04 agosto, 2017

"Continuamos a fingir que está tudo bem, é isso?"


Foi com estas palavras que Pedro Marques Lopes terminou o seu artigo habitual no jornal A Bola (li-o na blogosfera). Se o contexto fosse outro, se esta singela expressão estivesse relacionada com arrufos entre clubes, fruto das típicas rivalidades, ou por causa de uma ocasional má arbitragem, não vinha daí mal ao mundo. O caso, é outro. Trata-se de assuntos demasiado graves, da demissão pública do poder político pelo cumprimento da Lei. É o Estado, representado por um secretário de Estado, a fugir às suas obrigações, e a dar um péssimo exemplo aos cidadãos. Não é isso que reza na Constituição. Ora, como é sabido, trata-se de Luís Filipe Vieira, das suas vigarices, e da flagrante cumplicidade entre ele e várias figuras públicas com altas responsabilidades políticas!  

Considero portanto ser já altura de não nos ficarmos pelas denúncias, porque embora louvável, é assunto das autoridades [e dos jornalistas] depois de apuradas as investigações. Além de outras denúncias que possam vir a ser apresentadas, é imperioso acelerar a nossa indignação junto das figuras mais representativas do país e desafiá-las a provar-nos que a lei é mesmo para ser cumprida, sem excepções. E provar, nunca poderá passar por fechar os olhos [e refazer a lei] se o infractor fôr persona grata ao poder. Foi exactamente isso que fez o Secretário de Estado do Desporto, que para todos os efeitos se auto-desautorizou perante o governo e país ao irrelevar a lei permitindo a realização do próximo jogo na Luz entre o Benfica e o Braga! O 1º. Ministro devia tê-lo demitido, e não o fez. Perdeu uma boa oportunidade para atenuar os efeitos negativo dos incêndios, provando ao país [e não a um clube de futebol corruptor] que não se inclui no grupo imenso e pluri-partidário de cartilheiros.

Não gosto mesmo nada de continuar a ouvir este tipo de expressões simplórias como a de Pedro Marques Lopes. É demasiado suave face à gravidade do(s) caso(s). Não estamos a lidar com birras de crianças nem temos de a elas reagir como paizinhos "tolerantes".  Pedro Marques Lopes é um grande portista e nem sequer é isso que está em causa. Gosto das suas opiniões e da sua maneira de ser, mas este discurso assertivo parece-me demasiado tolerante e nada condiz com as exigências que tanto ele como todos os portistas fazemos aos nossos jogadores. Garra e valentia não é deixar a bola ao adversário só porque jogou com a mão, ou nos fez uma careta... Dizer-lhe: "ó pá, jogaste a bola com a mão, é assim?", não é grave, mas é pouco natural.

O caso Vieira/Benfica/Cartilheiros, envolve ocorrências da maior gravidade, exige outro tratamento, outra reacção da nossa parte. Mais duro, mais categórico. Senão, ninguém nos leva a sério, e vão continuar a olhar para nós com a soberba descrita aqui abaixo pelo senhor Embaixador...

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