01 setembro, 2014

Ó FCPorto, acorda! Para que queres o Porto Canal?

Desde que me fiz homem e comecei a pensar pela minha própria cabeça, ouvi frequentemente estas palavras: "até tens razão Rui, mas não vale a pena chateares-te, porque não vais mudar o mundo". A estes "sábios conselhos", às vezes dados por gente amiga, respondia invariavelmente que a questão nada tinha a ver com a megalómana pretensão de querer mudar o mundo, e sim com a coerência, com a seriedade intelectual, com uma forma equilibrada de estar na vida. Contudo, cheguei à conclusão que para um grande número de pessoas é mais cómodo fingir que a sensatez é sua exclusiva propriedade e mais fácil verem-me como uma espécie de extra-terrestre. Compreendo-as, mas não me convencem a mudar para os seus padrões de civilidade.

Reconheço ser bastante crítico, porque é verdade, mas também não é menos verdade que o português medio é demasiado complacente (tolerância é outra coisa) com quase tudo e por isso muito pouco exigente, nomeadamente com a qualidade dos seus governantes. Portanto, não me parece que seja eu quem precisa de mudar, até porque, por não lhes reconhecer valor, não votei em nenhum dos ministros e presidentes da República das últimas décadas, o que me dá alguma superioridade moral em relação àqueles que o fizeram. Parece soberba minha, mas não é, são factos. Que conste, ainda ninguém nos obrigou a votar, e se um dia esta garotada feita gente importante o ditar, eu não obedeço, nem que me prendam.

O enredo que os media lisbonários andam a fazer em torno da figura do Quaresma e os argumentos patéticos que deixam no ar para os fundamentar, são a prova acabada que, para eles, coerência e seriedade, tem horário flexível, consoante as conveniências de cada um (como a Constitução da República). É claro que este comportamento não é novo em Portugal, porque entretanto nunca tivemos verdadeiros líderes nas altas instituições do Estado para o moderar - por sofrerem da mesma doença - o problema talvez só possa ter solução no dia em que morrer um considerável número de pessoas...

E não se despreze o fenómeno, porque é muito grave e tem antecedentes. O campeonato nacional ainda agora começou, e como o FCPorto este ano está bem apetrechado de jogadores, tem um treinador personalizado que sabe bem o que quer e já está na frente, sem derrotas, a orquestração já foi montada para criar "casos" e desestabilizar. À falta de melhor, lembraram-se do Quaresma para dividir o Dragão, apostando na infantilidade de alguns adeptos incapazes de distinguir a árvore da floresta, incapazes de olhar para o futebol como ele é (um desporto de equipa), afinal um jogo em que o valor individual tem de casar com o colectivo e nunca separar.

Ora, sabemos que os garotitos comentadores (de cá, e de lá), que colaboram com as televisões de Lisboa são estruturalmente corruptos, mas não são burros, porque perceberam que no FCPorto há dois elos mais fracos. Um, é o próprio Quaresma que não consegue perceber que tem de mudar de comportamento se quiser ser feliz, e o outro, são aqueles "portistas" de trazer por casa, que assobiam por tudo e por nada, que se mostram incapazes de identificar os verdadeiros inimigos e de os combater.

Para já, conseguiram que um não caso pareça um caso, o que já não é pouco, para quem anda a repetir esta cassete há tantos anos. Futuramente, veremos. Receio bem que o FCPorto ainda não tenha percebido o que podia fazer para minorar eventuais estragos que destas canalhices possam advir se souber dar alguma utilidade ao Porto Canal, além de fazer gravações de gravações...

6 comentários:

  1. Silva Pereira01/09/14, 15:08

    Boa tarde,

    Como habitualmente estou 100% de acordo.
    Quanto aos assobios verifico que foram de meia dúzia de parvalhões (ou infiltrados) ou então de adeptos que seguem o ódio que um certo bloguista (por coincidência meu homónimo) destila desde a primeira hora que chegou Lopetegui, contradizendo-se contra tudo que escreveu num passado bem próximo.
    O que me leva a pensar que muitos desses opinadores devem defender (atacar) alguma coisa que lhes interessa diretamente.

    Por mim até ao momento acredito no treinador independentemente do sucesso (ou não) que venha a ter sempre defendi que o interesse coletivo é sempre superior ao individual e por tal motivo estou a gostar.

    No que diz respeito ao PC cada vez está pior, programação repetida pela enésima vez, programação errada no site e no agendamento da MEO e o mais grave não se percebe porque tem como nome PORTO CANAL.

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  2. Boa tarde Silva Pereira!

    Às vezes fico com a impressão que Pinto da Costa anda demasiado alheado com o andamento do PCanal, e isso deixa-me apreensivo porque o FCP é parte interessada e a comparação entre o clube e o canal é inevitável.

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  3. O Porto Canal, poderia e deveria chamar-se "O Tasco do Júlio", pois passa o tempo a falar das quintas do Douro.
    Quanto aos assobiadores, eles vão desaparecer, porque quando o tempo começar a arrefecer e a chuva a cair eles ficam em casa, e ainda bem, porque para assobiar não fazem falta nenhuma.
    Abraço
    Manuel da Silva Moutinho

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  4. O Porto Canal já cansa pela inércia, mas eles estão contentes, acham que o que fazem já é muito.

    Abraço

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  5. Deacon Blue02/09/14, 17:01

    Boas!

    Eu optei por deixar de ver o Porto Canal porque dava-me vergonha tal o amadorismo e parolice que evidencia!

    Em certos canais de Tv, como certos blogs... ;) , só está quem quer e, no caso do Porto Canal, o amadorismo e parolice que refiro atrás, acaba por ser uma forma de falta de respeito por com quem o considera!o tele-espectador, neste caso...
    Existem muitas formas de falta de respeito, de pessoas e grupos de pessoas que pensam que a sua razao está acima do que quer que seja, mas o tempo dirá que se enganam.

    Cmpts
    Deacon Blue

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  6. Viva Deacon,

    e o Júlio Magalhães é uma fraude, um barrete como Director Geral.

    Ainda ontem teve a lata de dizer que o Porto Canal "continua a crescer", quando o que vemos é a programação a mingar e as gravações a aumentar... É a tal falta de respeito pelo público, a que aludiu.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...