15 novembro, 2017

Benfica, fica mal e porcamente! E o Estado, também!


Não tenho filiação partidária, tenho sim uma simpatia quase endémica por concepções políticas de esquerda. Melhor falando, por doutrinas verdadeiramente humanistas, que não é bem a mesma coisa. Os extintos países comunistas da Europa, colapsaram pela forma pidesca como combateram e perseguiram os opositores do regime,  hipotecando a componente humana da doutrina. Esse, foi talvez o calcanhar de Aquiles de todos os regimes comunistas, e continuará a ser, caso não tenham capacidade para os reinventar. Mesmo assim, derrubados que foram os muros com os países capitalistas, hoje, não são mais felizes do que antes. Na própria Rússia de Putin, há uma grande comunidade de comunistas que já estão arrependidos pelo fim do regime anterior, mesmo os que lhes reconhecem falhas.

Desprezo o capitalismo selvagem das sociedades contemporâneas, e jamais as defenderei como paradigma de sociedade. São sistemas corruptos por natureza, e corruptíveis por contágio. É a certeza da vida que mais se aproxima da certeza da morte, nem sequer é um efeito colateral.  O fenómeno Bilderberg ganha cada vez mais pragmatismo, ainda que poucos se apercebam da sua monstruosidade para a o homem. José Saramago bem dizia: "Não são os políticos os que governam o mundo. Os lugares de poder, além de serem supranacionais, multinacionais, são invisíveis".

Enquanto outros ventos não chegam, e a própria União Europeia não se mostra interessada em fugir destas tentações, que mais a tornam uma cúmplice da "bilderberguização" global, do que vítima, já me contentava em viver num regime capitalista moderado, do tipo escandinavo. A Escandinávia é seguramente a única região do planeta onde as populações menos motivos têm para se envergonhar, enquanto tal. Como sistemas capitalistas que são, sujeitam-se aos consequentes surtos de corrupção, só com uma sintomática diferença por comparação com Portugal, são poucos, e quando detectados, pagam contas à Justiça.

Em Portugal, ou expressando-me melhor, em Lisboa, cultiva-se e protege-se a corrupção. Em Lisboa, governantes, partidos-políticos e comunicação social, orgulham-se de serem cúmplices de um clube de futebol com claques ilegais e assassinas. Sim, assassinas! Não, não estou a delirar, é verdade!

Chama-se: Sport Lisboa e Benfica.   

8 comentários:

  1. Você foi lapidar, caro Rui Valente. Análise perfeita e realista do mundo, podre, em que vivemos.

    ResponderEliminar
  2. Boa noite Sr. Rui Valente

    Como eu gostava que Portugal tivesse um regime capitalista moderado, como os países escandinavos, onde imagino que os políticos respeitam o povo, e estes se respeitam uns aos outros.
    Da esquerda gostaria do humanismo que a mesma prometia, mas que com a viragem ao centro perdeu...

    Talvez um capitalismo humanista ajudasse a compor a sociedade, assim seremos um país que aos poucos perdeu estatuto, poder e talvez um dia, até a sua própria autonomia...

    Já o referi, não vivo no norte, vivo na beira baixa, mas muito me custa que a cidade do Porto não consiga ser uma espécie de contra poder relativamente a Lisboa, que não é mais que uma capital do império falido...

    Porque quanto menos força ou poder tem o resto do pais, mais Lisboa tem... E por consequência mais o clube do regime faz o que quer e como quer...

    Conte comigo para a petição.

    Abraço, Gil Lopes

    ResponderEliminar
  3. Caro Rui Valente,

    A protecção ao SLB faz parte do programa político desde os tempos do sr. Salazar. Assim, a cumplicidade com o SLB de todos os organismos do Estado e também de outros poderes que precisam dos favores dos governos, desde a CS, às empresas e aos bancos, não só está protegida como é apoiada pelo Estado.Na minha modesta opinião, e sem beliscar trabalho notável e corajoso de FJMarques, acho que a intervenção da SAD neste processo é fundamental para a reposição da normalidade da competição. Na verdade o tal polvo encarnado não se confina às estâncias desportivas, está enraizado no Estado e tem lá a sua cabeça. E quanto a isto só uma SAD com coragem e com uma estratégia de combate bem definida e sem estar comprometida com alguns pequenos é que poderia ser bem sucedida pois isto ultrapassa o plano e desportivo, é sobretudo político e é comum a todos os governos desde o salazarismo. Todos os Governos defendem uma política centralizadora e o SLB é um dos veículos da propaganda a favor da centralização, tal como no passado salazarista foi um dos instrumentos da propaganda colonialista. Como digo caro Rui Valente, acho que isto merecia um debate amplo entre portistas para que uma futura SAD ( porque nesta já não vejo energia para este combate ) possa vir a ser mais eficaz na luta ao tal polvo vermelho que não se fica só pelas "missas" e pelos "padres", a luta tem que ir mais acima: atingir com força o poder político.
    Aceite meu caro as minhas cordiais saudações. Jorge Monteiro.

    ResponderEliminar
  4. Caros amigos,

    a petição só dependerá dos portistas. Para já são poucos os que se dispõem a colaborar, como podem constatar aqui mesmo. De qualquer modo, agradeço-vos a solidariedade. Vamos aguardar mais uns dias...

    Um abraço a todos

    ResponderEliminar

  5. Caro Rui Valente,

    Quanto à petição também pode contar comigo. Cordiais saudações. Jorge Monteiro.

    ResponderEliminar
  6. Mundo Imundo.
    Acabou a Pide ficou o Nacional Benfiquismo e não à volta a dar, eles mandam neste país. As pessoas que foram eleitas para os lugares responsáveis para acabar castigando esta praga, de um Polvo Mafioso assassino, acovardam-se e assobiam para o lado. Tudo isto que se está passar é tão iminente que eu só posso chamar a esta gente que nada faz de chulos dos contribuintes.

    ResponderEliminar
  7. Os países escandinavos, de esquerda nada tem e ainda bem. Apenas e só aquilo que para mim é o modelo politico mais perfeito, dentro das imperfeições humanas; a social-democracia.
    Não a social-democracia do Sul europeu - onde o nosso PSD é exemplo flagrante - mas sim a social-democracia pela qual deu a vida Willy Brandt.
    É gratificante ver que um estado confia e acredita nos seus concidadãos, enquanto, por exemplo, o português, desconfia dos seus logo á nascença.
    Por isso digo que para mim não interessam os regimes politicos (democráticos, como é óbvio) que governem Portugal, se este país não levar a cabo uma profunda remodelação cultural. Dentro das suas diferenças partidárias, afinal acabam por ser todos iguais!

    ResponderEliminar
  8. Deacon Blue18/11/17, 11:55

    Bom dia Rui,

    Conte incondicionalmente comigo para a petiçao, como da outra vez!

    Abraço
    DB

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...