18 julho, 2017

História de uma amiga, e o rosto do Estado


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É preciso ter uma grande  capacidade de observação, e sobretudo memória, para se firmar uma opinião. O seu prazo de validade depende de muitos factores, consoante o objecto da mesma. Seja ele qual fôr, pessoal, político, colectivo ou social, tudo depende da vontade e do tempo que gastamos a corrigir as asneiras que fazemos. Vale isto por dizer que a opinião que tenho sobre os serviços públicos é péssima, que nem o 25 de Abril, nem a Internet ajudaram a melhorar. 

Sosseguem, que não vou massacrar-vos com a desgraça de Pedrógão, das 64 vítimas de políticas homicídas, porque já bastam as televisões para a explorar, vou falar de outras 'banalidades'... 

Se vos contar que tenho uma amiga que esteve 9 anos sem receber o Certificado de Matrícula do seu veículo após ter pago a transferência de propriedade na Conservatória do Registo Automóvel, talvez não acreditem, mas é a mais pura verdade. Se acrescentar que essa amiga deixou de reclamar a entrega desse Certificado por se ter cansado de contactos e cartas sem resposta e porque nem a Polícia o reclamava nas operações Stop contentando-se com a mostragem do Comprovativo da Transferência, talvez entendam melhor. 

Entretanto, os anos foram passando com as respectivas inspecções periódicas, sem nunca a chatearam por apresentar apenas o Comprovativo. Eis senão quando, ao fim de 9 anos numa inspecção rotineira, a mesma empresa de inspecção decidiu fazer birra e vetá-la por falta do Certificado de Matrícula! Escusado será dizer em que estado ficou a moça. Disse-lhes aquilo que qualquer um de nós diria. Protestou, perguntou-lhes porquê só agora, e não antes? Nada adiantou. 

Impotente, a miúda acabou por voltar à carga com nova reclamação junto da Conservatória. Qual não foi o seu espanto quando recebeu um mail de uma Conservatória do Porto informando que o Certificado de Matrícula se encontrava lá e que lhes tinha sido enviado pela Polícia!  Como pela Polícia, se nunca tinha chegado às mãos da proprietária? Lá foi ela à Conservatória para obter finalmente o que tinha pago há 9 anos, sem um único pedido de desculpas por não se dignarem contactar com ela antes! Preferiram mantê-lo arquivado na Conservatória! A proprietária que adivinhasse! 

São estes os nossos fantásticos serviços públicos o espelho fiel da verborreia política! Habituados a receber antecipadamente, sem concluirem  o serviço que o justifica! 

E, não me venham com tretas, continua a ser este o comportamento típico dos funcionários públicos. Mal se apanham com uma farda, ou atrás de um balcão do Estado sentem-se importantes, com poder sobre os outros e não resistem a exibí-lo da forma mais grosseira e antipática que podem. Portugal é muito mais isto, do que os beijinhos e abraços de Marcelo pretendem camuflar... É pena, não ser ele a resolver problemas como os da minha amiga, e de todos nós. Com simpatia, e competência talvez Portugal chegasse a ser um genuíno Estado de Direito.




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