É preciso acreditar, temos de ser optimistas, hoje e sempre, mesmo que os dados dos últimos jogos nos deixem apreensivos.
Tenho a minha própria maneira de ser e reagir como adepto do FCPorto, e não escondo que neste momento, quando faltam menos de três horas para o jogo com o Chelsea, não sei como conciliar o lado muito afectivo de portista, com o frio racional de mero observador. Por vezes, o orgulho de portista parece sobrepor-se ao de tripeiro, mas nunca me impediu de ter sido simultaneamente sócio do FCPorto, do Boavista e do Estrela e Vigorosa Sport. Para mim, tudo que se relacione com a minha cidade é respeitável, apesar das simpatias de portuenses de outros clubes da cidade se estenderem para latitudes distantes e muito pouco nortenhas...
Como ia dizendo, ultimamente, a componente emocional do meu portismo, não tem sido alimentada com a dieta a que estava habituado, que eram as victórias dentro (e quando necessário) fora do campo. Nos últimos tempos, vejo o meu FCPorto e o seu grande presidente, mais empenhados em evocar o passado que a intervir no presente para consolidar o futuro. Noto um excessivo discurso passadista e de saudade, que espero não ter qualquer vínculo com a perda de ambição. Há mais museu e menos futebol. Estávamos habituados a ouvir o Presidente, não só a falar com oportunidade, como a preparar activamente o futuro. Compreende-se, pela idade e pelos problemas de saúde que o têm acometido que já não tenha o mesmo ritmo, não se compreende que não o queira reconhecer, e agir em conformidade.
Mas se o lado emocional vive um jejum um tanto longo de sucessos desportivos (refiro apenas o futebol), o lado racional, também não convive lá muito bem sem eles. Racionalmente, tenho imensa dificuldade em acreditar que Lopetegui esteja mais seguro que eu (e um grande número de adeptos) com o tipo de futebol que apresenta. Essa insegurança está expressa no seu futebol bipolarizado, mas também na linguagem. Neste caso, só apreciei a que usou com os jornalistas quando se tratou de defender o clube. De resto, não noto diferença de linguagem nas conferências de imprensa antes dos jogos, quer vá jogar com o Arouca ou com o Chelsea. Não o dizendo textualmente, deixa sempre no ar a sensação que os adversários são todos melhores que o FCPorto. A palavra ambição é dita sem grande convicção. A ilusão e a esperança soam sempre a desejo impossível e deixam transparecer que a dúvida não consegue dar lugar à afirmação.
Já não tenho idade para fantasias, para acreditar que expressões guerreiras ou apelos à garra podem resolver problemas de ordem técnica e táctica. Poder ajudar pode, mas o futebol tem de ter a objectividade que só a qualidade alcança. Não consinto por isso que nenhum portista se arrogue o direito de medir o portismo comigo só por duvidar que o rumo das coisas mude com estas oscilações exibicionais. Lopetegui até pode vencer hoje o jogo, e é isso o que desejo. Um jogo de futebol tem resultados imprevisíveis, mas um sistema de jogo errático, já não o é.
Se a victória possível de hoje significar o início do descer à terra do treinador e o FCPorto passar a ter uma postura em campo à Porto, com um futebol inteligente, solto, ofensivo e mandão, cá estarei para felicitar com o maior prazer e alegria Julen Lopetegui por ter finalmente percebido que mudar é também um sinal de inteligência.
OXALÀ!
Nota pós-jogo:
como pudemos constatar esta noite, o FCPorto tem jogadores de grande qualidade (e garra), falta-lhe é a consistência e a determinação que hoje mostrou. Então no 2º.tempo foi irreconhecível em termos de objectividade. Jogaram como uma equipa, soltaram-se, gizaram finalmente belas jogadas de ataque e não de bola para trás.
Apesar de privilegiar, como aqui tenho dito várias vezes, o jogo de ataque, é dever de justiça destacar aqueles que, na minha opinião, mais trabalharam: Aboubakar, André André, Ruben Neves (que gigante), Brahimi, Imbula, Maxi Rodrigues e Danilo. Todos os outros também estiveram bem, mas podem fazer melhor.
Espero que Julen Lopetegui resolva de uma vez soltar mais a equipa e mentalizá-la psicologicamente para controlar o jogo quando se encontra em vantagem. Repito: quero que Lopetegui tenha êxito no FCPorto. Quero ter mais razões para gostar de o ver como treinador no FCPorto. Parabéns pela noite de hoje! Sigam-se outras.
Nota pós-jogo:
como pudemos constatar esta noite, o FCPorto tem jogadores de grande qualidade (e garra), falta-lhe é a consistência e a determinação que hoje mostrou. Então no 2º.tempo foi irreconhecível em termos de objectividade. Jogaram como uma equipa, soltaram-se, gizaram finalmente belas jogadas de ataque e não de bola para trás.
Apesar de privilegiar, como aqui tenho dito várias vezes, o jogo de ataque, é dever de justiça destacar aqueles que, na minha opinião, mais trabalharam: Aboubakar, André André, Ruben Neves (que gigante), Brahimi, Imbula, Maxi Rodrigues e Danilo. Todos os outros também estiveram bem, mas podem fazer melhor.
Espero que Julen Lopetegui resolva de uma vez soltar mais a equipa e mentalizá-la psicologicamente para controlar o jogo quando se encontra em vantagem. Repito: quero que Lopetegui tenha êxito no FCPorto. Quero ter mais razões para gostar de o ver como treinador no FCPorto. Parabéns pela noite de hoje! Sigam-se outras.
Rui,
ResponderEliminarApesar do que vi hoje, confesso que ainda tenho o que se passou na sexta passada na consciencia e estou no minimo desconfiado.
O que se passou em Moreira foi mau de mais e fez mossa.
A ver vamos.
Abraço
Deacon
Como dizia alguém, quando tudo acaba bem estamos todos felizes. Merecemos a vitoria porque fizemos por isso, já na época passada aconteceu o mesmo com o Bayern em casa, estou convicto que passamos esta fase e arrecadamos uns milhões. Espero que a velocidade do FCP no futebol nacional seja esta de Formula 1 e não velocidade de rali ou cruzeiro se querermos ser campeões.
ResponderEliminarBom, agora só tenho que estar feliz porque foi uma noite à Porto.
Abílio Costa.