11 setembro, 2017

O vídeo e o árbitro: um casamento à experiência

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Manuel Luís Mendes
O treinador do FC Porto pôs o dedo na ferida: a implementação do vídeo na análise dos lances de futebol está, para já, a padecer de uma das maiores doenças da arbitragem, ou seja, de uma alarmante e perigosa falta de critério!

Porque, repita-se pela enésima vez, só a uniformidade de critério confere à competição, credibilidade, confiança, neutralidade e igualdade competitiva.
Se assim não for, as explicações que a Federação procura dar será sempre um embuste para o seu Conselho de Arbitragem (CA) mostrar que há transparência onde, efetivamente, não há!
Um exemplo: o CA divulgou o diálogo entre o VAR (Verdade Atropelada Regularmente…) e o árbitro do jogo onde se nota que este manda aquele suspender a decisão de validar um golo que dava o empate ao Portimonense, em casa do Benfica, pois houve fora-de-jogo , logo irregularidade, no golo da referida igualdade.
Até aqui, tudo bem. O problema, a polémica e as dúvidas de imparcialidade vêm a seguir!
Realmente, no primeiro golo dos benfiquistas, há unanimidade, entre os comentadores especializados, sobre o erro da decisão arbitral, ao assinalar uma grande penalidade, após simulação de um jogador da casa. Então, se assim foi, por que motivo o agora expedito VAR não usou o mesmo critério e mandou suspender o julgamento errado do árbitro Gonçalo?
Não se sabe, mas estranha-se…E daí o lógico levantar de suspeições e arbitrariedades. E por que razão, então, neste caso, já não foi revelada qualquer troca de palavras entre o Gonçalo e o Fábio que era o assistente do juiz, no visionamento?
Não haja medo nem pudor, a única resposta possível é ter havido uma atuação parcial por parte de quem deveria ser isento!
Com mais rigor: o critério existente não é o de defender o espetáculo e a chamada verdade desportiva, mas, sim, o de proteger um clube em detrimento de outro ou de outros… A isto chama-se ausência total de critério !
Por isso, a transparência e o esclarecimento só existem para as situações que podem favorecer os federativos e não para aquelas que podem afetar a sua neutralidade.
Nesta medida, se localizam as preocupações do técnico Sérgio Conceição que alega que a sua equipa já viu quatro penalties serem “esquecidos” pela dupla árbitro de campo e vídeo-assistente.
Logo, se se pretende conferir seriedade e distanciamento à competição, há que ser coerente e não escolher, de forma unilateral, os lances mais polémicos e bem ajuizados para mostrar uma razão que só existe nas suas mentes e não na opinião pública. A não ser que se confunda esta com a de um clube, apenas…
Se não houver a intenção de dignificar, de uma vez por todas, a modalidade que reina em Portugal, então só nos resta entoar a célebre canção francesa de Dalida: ” Palavras, palavras, apenas palavras…”
[Porto24]

2 comentários:

  1. O MANUEL LUIS MENDES era uma vozforte do Jn contra o centralismo futebolistico e parece me foi prejudicado na sua carreira por esse motivo.

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  2. Anónimo das 13.23

    Este polvo está no futebol e em todo lado neste país. O JN de certeza que é mais um ninho de alguns abutres que lá andam a mando do dono.
    Ainda estamos colonizados pelo poder centralista...

    Abílio Costa.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...