27 agosto, 2014

Há portistas que parecem certos "regionalistas convictos"

Desde que a política centralista se intensificou deixei de me interessar pelo que acontece na capital.

Se a memória não me falha, em trinta anos, só me desloquei a Lisboa duas ou três vezes, e assim mesmo de passagem e obrigado por razões burocráticas. A partir daí, procuro não fazer nada que possa beneficiar directamente a capital. Não gasto o meu dinheiro em viagens e em ingressos para assistir a qualquer tipo de evento que lá se realize por mais fantástico que seja. Não me interesso por telenovelas, nem consumo produtos daquela região. Bem pelo contrário, nas garrafeiras dos supermercados, se puder, viro ao contrário os rótulos que me querem impingir os vinhos do Tejo, que até a patente da casta Alvarinho minhota procuram usurpar...  É o mínimo que posso fazer para contrariar o nacional-lisboetismo que há muitos anos tentam impor-nos. É pouco, mas faço-o com muito prazer e orgulho.

Vale isto por dizer que prefiro proceder assim, que fazer o triste papel de determinados portuenses (e nortenhos) de se deixarem comprar, só para manterem o empreguinho, ou a avença certinha, a ponto de esquecerem as mais elementares regras da decência.

Ontem, ao ouvir Manuel Queiroz, um dos comentadores do jogo da TVi do jogo entre o FCPorto e o Lille, fiquei muito mal impressionado  com a subserviência bajuladora das suas palavras. Já não é a primeira vez, aliás.

O homenzinho que, segundo consta, se diz portista, só sabia fazer comentários depreciativos ao jogo do FCPorto. Eu, que até sou razoavelmente exigente, estava calmo e confiante com o desenrolar do jogo e não conseguia perceber o porquê das sucessivas críticas. O jornalista só via defeitos. Tantos preciosismos, e detalhes! Até aquele remate à queima, de um jogador do Lille que podia ter dardo golo e que Danilo barrou intencionalmente com o corpo mereceu o epíteto de "sortudo", alegando que tinha sido a bola a ir contra ele. É desesperante o que aquele invertido, homenzinho servil e oportunista, faz para agradar às hostes lisboetas. Não é capaz de fazer um comentário positivo quando se trata do FCPorto, só quando está no Porto, ou sente as costas quentes ousa fazê-lo. Dá a impressão que lhe dão ordens para isso. É de uma cobardia vomitante! Simplesmente, repugnante!

Mas, não é só ele, infelizmente. O Porto tem muitos "adeptos" destes, muita desta escumalha co-responsável pela situação de atraso económico e social em que nos encontramos. São os mesmos que assobiam à mais leve brisa de vento, como ontem se ouviu no Dragão. É esta gente inferior quem dá lastro às mais torpes teorias nazis, porque se comporta ao mais baixo nível da condição humana.  Só eles explicam porque nos deixamos subjugar por Lisboa. O resto é conversa.

5 comentários:

  1. Silva Pereira27/08/14, 13:17

    Bom dia,

    Confesso que não chego a tanto como o meu caro, mas ando lá perto.
    Quanto ao MQ posso afirmar que
    (é) era portista (sou amigo do irmão) e por tal motivo acompanho a sua carreira e desde que foi para diretor do rascord era raro a semana que não deixava de comentar esse servilismo ao poder centralista.
    Mesmo compreendendo que vive do pagamento dos seus amos, como diz o outro não precisa de ser tão obtuso, chegando ao ponto do ridículo.
    Uma coisa que me faz espécie como é que (se é que é verdade) dirigentes (mesmo que sejam amigos da Opus Dei) do FCP lhe passam as ditas informações.
    Mas mesmo assim incomoda-me mais assistir a antigas glórias portistas aceitarem comentar em pasquins que sempre trataram mal o FCP e até esses "comentadores" chegando ao ponto de corroborarem as mentiras e aldrabices que dizem.
    Como diz o ditado tantas as vezes se diz uma mentira que para alguns portistas passam a aceitar como verdade isso cada vez me incomoda mais, exemplo o jogo de ontem quando alguns ditos portistas assobiam ao pequeno erro não compreendendo que isso faz parte duma estratégia dos mentecaptos dos clubes do regime.







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  2. Caro Silva Pereira,

    de uma coisa estou certo: não creio que as tv's ousassem convidar alguém como eu. Eles sabem o "barro" de que se forram os seus covidados. Sabem que nunca dirão nada contrário aos interesses lisbonários. Enfim, há gente e gentalha...

    Um abraço

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  3. Como diria o Profº Adriano Moreira, no NOVÍSSIMO PRÍNCIPE, "por dentro das coisas é que as coisas são". Sigo "religiosamente" o blog Kosta de Alhabaite e a sua cruzada contra o chamado e comprovado centralismo lisboeta. Todavia, parece-me injusto chamar a esta forma organizada de oportunismo político (Lisboeta). O povo alfacinha, que conheci e com o qual convivi na década de 60, nada tem a ver com o centralismo. Aliás, também eles foram "engolidos" pela fúria centrípeta das oportunidades criadas (Banca; Empresas Públicas, etc.)que tiveram início com o cavaquismo, que levaram rumo à capital do Império, os milhares de Portugueses que deram início à desertificação do interior do País. São os casos que tão bem tem denunciado no seu blog, prenhes de gente cá do burgo, os maiores inimigos da regionalização e por consequência o suporte das políticas centralistas. A troco dum prato de lentilhas, estes nortenhos, largam a alma, as convicções, a identidade. Numa palavra a espinha dorsal. Como qualquer molusco adaptam-se facilmente às circunstâncias. Mais importante que o combate ao centralismo, é a denúncia, como bem tem feito, de todos aqueles que ao lerem "Gedeão", entenderam que o mundo feito de mudança, não é mais que, a cada ocasião "VIRAR A CASACA".

    Cumprimentos

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  4. Caro Guilherme Olaio:

    sim,sim, está bem, os lisboetas não têm todos culpa, mas também não são todos inocentes. Eles sabem muito bem o que é o centralismo, e se «não sabem» é porque isso lhes convém.

    Meu caro, deixemo-nos de ingenuidades. Se, como diz e eu confirmo, que por cá há muito verme rastejante, na capital não são melhores. A nossa relação de amizade com uma ou outra pessoa conhecida da capital pode-nos levar a confundir a parte com o todo e isso é igualmente enganador.

    Em Lisboa está lá tudo, de todos os cantos do país, inclusivé, lisboetas.

    Um abraço

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  5. É verdade, Manuel Queirós virou o prego.
    Estive, em tempos recuados, no lançamento de um livro -creio- de um seu familiar na Bertrand, foi onde conheci pessoalmente Rui Moreira, mas nunca me pareceu ser uma personalidade forte e agora essa impressão tornou-se clara. Vendeu-se, não digo à Capital, mas sim ao Capital, que no fim de contas é quem manda!...
    Aliás, foi triste ver acontecer o mesmo ao Oliveirinha, o que sucedeu verdadeiramente já pela segunda vez. Não é nada que surpreenda, os homens vendem-se como se vendem as terras...

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...