“A atividade do Teatro Municipal tem sido um sucesso. Tem havido enorme adesão ao que aqui temos feito. Entendemos que tínhamos condições para este reforço [no investimento], para fazer uma programação internacional mais forte”, afirmou esta quarta-feira Rui Moreira, em declarações aos jornalistas no Teatro Rivoli, um dos polos do TMP, a par do Teatro do Campo Alegre.
Na apresentação da programação até julho, o autarca e o diretor do TMP, Tiago Guedes, contabilizaram a realização de 19 espetáculos internacionais, 16 dos quais em estreia nacional, destacando a “estreia mundial” de “Couture Essentielle”, um “desfile performativo” sobre a história da moda, da autoria de Olivier Saillard, diretor do Museu da Moda de Paris.
Esta “primeira coprodução internacional” do TMP vai ser apresentada a 17 e 18 de março, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, e conta com a participação de cinco modelos que, nos anos 80, foram musas de estilistas como Yves Saint Laurent ou Lanvin, descreveu Tiago Guedes.
De acordo com o diretor do TMP, o mês de março é “um dos mais desafiantes em termos de programação”, começando com o “Foco Deslocações”, sobre “migrações e refugiados”, com espetáculos de dança de Dorothé Munyaneza (Ruanda) e de Mithkal Alzghair, sírio que vive em França.
Até julho, o TMP programou 85 espetáculos, 45 com “companhias e estruturas da cidade”, destacou Rui Moreira, notando que 37 apresentações serão “coproduções de raiz”, com um custo superior a 600 mil euros.
“A Cultura será a nossa bandeira até ao fim [do mandato]. Tem sido um grande sucesso, é muito importante, não apenas pela Cultura em si, mas também pelo impacto que tem na economia e na coesão social. O que aqui oferecemos é bastante acessível a todos os públicos. Temos visto um regresso aos públicos que foi ensaiado com a Porto 2001, que tinha sido perdido, e a cidade está reconfortada com esta aposta”, observou Rui Moreira, que acumula o pelouro da Cultura.
Tiago Guedes destacou a “forte programação internacional” de 2017 e o “grande foco dedicado às migrações e deslocações”, uma questão atual “pertinente”, para cuja “reflexão” a arte tem de dar “um contributo”.
“O Teatro Rivoli e o Teatro do Campo Alegre são os teatros da cidade que apresentam programação internacional. É um dos nossos pontos fortes, para além do trabalho que fazemos com as companhias das cidades”, vincou.
Para o diretor, a expectativa para 2017 é que o TMP “passe para outro nível”.
“Foram dois anos de muito trabalho a conquistar os públicos, a pôr o teatro em funcionamento, para agora pensar em novos projetos”, afirmou.
O diretor e o presidente da Câmara do Porto revelaram ainda que não vai ser lançado novo concurso para ocupar, com um espaço de restauração, o quinto piso do Teatro Rivoli.
“Foram lançados dois concursos e não houve candidatos. O espaço não está fechado. É um grande espaço de ensaios que está a ser aproveitado”, descreveu Tiago Guedes.
Rui Moreira realçou que “o teatro absorveu esse espaço”, sublinhando que “parece que a resposta que a cidade dá é que seja um espaço de teatro”.
Quanto ao terceiro piso do Teatro Rivoli, Tiago Guedes revelou que vai ser “todo intervencionado” para “finalmente ser a grande sala de visitas” do equipamento, devendo ser inaugurado no Festival Dias da Dança, agendado para maio.
A temporada de 2017 do TMP começa a 21 de janeiro, dia do 85.º aniversário do Teatro Rivoli, com “15 horas de programação ‘non-stop’”, sete espetáculos, quatro concertos, duas instalações, uma exposição, 14 artistas da cidade e 115 participantes em nove espaços de apresentação.
[do Porto24]
São óptimas notícias para a cultura do Porto. Rui Moreira foi uma melhoria como da noite para o dia em relação a Rui Rio. Nesta e em muitas outras áreas.
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