Rui Moreira |
Como as ovelhas não se tosquiam a si próprias, também os partidos políticos considerar-se-ão sempre insuperáveis. À medida que acentuam a indisponibilidade para se auto-regenerarem, mais frequente é o discurso da insuperação. Entende-se o instinto de defesa, mas lamenta-se que seja tão básico.
Os políticos padecem todos de um grande defeito: acham-se mais inteligentes do que na realidade são. Se fossem inteligentes tinham mais respeito pelo povo, e governavam melhor. Não é preciso ser-se sobredotado para perceber que para atingir determinado desígnio, seja este de cariz ideológico, social ou político, é sempre indispensável uma organização. Se lhe chamamos "partido", movimento ou associação, é irrelevante, porque o que interessa é a reputação que lhe damos enquanto parte activa da mesma. Em vez de se acharem incompreendidos e insubstituíveis, os actores públicos deviam, antes de mais, interrogar-se sobre a ideia que eles próprios têm do serviço público, e só depois decidirem se têm ou não, perfil para a função. Cá para mim, suponho que nunca se deram a esse trabalho...
Mas, vamos à política que nos interessa.
Rui Moreira tem feito um trabalho apreciável na Câmara do Porto, é um facto, sobretudo na área cultural. É quase consensual. Não tem qualquer comparação com Rui Rio, para melhor, claro. Mas, ainda tem muito para fazer. Povoar mais o centro do Porto, restaurar o mercado do Bolhão (em curso) e prosseguir na reabilitação urbana que, reconheça-se, nunca foi tão dinâmica como agora.
Rui Moreira quis entrar na política livre do estigma negativo dos partidos e consegui-o. Foi suficientemente hábil para aceitar o apoio dos partidos, sem nunca dar sinais de lhes querer prestar vassalagem. Neste difícil percurso soube entender-se com Manuel Pizarro, e este com ele. Tudo parecia funcionar bem, até que de Lisboa começam a ouvir-se do PS umas indirectas pondo em aparente concorrência a importância de Moreira versus PS. Do PS Porto, o vermelho Manuel dos Santos atiçou mais a fogueira insinuando, entre outras aldrabices, que Moreira tinha a promessa de António Costa que lhe garantia um lugar no Parlamento Europeu.
Resultado: Rui Moreira decidiu avançar sozinho para as próximas autárquicas, arriscando-se a perder a reeleição. Por seu turno Pizarro, encurralado, vê-se na obrigação de concorrer à Câmara, agora contra o seu anterior Presidente. Tudo isto ainda está muito mal contado, mas seja como fôr, os directórios patidários voltaram a provar a sua veia corporativista na procura desesperada de lugares, sem levarem em consideração o mais importante: os portuenses. Por outro lado, o PS acabou por lançar para a fogueira Manuel Pizarro, colocando-o nitidamente entre a espada e a parede, forçando-o a cortar relações políticas com Moreira.
Resultado: Rui Moreira decidiu avançar sozinho para as próximas autárquicas, arriscando-se a perder a reeleição. Por seu turno Pizarro, encurralado, vê-se na obrigação de concorrer à Câmara, agora contra o seu anterior Presidente. Tudo isto ainda está muito mal contado, mas seja como fôr, os directórios patidários voltaram a provar a sua veia corporativista na procura desesperada de lugares, sem levarem em consideração o mais importante: os portuenses. Por outro lado, o PS acabou por lançar para a fogueira Manuel Pizarro, colocando-o nitidamente entre a espada e a parede, forçando-o a cortar relações políticas com Moreira.
Mesmo assim, conhecendo o que são os partidos em Portugal, com os militantes sempre mais atentos ao ego e à ambição do que aos problemas do povo, considero corajosa a decisão de Rui Moreira, porque corre sérios riscos de perder a Câmara. Sejamos realistas: é impossível ser-se totalmente independente na vida, e na política a impossibidade é ainda maior. Agora, o que não podemos negar é que não falta coragem a Rui Moreira.
Esta, é seguramente a faceta que mais aprecio do homem.
Rui moreira ganhará. não haja dúvida. esta artolice que lhe fizeram até pode vir a ajudar.
ResponderEliminarnas autárquicas não se vota tanto pela cor, há mais atenção ao candidato.
Rui Moreira. O homem certo para Presidente do FCP!
ResponderEliminarBoa tarde
ResponderEliminarNão sou do norte e do Porto, mas sou do FCP, e vivo na beira-baixa.
Portanto não sei se o Presidente Rui Moreira está a fazer um bom trabalho ou não, deixo para quem estiver perto analisar.
Mas tenho pelo sócio do FCP Rui Moreira consideração desde o tempo de comentador desportivo e na forma como defendeu o FCP.
Dito isto, tenho visto de longe esta luta pelo poder no Porto, entre Rui Moreira e o partido PS...
Mas como eu neste momento associo o PS ao poder central de lisboa, e tenho para mim que muita com.social quer continuar a prestar vassalagem ao António Costa, então nada melhor do que desestabilizar a camara do Porto com noticias contra Rui Moreira, e qual a televisão se presta a fazer esse favor?
A tvi do moniz...
E o que tem isto a ver com o FCP?
Tudo, quanto mais dividido e menos poder tiver o Porto, mais fácil fica para lisboa...e o que eles pretendem é dividir para reinar...
Poder para lisboa, algarve para os ingleses, e o resto do país ao abandono...
Num país a sério, onde futebol e politica não se misturam, dificilmente escreveria os um texto destes, mas nós não vivemos num país a sério...
E como eles para o Porto utilizam uma bitola que é completamente diferente para lisboa, então o que peço é que os portuenses saibam ver as tramoias e engodos que lisboa lhes faz...
Para bem do Porto e até de outras regiões desfavorecidas em Portugal.
Cumprimentos, Gil Lopes
Caro Rui Valente,
ResponderEliminarNão é minha intenção quebrar a corrente de "unanimismo" que percorre o espaço mediático àcerca das qualidades do ocupante da cadeira da Edilidade Portuense.
Porém, fui recentemente surpreendido por um texto publicado no JN Espaço do Leitor (OPINIÃO), subordinado ao tema "NÃO SEI EM QUEM VOTAREI, MAS SEI EM QUEM NÃO VOU VOTAR", onde são apresentados argumentos e factos de inegável interesse para o desiderato desta questão das Autárquicas na Invicta.
A saber(diz o autor) : "pelo receio da perda do poder,desenvolvem (os partidos) os seus mecanismos de defesa e ataque, um dos quais é o recurso a candidatos "independentes" à presidência das câmaras;
- A "independência" é,por um lado, o sinal de que dentro dos partidos não existe gente prestigiada,e, por outro,o isco para caçarem votos.;
-"um candidato a presidente de Câmara rotulado de "independente" deixa de o ser logo que aceita o apoio dum partido.;
- " Não me imagino a votar num candidato que, embora muito honrado e competente, aceita o apoio dos desprestigiados Passos Coelho,Rui Rio,Paulo Rangel,Aguiar Branco."
De Vivaldi conheço as Quatro Estações". Da líder do partido que tão sofregamente apoia a candidatura do actual Presidente de Câmara só para Lisboa, duma assentada, quer 20. Populismo e Independentismo = 2 ingredientes autárquicos.
Hoje dei por mim a comprar um manjerico e no decorrer desta modesta reflexão, imbuído do espírito sanjoanino que começa a pairar, brotou esta pobre quadra:
SOU DESDE SEMPRE TRIPEIRO,
FELIZ, NO MEIO DA GENTE!
SÃO JOÃO, MANTÉM-TE INTEIRO,
NÃO SEJAS INDEPENDENTE!
Cumprimentos
Caros Gil Lopes e Guilherme Olaio,
ResponderEliminarvou responder aos dois sem particularizar os respectivos comentários, porque na política nada se pode dar como certo. Estes jogos de cintura dos partidos lançarem independentes que lhes podem garantir votos não deixa de ser uma faca de dois gumes. Se depararem com candidatos com as características pessoais de Rui Moreira, arriscam-se a rupturas como agora está a acontecer. Por seu lado Rui Moreira, pode reconquistar o eleitorado se este reconhecer nesta cisão uma afirmação de confiança. Mas por outro pode enfraquecê-lo, mesmo que outros partidos o apoiem, visto os respectivos aparelhos não resistirem a lançar a confusão tentando descredibilizá-lo o mais possível, que quanto a mim, é o que está a acontecer.
Até prova em contrário, confio em Rui Moreira. Os partidos não me convencem como sabem, embora não se poupem a desfiar argumentos para justificar a sua mediocridade.
Quanto à questão de independencia, como já referi em post, ninguém pode chegar ao poder sem o apoio dos partidos, a não ser que crie um novo.
É sempre um risco, mas não deixa de ser uma alternativa aos directórios partidários. É mais do mesmo,como sabemos.
Creio que o PS se suicidou no Porto, ou então faz fé no analfabetismo secular politico dos portugueses...
ResponderEliminarMas também acho que Pizarro se deixou imolar.
Rui Moreira já deu provas de ser um bom presidente para Câmara do Porto, Pizarro seria sempre um bom adjunto, mas, presidente faz/favor. Nas eleições para as autarquias os votantes na grande maioria querem lá saber dos partidos para alguma coisa, o importante é que o autarca faça obra e lute contra esta coisa incomoda na democracia que é o Centralismo das TAPs, Anas, PSs e PSDs e todos os outros partidos que neste caso do centralismo são farinha do mesmo saco.
ResponderEliminarEu voto em Rui Moreira, porque estou a gostar da maneira como enfrenta os problemas da cidade e é consensual. Estou cheio dos partidos e dos seus jogos baixos.
Abílio Costa.
é coincidência a mais o timing do caso Selminho (empresa da família de Rui Moreira).
ResponderEliminarRui Sá foi o primeiro a levantar a lebre, agora são todos os partidos a quererem derrubar Moreira sem antes verem o caso devidamente esclarecido.
Pelo que li, o caso é complexo e ainda é muito cedo para retirar conclusões.
"..../....Para lamentar
ResponderEliminarA RTP ilustrou uma reportagem sobre a operação Jogo Limpo (viciação de resultados) que passou no Telejornal de ontem com imagens de adeptos do FC Porto. Trata-se do habitual desrespeito para com o nosso clube, mas infelizmente não parece haver Conselho de Redação ou Entidade Reguladora que se preocupe com estas situações que deveriam envergonhar a estação pública.
Clandestino
Uma nova moda nos media portugueses é a câmara de eco que fazem uns dos outros - um jornal dá uma notícia e logo a seguir os outros a replicam. Isso é verdade para quase tudo exceto quando se tratam de notícias negativas para o Salazar Lisboa e Benfica. Ontem, por exemplo, soube-se que Luís Filipe Vieira é arguido desde 2014 de um processo crime em que é suspeito de burla, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, tendo lesado o falido BPN em 23 milhões de euros. Pela relevância da notícia seria normal que tivesse difusão mas, seja por um qualquer critério editorial, seja porque o respeitinho é muito lindo, jornais como Expresso ou Público esqueceram a notícia. Nos desportivos, sempre ávidos de notícias sobre os protagonistas dos clubes, só O Jogo noticiou a matéria. Explicação? É na comunicação social que o polvo encontra o ecossistema perfeito, tendo agora criado a figura do arguido na clandestinidade. Porque este diário tem uma confiança ilimitada na recuperação humana lança o desafio: façam o favor de fazer um poucochinho de jornalismo. Só para não parecer tão mal."
.........
Esta cs centralista nao tem emenda ???!!!
Para Presidente da CMP: RUI MOREIRA.
Não é coincidência, é a forma suja dos partidos dos adversários pobres de espírito, enxovalhar as pessoas para atingirem os seus fins.
ResponderEliminarAinda vão arranjar mais uns pintelhos para o denegrir.
Abílio Costa.
ResponderEliminarSerá que o Porto canal vai dar a noticia sobre o "novo arguido" que vem no JN de hoje ou vai calar como a "intoxicaçao social" centralista ??