Qual é a diferença? |
Não vale a pena fecharmos os olhos, e taparmos os ouvidos à realidade do país. É uma irresponsabilidade.
A história pode adulterar-se agora, mas é difícil de branquear com o decorrer dos tempos. Factos, são factos, negá-los é apenas a reacção cobarde de quem quer à viva força ocultá-los.
A história pode adulterar-se agora, mas é difícil de branquear com o decorrer dos tempos. Factos, são factos, negá-los é apenas a reacção cobarde de quem quer à viva força ocultá-los.
Não temos governantes, temos péssimos actores, com uma sórdida inclinação para a marginalidade. A justiça foi invadida por oportunistas, em vez de tonificada e privilegiada com homens dignos, e eticamente superiores. Nos tempos que correm, tal desiderato tornou-se numa utopia. Decididamente, ser juiz, hoje, é correr o risco de passar por um tipo suspeito, como um banqueiro, ou um político, por exemplo... Enfim, actividades outrora nobres são agora básicas, e completamente desprestigiadas.
Estamos a passar talvez uma das fases mais indecorosas da história contemporânea. Contrariamente ao que podíamos supor, a tecnologia da comunicação não nos tornou melhores cidadãos, mais civilizados, mais pacíficos. Actualmente, o carácter do individuo quase se eclipsou. A universalidade, transformou-nos em clones, e fez o mundo andar para trás. E que dizer da cultura?
Noventa por cento dos filmes americanos, que ocupam parte importante das nossas televisões e cinemas, apostam na violência ou no sexo, como se fossem almas gémeas. Um livro, como um filme, para serem culturalmente úteis têm de ser realistas, não devem fugir de factos. A ficção distrai, mas também ilude. Adulterá-los, ou deles fazer uma espécie de pastilha elástica, é a antítese da cultura.
E, por falar em cultura, talvez seja eu que me deixei ultrapassar pelos "novos" tempos, mas ainda não consegui perceber a obsessão dos americanos pela linguagem grosseira, agora tanto na moda. Em cada 3 palavras, uma tem de ser ordinária. As mulheres perderam em charme o que ganharam em vulgaridade. Os diálogos não conseguem completar uma frase sem lhe incluírem um fuck you, ou puxar o tema sexo completamente a despropósito. Fica-nos a ideia que, para eles, ainda existem preconceitos àcerca do sexo, e que só lhe juntando grandes palavrões se sentem realizados.
Já fui um admirador da América, hoje nada me diz, e o cinema que exportam para o mundo inteiro muito contribuiu para isso. O pior, é que estes hábitos perniciosos, e de baixo nível, estão a influenciar grande parte da humanidade. Portugal (como não podia deixar de ser), país vocacionado para a imitação rasca, agradece a pedagogia.
Já fui um admirador da América, hoje nada me diz, e o cinema que exportam para o mundo inteiro muito contribuiu para isso. O pior, é que estes hábitos perniciosos, e de baixo nível, estão a influenciar grande parte da humanidade. Portugal (como não podia deixar de ser), país vocacionado para a imitação rasca, agradece a pedagogia.
Ontem, curiosamente, vi um filme de um realizador italo-germano (Giullio Ricciarelli) que me fez lembrar uma grave ocorrência no nosso país, pouco diferente na brutalidade, mas semelhante no desfecho. O filme consistia em julgar os carrascos nazis de Auschwitz que serviram Hitler, da forma mais cruel que se pode imaginar. O julgamento executou-se numa época em que a Alemanha queria esquecer o passado da guerra que promoveram. Ocorreu em 1969 (mais ou menos), cerca de 50 anos após o fim da guerra. Entre a semelhança deste caso e o de Portugal do pós 25 de Abril, há um denominador comum: derrubadas as ditaduras (de Hitler e Salazar), na Alemanha os nazis ainda escaparam à Justiça, mas outros foram julgados e condenados. Em Portugal, alguns colaboradores da PIDE ainda estão em liberdade, deixando descendentes. Muitos deles escaparam ao castigo, e andam por aí (isto, não vos faz lembrar nada, agora?). Aqui, o crime compensa. É um facto, mas só para alguns...
Olho neles, amigos. As coisas não acontecem por acaso...
Muito Bom... Obrigado por publicar... ponderado, assertivo... nem mais... um abraço JPPCH
ResponderEliminarViva Rui,
ResponderEliminarChegou me aos ouvidos que o Rui Pinto terá dado a saber (ou algo parecido) que poderá por a boca no trombone se/quando for a julgamento revelando coisas graves.
Nao sei se teve conhecimento disto.
Será que o podem calar se ele quizer falar?
Eu ja nao digo nada...
Deacon Blue
Olá Deacon,
ResponderEliminarJá li isso mesmo no jornal. Ele sabe o que está a dizer. Aliás, se houve coisa que ele afirmou logo que tomou conhecimento da sua perseguição pelo Ministério Público, foi reçear que o matassem se viesse para Portugal, tendo em conta os crimes que ele conhecia provocados por gente "graúda"...
Aguardemos