11 dezembro, 2015

Dias quentes se adivinham no FCPorto

Não escondo que a situação actual do FCPorto me preocupa. Frequentemente, sinto vontade de repisar o assunto, tantas vezes quantas as necessárias, para conseguir arrancar uma resposta que explique o que se está a passar. Mas logo mudo de ideias, porque já percebi que Pinto da Costa está mais empenhado em dar razão aos seus inimigos, confirmando tudo o que de mal fizeram e disseram a seu respeito, do que ouvir as vozes de quem o apoiou durante tantos anos e gosta verdadeiramente do clube: os portistas. 

Pensando melhor, suspeito que subitamente os seus inimigos deixaram de o ser, para passarem ao estatuto de amigos... Nunca imaginei foi que um dia os Dragões de Ouro pudessem ser conspurcados nas mãos de uns reles directores de Bolas e Records. Os inimigos agora devem ser outros, talvez os portistas, não sei. Quem sabe? Cuidado portanto, caros adeptos, sócios e atletas do FCPorto! Pensem duas vezes, antes de receberem um Dragão de Ouro, porque agora os troféus podem ser uma desonra...  

Por isso mesmo, e porque não pertenço à família dos fanáticos, nem fã de afectos masoquistas, não tenciono entregar os pontos deixando sossegado o presidente portista no silêncio do seu trono imaginário, como se de um rei se tratasse. Passarei a estar mais atento a eventuais apadrinhamentos nas escolhas dos colaboradores e na futura programação do Porto Canal. Serei muito crítico se a vulgaridade continuar a ser a imagem de marca da casa. Começarei a interessar-me pela origem e o destino dos investimentos, e a confrontá-los com os resultados...

A gestão do FCPorto em termos de comunicação é pouco mais que péssima. O Porto Canal assemelha-se a um négócio de vão de escada em modo de auto-gestão e o seu Director Geral parece trabalhar em regime part-time, tão evidente é a ausência de programação, e dele próprio. Aparece às segundas feiras para assinar o ponto e mostrar que existe, para logo depois deaparecer. O resto da semana deve andar empenhadíssimo a coleccionar cassetes para encher o canal de chouriços. Deu uma entrevista a esse jornal popularíssimo que é o Diário Económico  [que todos os portistas lêem] onde anunciava a nova grelha de progamação para meados de Outubro passado, mas afinal fez mal os cálculos, foi preciso Pinto da Costa vir agora emendar (espero) e dizer que fica para Janeiro do próximo ano... Mas, para Júlio Magalhães está tudo bem, as audiências estão a rebentar pelas costuras. Deve ser das delegações que abriu em Lisboa.

Enfim, a avaliar pela amostra e pelo grau de exigência de quem dirige o canal e o clube, não auguro nada de extraordinário da nova grelha de programas do Porto Canal, nem bons tempos para o departamento de futebol profissional do FCPorto. 

Não é só o António Costa e o novo governo que vão ter dias difíceis. Na Senhora da Hora e no Dragão os próximos tempos não vão ser risonhos. Veremos se me engano.  

3 comentários:

  1. Caro Rui Valente, sou leitor assíduo do seu blog e raras são as vezes em discordo quanto a este e outros temas. Alguns adeptos portistas, sem dúvida movidos pela sua paixão clubística, deixam-se cegar pelas décadas de luta e vitórias do nosso presidente. Mas não pode nem deve ser assim. Temos o direito de questionar. E a forma penosa como a comunicação do clube tem sido levada a cabo é preocupante. O pacto de silêncio que o FC Porto assinou é questionável. Pode ser para bem do clima do futebol português, mas os restantes protagonistas continuam a agir como sempre agiram: a incendiar.
    O canal do clube sofre com uma gestão medíocre e tenta agradar a gregos e troianos, esquecendo-se do seu propósito e da própria região que lhe dá nome. E que deveria ser o bastião do portismo, numa luta claramente desigual contra a comunicação social deste país que tudo teima em centralizar.
    Gostava que este período sem vitórias fosse curto, mas desta vez os sinais são demasiado preocupantes para ignorar. Cumprimentos.

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  2. Caro a Vieira,

    para um país como o nosso, onde a democracia tem sido constantemente adulterada e esvaziada da sua componente fundamental que é o respeito, é ridículo pensar que a estratégia do silêncio alguma vez possa resultar. Como diz, e bem, os outros protagonistas continuam a falar pelos cotovelos e a gerar a confusão que mais lhes convém. Conhecendo Pinto da Costa como conhecemos, não dá para acreditar que o silêncio seja estratégico. É pura desistência. Ponto.

    Um abraço e obrigado pelas suas palavras

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  3. Será que o nosso presidente depois de ultrapassar os 70 anos e muitos, anda a tirar um curso de cristianismo! e a dar a face aos caluniadores aos provocadores que tão mal nos fazem; que em vez de lhes dar veneno da-lhes mel! e aos pagantes, sócios e simpatizantes nem uma palavra! isto é preocupante...
    Vamos aguardar mais episódios desta porca novela.

    Abílio Costa.

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