Imagem maléfica |
É um facto, que os portugueses de um modo geral ainda não perceberam a importância sócio-política dos seus direitos de cidadania.
Somos mais sensíveis à solidariedade, quando acontecem catástrofes, do que com as causas de cariz político. E não estou bem certo se essa aparente solidariedade é mesmo uma expressão sincera, ou se não passa de manifestações vaidosas com carências de protagonismo na expectativa que as televisões os tornem famosos. É mais comum que as pessoas generosas sejam discretas, e não gostem muito de palco.
Somos mais sensíveis à solidariedade, quando acontecem catástrofes, do que com as causas de cariz político. E não estou bem certo se essa aparente solidariedade é mesmo uma expressão sincera, ou se não passa de manifestações vaidosas com carências de protagonismo na expectativa que as televisões os tornem famosos. É mais comum que as pessoas generosas sejam discretas, e não gostem muito de palco.
No que respeita a hábitos de cidadania os portugueses só quase se mobilizam com greves e por motivos salariais. Mesmo assim, fazem-no a reboque dos sindicatos, alguns deles sem terem as respectivas cotas em dia... Até nos assuntos que mais os apaixonam, como é o caso do futebol, preferem empurrar os outros para resolver problemas que são de todos, e mesmo assim não deixam de criticar quem tenta fazer alguma coisa. Tudo isto frequentemente, no anonimato. Somos assim. Muito exigentes, mas pouco cooperantes.
Inevitavelmente, o futebol também sofre dess praga. A história do FCPorto é um paradigma de luta desigual, contra a descriminação centralista da capital, mas também de alguns portuenses e nortenhos, que estúpida e traiçoeiramente, fazem côro com ela. Independentemente de serem portistas, ou não, traem a cidade onde vivem e nasceram, permitindo o desvio permanente de recursos e verbas para a capital, empobrecendo a região, esvaziando com isso o acesso a empregos e negócios aos seus próprios filhos e familiares.
Mas, o problema dos portuenses não se limita a isso, deve-se também à inércia das chamadas elites, que conquanto tenham razões para gozar desse estatuto, não têm sabido usá-lo para ajudar a cidade e a região tanto quanto podiam. Temos reputados reitores universitários, desportistas, bons colégios, cientistas, empresários, artistas, arquitectos, médicos especialistas, gestores hospitalares, e no entanto não temos massa crítica. Ouvimo-los, e lemo-los de modo avulso, a tecer comentários tímidos sobre o centralismo, mas nem o Porto Canal foi capaz de promover debates alargados sobre a matéria agregando essas pessoas no mesmo objectivo para consolidar massa crítica. O Porto Canal, e o seu infantil director-geral, parece contentar-se com visitantes lisboetas que nunca ninguém ouviu, ou viu defender o Porto, a juntar todos esses portuenses na mesma causa.
Assim, vai ser complicado acabar com o centralismo. Quanto mais frágeis nos mostrarmos, mais Terreiro do Paço vamos ter de suportar nas nossas vidas, com os efeitos altamente perversos que isso implica. A timidez revelada pela administração do FCPorto com as vigarices inomináveis do Benfica, é um sintoma de fragilidade angustiante incompreensível. Tão óbvio, que os próprios criminosos (a tribo benfiquista) dela procuram tirar partido, ensaiando todo o tipo de ataques e ofensas ao FCPorto como se fosse este o autor das suas próprias ilegalidades.
Sentem-se assim à vontade, porque, até ao momento, os dirigentes portistas não souberam estar à altura para defender o clube como ele merece. E veremos se não vamos pagar caro tanta passividade (que é o adjectivo mais brando que se pode aplicar)...
Sentem-se assim à vontade, porque, até ao momento, os dirigentes portistas não souberam estar à altura para defender o clube como ele merece. E veremos se não vamos pagar caro tanta passividade (que é o adjectivo mais brando que se pode aplicar)...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...