21 novembro, 2018

Clubite e política não casam bem. A segunda, é a mais perigosa


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Fado-Futebol e Fátima

Portuenses e nortenhos, principais vítimas do centralismo, devíamos compreender que para vencermos esse maldito obstáculo não podemos mais permitir que as simpatias clubistas nos separem da nossa identidade territorial.

É uma infantilidade, diria mesmo um atestado de imbecilidade, que por gostarmos muito de um clube abdiquemos de gostar da terra onde nascemos, especialmente do ponto de vista político, já que afectivamente é algo natural. Natural sim, mas infelizmente incerto. Há quem ponha o clube acima da terra onde nasceu. Não vou por aí. Primeiro,  a minha cidade berço (o Porto) e imediatamente a seguir o FCPorto (o meu clube único). Isto não belisca em nada aqueles casos em que pessoas nascidas noutras terras,  que tenham vindo ainda jovens para o Porto a  sintam  como a sua cidade natal sem que tal impeça o afecto à terra onde efectivamente nasceram. Tenho o exemplo pessoal do meu pai, que  nasceu em Chaves e veio com os meus avós ainda criança para o Porto tornando-se um portuense e portista de gema sem ter deixado de gostar (e muito) de Chaves. 

Além de mais, acredito que havendo bom senso entre rivais podíamos conviver bem com isso. Isto é,
rivalidades à parte devíamos dar-nos todos bem.

Fui e sempre serei portista, mas nem por isso me senti inibido por um dia ter comprado  um cartão de sócio do Boavista (e do Estrela Vigorosa e Sport)  para jogar ténis. Por que havia de me sentir inibido?  Se o FCPorto não tinha ténis, fui para onde havia. O Boavista não é o meu clube mas é também um clube do Porto, agora se os seus adeptos não pensam assim, é um problema deles. Se simpatizam com clubes de Lisboa, algo não bate certo, porque foi no Porto e para os portuenses (e ingleses)  que o Boavista se criou. Estão a ver o que faz a rivalidade fanática? O que levará pessoas da mesma cidade a misturarem o que os divide  com o que os separa? Só  tenho uma resposta: a burrice.

Com o Sportig de Braga passa-se a mesma coisa. Eu gosto de Braga, mas não gosto nada da estupidez que levou tantos bracarenses a apoiarem o clube do(s) regime(s). Digo regimes, e não clube do regime, porque o actual não é verdadeiramente democrático...  As causas desta aberração podem vir de Fátima ou do Fado,  não importa, o facto é que acabaram por dar mais valor ao Benfica que ao Braga. Parece que as coisas agora estão a mudar, e ainda bem. Prefiro a rivalidade sadia com o Braga/Braga, que a abastardada Braga/Benfica. Isso não é rivalidade é prostituição clubista,é rendição. É centralismo burro.

Enquanto que esta gente não perceber que há coisas que não se devem misturar, que quem ganha com esta mistura patética é Lisboa, a capital do Centralismo, nunca mais sairemos desta situação. O Norte tem de se unir na política e manter uma rivalidade vigorosa no futebol. Uma coisa não invalida a outra. É tempo de todos perceberem que esta coisa fascisante do nacional benfiquismo é de persi uma ratoeira, uma grande vigarice. O Benfica que o diga. É claro que não há honestidade para tanto. O FCPorto e os portistas são as costas largas do clube mais vigarista do planeta, um pouco também por culpa de alguns clubes nortenhos. Chegou o momento de abrirem os olhos. 





3 comentários:

  1. Boa Tarde Rui Valente,

    uma das maiores imbecilidades deste país (maioria das pessoas que habitam neste país pequeno...) é pensarem que o inimigo é o vizinho, não conseguem ter a capacidade intelectual que o estrangulador é o centralismo, onde mora o clube dos abutres, que sabendo da mentalidade dos "provincianos", enfraquece-os para reinar. Só neste país é que existem pessoas nascidas em cidades a norte e a sul, e ficaram rendidas ao clube dos regimes e abutres. Em mais nenhum país acontece esta tragédia.

    costumo dizer, uma pessoa que nasceu no norte e é este que lhe paga,sentir atração pelo clube mais batoteiro (rivaliza com o Steua de Bucareste), da europa, tem de ser uma pessoa muita estúpida.

    um abraço.

    Manuel Cardoso

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  2. Boa tarde
    Manuel Cardoso!

    Por isso, e por outras razões, fui sempre apoiante do bairrismo moderno, porque sabia que enquanto houvesse bairristas, seria mais difícil cair nas ratoeiras centralistas.

    Espero que o conhecimento das golpadas benfiquistas acabe de vez com a treta do $civismo$ da capital.

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  3. Perigoso perigoso é mesmo misturar política e futebol, depois é aquilo que se está ver. Políticos, principalmente deputados e governantes que tenham as suas paixões clubistícas tudo bem, mas, enquanto exercerem funções no Estado vejam os jogos mas não têm nada que se imiscuir com o futebol e desporto em geral, façam unicamente cumprir as Leis seja a quem for e castigar se tiverem que castigar. Como muitos, o secretário de estado juventude e desporto é um mau exemplo, assim como muitos deputados da Nação andarem dentro dos clubes e comentar futebol. Se quiserem respeitar a democracia é assim que deveriam fazer...

    abílio costa.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...