treino específico, o que é que denuncia?

O que é curioso é que nos jogos da pré-época, em que teoricamente a responsabilidade era menor e o treinador ainda mal conhecia os jogadores, a equipa não só venceu outras boas equipas, como produziu um futebol muito agradável para o momento, que era altamente promissor.

Então, o que se estará a passar? Os jogadores desaprenderam? Será que quanto maiores são as responsabilidades, maior é a inibição?  Será que nos está reservado mais uma época de sofrimento e desprazer, como no ano transacto?

Deixemo-nos de conversa fiada, não há futebol resultadista que faça esquecer uma má exibição. O futebol é eminentemente espectáculo. O resto, são lugares comuns.

PS - Para os adeptos, só há uma maneira de dissipar estas dúvidas: poderem assistir a vários treinos de rotina, para melhor avaliarem o trabalho desenvolvido. Como isso agora não é possível, todas as especulações são consentidas. 

Por falar em futebol-espectáculo, e naquela treta que diz que o futebol é um desporto só para homens, fico calmamente à espera de ver um golo como o da imagem que se segue no nosso muito macho campeonato:



Off topic: Agrada-me [e muito] esta notícia do jornal Porto24

2 comentários:

  1. Estou a ficar decepcionado com atitude tão passível e de mau futebol desta equipa do FCP.
    O jogo com o Trofense, mesmo o FCP jogando com alguns jogadores da equipa B, não pode ser possível ter havido tão mau futebol e atitude, e, ainda por cima, a jogar no estádio do Dragão.

    Questiono: será este o treinador ideal para treinar uma equipa com as dimensões do FCP!? já tivemos o exemplo, do treinador anterior que mesmo ganhando dois campeonatos não convenceu ninguém.

    Aguardo o jogo do Zenit e do Sporting, com grande apreensão.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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  2. Grande golo! O Falcão talvez já o Jackson...

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