Tudo o que é ilimitado, na minha opinião é um erro. Até o amor, o sentimento mais belo da humanidade. Por quê? É simples. A tendência dos excessos abrevia a durabilidade e tende a vulgarizar o seu valor. Pode-me ter escapado alguma coisa, mas não devo estar enganado.
Dentro deste conceito, muito na moda, incluo a Liberdade, aquela liberdade que para muitos só é autentica se for absoluta. Tento compreendê-los, sem sucesso, mas tentarei explicar porquê, apresentando alguns paradigmas.
Recentemente deu-se um caso bizarro no Museu de Arte Moderna do Porto que originou alguma polémica. A exposição exibia quadros com fotos eróticas a puxar para o pornográfico, com homens e mulheres e homossexuais a fazerem sexo explícito. Veio-me logo ao espírito artistas como Picasso e outros mais antigos que também pintaram o nu ainda que de forma mais clássica e velada. Sem puritanismos hipócritas não me sinto à vontade para censurar os mais sensíveis. Porque não se trata disso, trata-se de precaver ocorrências incompatíveis com o conceito de liberdade de cada um. Houve quem defendesse a proibição a espectadores menores de 18 anos e outros a entrada livre a todos. Imaginemos agora que uma mãe ou um pai decidem assistir à exposição com filhos menores e se deparam com uma obra destas, teremos todos a certeza que se sentiriam confortáveis? Pessoalmente estou mais inclinado para responder que não. Ninguém morreria por isso mas convirá sempre lembrar que nem todos acham que vale tudo, mesmo que o sexo seja uma coisa natural, mas não necessariamente para ser exibido. Imaginem só que amanhã você sai com um dos seus filhos ou filhas, e depara com um casal heterossexual ou homossexual a fazerem sexo na rua, acham que é muito diferente? Esses casais podem pertencer aos grupos para os quais a liberdade é infinita. Um museu é um lugar de arte aberto ao público, mas um rua ainda é mais.
Agora pensem noutra situação. Uma situação que decerto vos incomoda e não tem nada a ver com sexo. A liberdade da comunicação social é de certeza, para os jornalistas, a mais importante, mas não é consensual, porque se me perguntarem a mim, considero a Liberdade da arte socialmente mais útil, com, ou sem nus.
Deixem-me que lhes pergunte: terá algum valor deontológico, ou moral, pegar na Liberdade que nos custou 44 anos de ditadura a conquistar, e permitir que gente ordinária, má, acusada de corrupção, e de todo o tipo de delinquências, usem os ecrãs de televisão, incluindo os do Estado, para acusarem, difamarem, prejudicarem e maltratarem pessoas e instituições sérias? Que serventia terá tal liberdade? Que contributo dará aos serviços da Justiça? E que dignidade poderá transmitir a quem a vê? Como gostava de saber...
Só tem uma resposta, ou melhor, tem duas respostas: liberdade absoluta só serve para ser adulterada, e para estimular o crime.
E com isso a democracia.
Não sei se aquilo é Arte ou mais uma exibição de pornografia talvez até seja as duas coisas, mas chegar ao cumulo de só ser autorizado a presença acima dos 18 anos fez-me logo lembrar os filmes pornográficos do cinema Sá da Bandeira.
ResponderEliminarAcho que aquela casa de Serralves merecia coisa muito melhor e não andar nas bocas do mundo pela negativa. Há que antes de fazer seja o que for pensar, para não ferir espíritos mais abertos e magoar outros sensíveis.
Abílio Costa.
ResponderEliminarÉ o que venho dizendo, tudo tem os seus limites, até a Liberdade.
Tenho a certeza que não há ninguém, (mesmo as pessoas mais vanguardistas), que não tenham pelo menos uma vez na vida, entrado em contradição com os seus exagerados conceitos de Liberdade. Só que não o confessam.
Caro Rui Valente...
ResponderEliminarCreio que em Serralves se confundiu libertinagem com liberdade!
Como creio que (infelizmente) vivemos tempos em que o homosexualismo é de herói e ser normal é... bastante anormal! A famosa sigla LBGT é mais conhecida e "respeitável" hoje em dia que a UNICEF, por incrivel que pareça!
A mim não me preocupa nada em que existam casais gays. O que me preocupa, irrita até, é que me queiram impor o seu distúrbio mental/sexual.
Talvez por isso é que nada é mais verdadeiro do que quando se afirma que a liberdade de um começa onde a de algum outro acaba!
ResponderEliminarDe acordo caro Felisberto!
nós homens, por mais liberais que procuremos ser, temos sempre alguns preconceitos com os gays. Mas não concordo que a homossexualidade seja uma questão opcional como agora de apregoa. Tenho muita dificuldade, por exemplo, em acreditar que um Homem que sempre tenha gostado de mulheres deixe de repente de gostar pra preferir os do mesmo sexo. É um direito, mas é um direito torto, contra-natura (passe o preconceito). Que vivam como entendam, mas que não queiram convencer os outros que não alinham nas suas preferências a seguir-lhes as "opções",
porque o sexo não é coisa de moda.
Abraço