26 outubro, 2018

A blogosfera é mais livre que a televisão


Os blogues têm vantagens que os mídia não têm; podem dizer o que pensam sem medo de melindrar a pessoa visada quando a critica, nem precisam de lhe dar graxa porque sim, ou porque gosta de cair em graça junto dos aficionados para não ferir susceptibilidades. Essa é a grande vantagens dos blogues em comparação com os órgãos de comunicação, talvez até a única. É no entanto uma vantagem que nem todos aproveitam, porque, por esta ou aquela razão, alguma coisa temem e não dizem.

Sucede que, quem partilhar da minha opinião, ou seja, quem não tiver papas na língua quando sentir vontade de as remeter ao destinatário, corre o risco de criar anti-corpos, mas vale a pena, porque ficará sempre de bem com a sua consciência.  

Sempre tive boa opinião do agora comentador Cândido Costa, e até gostava dele enquanto jogador, embora não tenha sido dos mais brilhantes. Agora, que o conheço como comentador, confesso que o acho um tanto falso modesto. Porque usa uma linguagem algo extravagante e até ridícula, para dizer o que pensa. Isto, mesmo que entretanto "peça desculpas", na eventualidade de ser mal interpretado. Para um ex-jogador de futebol não cai lá muito bem dizer que outro jogador fez uma jogada excelente antes mesmo deste a terminar, quando de facto não passou de uma intenção. Além de que interrompe muitas vezes os seus colegas de debate poucos minutos depois de ele próprio ter comentado. A uns, mais do que a outros. A Rita Moreira é a maior vítima... Os outros, toleram-lhe os excessos (e bem), mas de certeza que já o topam. Usa com frequência alguns adjectivos grotescos e desnecessariamente repetidos, o que, além de maçador, retira tempo de antena aos outros comentadores. Detesto quando usa expressões como "prepotente", "sanguinário", ou quando para dizer que percebe, repete tudo de seguida: percebo, compreendo, entendo, só para enrolar. 

O Cândido Costa até parece bom rapaz, mas é daquelas pessoas incapazes de dizer não a certos respeitáveis interlocutores. Excluindo o que atrás disse, tenho-o na conta de um tipo positivo, mas um tanto puxa-saco para o meu gosto. Pertence ao clube "É proibido criticar Pinto da Costa", ao grupo de portistas que são acríticos para dentro, e muito críticos só para o exterior. 

Essa, é uma forma sectária, e coxa, de exercer a liberdade. Além de que me parece profundamente injusto que outros ex-jogadores do FCPorto não tenham a gentileza de ser convidados pelo Porto Canal para fazer o que o Cândido Costa faz.  Até porque, ele está presente em quase todos os programas, o que parece resultar mais por conveniência que por competência.


1 comentário:

  1. Rui, já tinha dito isso uma vez num Blogue, Cândido Costa como comentador adjectiva demasiado as frases, floreia de mais para dizer tão pouco. Não é só ele, por exemplo o A. Perdigão da arbitragem fala tanto para dizer qualquer coisa de menos bom que se passou no jogo, não vão directos ao assunto. É claro, que tudo isto para quem está ouvir e a ver cansa...

    Abílio Costa.

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