Não tenho dúvidas sobre a importância de uma personalidade como a de Pinto da Costa para levar a bom termo o projecto de um Futebol Clube do Porto vencedor ao longo de 33 anos. Só alguém com as suas características seria capaz de resistir ao poder absolutista do Terreiro do Paço exercido nos bastidores do desporto, e de lhe trocar as voltas sempre que tal se impunha. Astuto, e interventivo q.b., sempre arranjava forma de travar os ímpetos imperialistas dos clubes de Lisboa, e assim impedir que os abusos, as manipulações das arbitragens, bem como o controle dos órgãos desportivos (Liga e Federação) atingissem os seus desígnios pouco escrupulosos. Foi por ser como era, que os adeptos o idolatravam, lhe perdoavam os excessos, e algumas contradições até.
Julgo ser por esse passado brilhante, que muitos portistas, sobretudo aqueles que [como eu] sempre o apoiaram na luta que travou contra o centralismo desportivo têm hoje alguma relutância em admitir que Pinto da Costa esteja a perder faculdades. Mesmo assim, continuo a pensar que aqueles que o davam como "finito" há uns anos atrás, não tinham razão, porque argumentavam com as mesmas teses intriguistas dos nossos adversários lisboetas. Além disso, Pinto da Costa não estava tão recolhido, tão ausente como agora. Este estilo apático, contemplativo, muito dado a recordar o passado, não é o estilo do líder que tantas glórias deu ao FCPorto, é de outra pessoa notoriamente diferente. Mais que a questão da idade, já alvitrei a hipótese de se tratar de uma questão de saúde, decorrente da operação cardíaca a que foi submetido, de recomendações médicas, e se assim fôr, mais uma razão para justificar uma estratégia para cuidar do futuro próximo do clube. O que não é tolerável, é a manutenção do silêncio.
O clube, está a ressentir-se da ausência do mestre, a combatividade dos atletas nas várias modalidades parece perder fulgôr. O Porto Canal está cada vez pior, e ninguém sabe o que esperar de positivo com a falta de ideias do Director Geral. Por outro lado, há momentos que o canal nem parece pertencer ao FCPorto, não fossem os programas desportivos lembrar-nos... Instalou-se a apreensão na comunidade portista, misturada de melancolia e de revolta contida. Os adeptos começam a perder a esperança nos êxitos das modalidades - e do futebol em particular - em que o clube participa. Não há feedback do Presidente às preocupações da maioria dos portistas, que se porta como alguém distante dos associados e da realidade. Que se pode fazer? O que pensarão os sócios desta situação? Vão continuar, também eles, calados, à espera de um D. Sebastião, ou tencionam exigir a resposta a que têm direito?
Pessoalmente, confesso, começo a ficar decepcionado com a postura de Pinto da Costa, e quando assim é, surge a tendência para se pôr em causa muito daquilo em que acreditamos, incluindo nele próprio. É incompreensível esta aposta no obscuro, no passado, na ausência. Teremos ainda um Presidente, ou estará ele a testar a paciência dos portistas?
PS-São mais que muitos, os indícios de que as coisas já não são como antes no FCPorto da actualidade, e como a perda de liderança se repercute nas várias áreas de actividade do clube. É o caso (como escrevi anteriormente), do Porto Canal. Uma das falhas que venho observando, é a incapacidade de estar em cima do acontecimento, na hora, como ditam as regras básicas da informação dos tempos modernos.
Outro dia, em vez de ser a estação do Porto a dar a notícia da transferência de Danilo para o Real Madrid ( até porque é fonte privilegiada), o director do Porto Canal deixou para a concorrência lisboeta essa oportunidade... Como disse na altura, à mesma hora que tive conhecimento na SIC,e na TVI, o Porto Canal impingia-nos uma gravação do programa "Consultório" que passa em directo às 18H00...
Hoje, foi através do JN, portanto, um dia depois, que soubemos do 43º.aniversário da Casa do Desporto onde se prestou tributo a Manuel Puga pai do médico do clube, Nelson Puga, e, note-se, com a presença do Director do Porto Canal. Curiosamente, ou talvez não, Pinto da Costa aproveitou o momento para evocar o homenageado como "um grande defensor dos interesses do Norte e do Porto e de lutador contra o centralismo"... E não encontrou melhor pretexto para ironizar do que mandar umas bicadas a Rui Moreira, não simagino a que propósito. Se lá estivesse, talvez perguntasse a Júlio Magalhães o que pensava sobre o assunto, já que parece continuar mais preocupado em chamar ao canal gente de Lisboa, do que do Norte, e do Porto (isso sim, é provincianismo). A última figura a merecer uma entrevista ("importantíssima" para os nortenhos), foi o actor Fernando Mendes, o qual aliás foi recebido com honras de chefe de Estado. Aliás, o senhor Pinto da Costa devia era explicar por que é que fechou as portas do Porto Canal a Rui Moreira, ou se as abriu, que diga aos portuenses por que é que ele não as franqueou.
Se é com estes exemplos de união que o Porto se quer afirmar, vamos longe, vamos.
PS-São mais que muitos, os indícios de que as coisas já não são como antes no FCPorto da actualidade, e como a perda de liderança se repercute nas várias áreas de actividade do clube. É o caso (como escrevi anteriormente), do Porto Canal. Uma das falhas que venho observando, é a incapacidade de estar em cima do acontecimento, na hora, como ditam as regras básicas da informação dos tempos modernos.
Outro dia, em vez de ser a estação do Porto a dar a notícia da transferência de Danilo para o Real Madrid ( até porque é fonte privilegiada), o director do Porto Canal deixou para a concorrência lisboeta essa oportunidade... Como disse na altura, à mesma hora que tive conhecimento na SIC,e na TVI, o Porto Canal impingia-nos uma gravação do programa "Consultório" que passa em directo às 18H00...
Hoje, foi através do JN, portanto, um dia depois, que soubemos do 43º.aniversário da Casa do Desporto onde se prestou tributo a Manuel Puga pai do médico do clube, Nelson Puga, e, note-se, com a presença do Director do Porto Canal. Curiosamente, ou talvez não, Pinto da Costa aproveitou o momento para evocar o homenageado como "um grande defensor dos interesses do Norte e do Porto e de lutador contra o centralismo"... E não encontrou melhor pretexto para ironizar do que mandar umas bicadas a Rui Moreira, não simagino a que propósito. Se lá estivesse, talvez perguntasse a Júlio Magalhães o que pensava sobre o assunto, já que parece continuar mais preocupado em chamar ao canal gente de Lisboa, do que do Norte, e do Porto (isso sim, é provincianismo). A última figura a merecer uma entrevista ("importantíssima" para os nortenhos), foi o actor Fernando Mendes, o qual aliás foi recebido com honras de chefe de Estado. Aliás, o senhor Pinto da Costa devia era explicar por que é que fechou as portas do Porto Canal a Rui Moreira, ou se as abriu, que diga aos portuenses por que é que ele não as franqueou.
Se é com estes exemplos de união que o Porto se quer afirmar, vamos longe, vamos.
Sugestão:
ResponderEliminarLeia o artigo de Manuel Martins Sá na "abola" que está reproduzido no Dragão doente.
O tempo é outro.
ResponderEliminarO Centralismo reforçou-se bastante nos últimos anos e no futebol isso sente-se particularmente.
Está mais difícil combater o centralismo no futebol até pela legislação atualmente em vigor e bem diferente daquela de há 20/25 anos atras. Julgo eu.
Presidentes Urgel Horta e Cesário Bonito também combateram o centralismo mas não se deram lá muito bem. Tempos muito difíceis.
O FCP precisa é urgentemente arranjar um técnico principal verdadeiramente capaz ( já o tem???).
Este é um Lugar Chave.
É que ainda para mais o nosso principal adversário estabilizou .
Mas eu acredito que agora ou a curto prazo vamos recuperar o nosso elan, mesmo com estas dificuldades todas.
De facto, o centralismo reforçou-se, na medida exacta em que o resto do pais se fragilizou, incluindo o Porto.
ResponderEliminarGostava de ser formiguinha para saber quem vai recolocar a coligação PSD/CDS no poleiro do poder nas próximas eleições...
ResponderEliminarGostava de ser formiguinha para saber quem vai recolocar a coligação PSD/CDS no poleiro do poder nas próximas eleições...
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Infelizmente muito do pessoal do trabalho , dos funcionários públicos, dos reformados.
Bastava olhar para o retrocesso civilizacional que foi a mudança da "legislação laboral" ( a grande e única reforma...)
A "guerra" Pinto da Costa/Rui Moreira era absolutamente desnecessária...
ResponderEliminarQuanto ao Porto Canal, acho que merecia um rumo um pouco diferente, mais ao encontro do interesse dos portuenses, vamos esperar para ver se algo muda!
Agora, já não é como dantes, o tempo desgasta, é preciso saber retirar, para não corroer o bom, o melhor que já está feito.
ResponderEliminarEu já tive 20 anos, hoje conheço as minhas limitações, deixo aos meus descendentes, que façam igual ou melhor de aquilo que eu fiz e ainda cá estou para dar conselhos.
Pior que a centralização, são esses vermes que se aproveitam dele para manipular tudo e todos que estejam fora da redoma centralista.
Em que ficamos, o Porto Canal é do FCP ou não, é que para alem dos programas Pimba, ainda vejo resumos dos jogos dos Calimeros e de outros clubes, assim desisto de ver o canal...
Abílio Costa.
Em que ficamos, o Porto Canal é do FCP ou não, é que para alem dos programas Pimba, ainda vejo resumos dos jogos dos Calimeros e de outros clubes, assim desisto de ver o canal...
ResponderEliminar----
É um canal GENERALISTA com conteúdos do FCP...
anónimo 12H49:
ResponderEliminaro Abílio Costa não questionou o tipo de canal, mas sim a propriedade.