10 março, 2014

Um Rui algo diferente do Rio...

Não há como negá-lo, sou bastante crítico para com a classe política. E pelo andar da carruagem vou ter que continuar nessa onda. Há quem critique por criticar, eu critico tudo o que é criticável e não merece tolerância. Em Portugal, há demasiados políticos incompetentes a enriquecer depressa demais para a qualidade dos seus desempenhos. Não tolero tal coisa, para mim é inaceitável. Num país onde se rouba e reclama austeridade ao povo e se vê descaradamente os "governantes" a deslocarem-se em carros topo de gama, isso não é populismo não senhor, é aridez de carácter, é a desonra do poder, é a imoralidade absoluta. Aquele tipo de imoralidade que fomenta as revoluções.

Apesar disso, consigo ser mais tolerante com o poder autárquico, e isso é simples de compreender. Ao contrário de quando estão nos Governos, os políticos nas autarquias precisam de ter uma relação de proximidade com as populações  (excepções como Rui Rio são pouco frequentes) e os seus problemas, o que esbate a frequente arrogância e o distanciamento habitual dos primeiros com os segundos e que, em certos casos, até consolida laços de alguma cumplicidade. É claro que há sempre Isaltinos Morais e Valentins Loureiros a borrarem a escrita dos que procuram honrar o seu trabalho em prol da comunidade. Nas Câmaras Municipais ainda conseguimos detectar casos de empenho e de razoável gestão, contrariamente aos governos centrais que em 40 anos de "mentirocracia" (esta tem direitos de autor...) pouco fizeram de relevante. E se falarmos de corrupção, do descontrolo flagrante com as contas públicas (Banco de Portugal versus BPP/BPN), dos casos com os submarinos onde os corruptores são punidos (na Alemanha) , e os corrompidos perdoados (em Portugal), então nem se fala.    

Por isso, sendo ainda prematuro fazer balanços, já é possível notar diferenças significativas na forma de lidar com os problemas da nossa cidade, entre Rui Moreira e Rui Rio. Enquanto Rio fechava as portas ao diálogo, mal deparava com obstáculos, deixando arrastar-se no tempo a solução, Moreira, contorna, propõe e dialoga. Isto, de per si não é um feito, mas já é uma forma inteligente de o conseguir. Tivemos recentemente a questão da Feira do Livro que os editores resolveram complicar exigindo contrapartidas da Câmara numa altura de "vacas magras". Rui Moreira simplificou. Chamou para si (Câmara) a organização do evento e mudou o local para o espaço do Palácio de Cristal, onde aliás já se realizou. Se juntarmos a estes detalhes outros não menos relevantes, como o da criação da Frente Atlântica em que se aliou à Câmara de Gaia e de Matosinhos no sentido de reforçar o poder da região e de resolver problemas comuns, parece-me justo dizer, sem cometermos o risco de nos enganarmos, que Rui Moreira pouco tem a ver com o seu antecessor. E ainda bem.

  

1 comentário:

  1. Nós estamos num país que tem sido governado por uns ditadorezinhos, que vivem na sombra da copa que se chama democracia.
    É gente que não presta, ignorante e que só olham para o seu Ego.
    São ministros que tiram licenciaturas ao domingo pelo telefone. São covardes que fogem quando se vêm apertados., São ministros fugidos por roubar e outros, que não se livram de serem acusados por assassino. Poucos vermes destes estão presos, contam-se pelos dedos.
    Estamos num país centralizado para ser mais fácil decidir e roubar.

    Não tenho duvidas dúvidas que Rui Moreira é mais aberto para discutir a cidade que era o Rui Rio, mas quanto ao futuro da cidade do muito que há por ai a fazer, fico aguardar.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...