Dever cumprido |
O meu receio, antes deste jogo, era saber se o estado anímico dos jogadores portistas estaria suficientemente recuperado da derrota em casa na Champions. Pouco tempo depois de começar o jogo de Vila do Conde, percebeu-se que não ia ser fácil a tarefa da equipa, tal era a confusão do futebol praticado.
Um dos aspectos que mais me entusiasmaram nos jogos da pré-época, e nos primeiros do campeonato, foi Sérgio Conceição ter-se decidido por habituar a equipa a pressionar alto (e bem), povoando a área da baliza adversária com vários jogadores aumentando assim as oportunidades de golo, o que era coisa complicada (e tardia) de acontecer, sobretudo nas 1ªs. partes, com NES.
Só que, como sabemos, este tipo de jogo tem um inconveniente: exige dos jogadores um desgaste físico e uma concentração muito grandes quando há perda de bola, promovendo contra-ataques perigosos à equipa contrária. Compreende-se assim que Sérgio Conceição tenha corrigido posições, mantendo a equipa mais distante da primeira linha adversária, acautelando essa possibilidade, mas também facultando-lhes mais oportunidades para pensarem melhor o seu futebol.
Depois, há um outro factor que não devemos menosprezar, que é o perfil técnico, físico e psicológico de alguns jogadores do plantel, pouco homogéneo e ainda com resquícios de "medos" de épocas recentes passíveis de deixar o pânico instalar-se aos primeiros reveses.
Nesta caso, entra também o perfil individual de cada elemento. Alguns há, que de repente parecem entrar em negação, cometendo asneiras infantis nos momentos menos indicados, mesmo depois de se terem exibido superiormente. Claro que tudo tem a ver também com a qualidade específica de cada jogador, mas o contágio negativo é sempre mais fácil de contrariar que o positivo, porque exige menos deles.
Nesta caso, entra também o perfil individual de cada elemento. Alguns há, que de repente parecem entrar em negação, cometendo asneiras infantis nos momentos menos indicados, mesmo depois de se terem exibido superiormente. Claro que tudo tem a ver também com a qualidade específica de cada jogador, mas o contágio negativo é sempre mais fácil de contrariar que o positivo, porque exige menos deles.
Aqui chegado, considero que a tarefa mais dura de Sérgio Conceição, está em estabilizar psicologicamente a equipa, de forma a reagir positivamente às adversidades. Por outro lado - e aqui já vou entrar numa área que não domino - acho que devem também treinar os aspectos técnicos individuais de certos jogadores que ainda mostram uma certa imaturidade. Alguns deles (lamento dizê-lo mas isto são os meus olhos a falar), chutam mal e sem nenhuma convicção.
Sei bem que isto não é fácil, que cada um é como é, e que não se pode transformar um jogador mediano em craque, se ele não tiver vontade de evoluir. Mas esta época (e se calhar as vindouras), não temos outra alternativa. Se os jogadores que temos são estes, e se queremos vencer alguma coisa com eles, temos de os tornar mais competentes em todos os pontos de vista. Olhar bem, e com rapidez, antes de endossar a bola, quer seja para passar, cruzar ou rematar. Habituá-los a criar rotinas com rápidos coups d'oeils à sua volta, evitando desarmes inesperados nas costas que podem ser fatais, e corrigir-lhes as posturas erradas.
Num plantel recheado de atletas experientes e tecnicamente evoluídos, este aspecto do treino pode ser resolvido com as rotinas de treino habituais, mas com equipas que não disponham de jogadores desse nível, o modelo de treino específico atrás referido deve ser intensificado com a regularidade necessária, conforme cada caso.
Sei bem que isto não é fácil, que cada um é como é, e que não se pode transformar um jogador mediano em craque, se ele não tiver vontade de evoluir. Mas esta época (e se calhar as vindouras), não temos outra alternativa. Se os jogadores que temos são estes, e se queremos vencer alguma coisa com eles, temos de os tornar mais competentes em todos os pontos de vista. Olhar bem, e com rapidez, antes de endossar a bola, quer seja para passar, cruzar ou rematar. Habituá-los a criar rotinas com rápidos coups d'oeils à sua volta, evitando desarmes inesperados nas costas que podem ser fatais, e corrigir-lhes as posturas erradas.
Num plantel recheado de atletas experientes e tecnicamente evoluídos, este aspecto do treino pode ser resolvido com as rotinas de treino habituais, mas com equipas que não disponham de jogadores desse nível, o modelo de treino específico atrás referido deve ser intensificado com a regularidade necessária, conforme cada caso.
Eu treinador de bancada, falo e argumento, baseado no que vejo. Talvez por saber que não temos o melhor plantel do mundo e que não há dinheiro nos cofres do FCPorto (não me refiro aos dos dirigentes, nem assessores) para ir comprar outros, só posso apresentar sugestões.
Há quem nem isso saiba fazer. Há quem só saiba exigir, mas não às pessoas certas, e as pessoas certas ainda estão dentro do clube. Por último, aqui deixo a minha declaração de interesses (imateriais): nada é definitivo, tudo se pode reinventar. Até no futebol.
Há quem nem isso saiba fazer. Há quem só saiba exigir, mas não às pessoas certas, e as pessoas certas ainda estão dentro do clube. Por último, aqui deixo a minha declaração de interesses (imateriais): nada é definitivo, tudo se pode reinventar. Até no futebol.
Uma primeira parte pouco conseguida a segunda muito melhor.
ResponderEliminarGostei uma vez mais de Marega, embora, se posicione muitas vezes no fora de jogo.
Apesar de não ser uma opera, também não foi musica pimba.
vitoria justíssima perante um adversário com qualidade.
Abílio Costa.
Abílio,
ResponderEliminara justiça da victória é indiscutivel. Agora, se queremos fazer alguma coisa e ganhar dinheiro na Champions, temos de ser mais assertivos em todos os aspectos. Caso contrário, vamos continuar "tesos" e sem recursos financeiros para contratar jogadores melhores (desde que a SAD esteja para aí virada, claro)...