Desagrada-me reconhecê-lo (porque também nasci aqui), mas os portugueses,talvez pela sua condição de país periférico, têem uma enorme dificuldade intelectual em aceitar o sucesso dos outros, compensando esse endémico complexo com mitos e má língua. É assim.
Mas isto, não pode ser confundido com o direito legítimo dos cidadãos à critica, quando tal se justifica. Nesse sentido, não é honesto negarmo-nos a nós mesmos esse parco direito, vis à vis o rumo desastroso que Portugal tem seguido.
Tendo recebido muitos subsídios, inerentes à adesão comunitária europeia, Portugal desbaratou (vá-se lá saber por quê...) tantos outros, realizando pelo caminho -obrigatoriamente - algumas obras públicas, mas na realidade nunca conseguiu, mesmo assim, produzir riqueza bastante com reflexos na qualidade de vida da população de forma equitativa e desconcentrada.
E é com base nestes factos que deve ser feita uma avaliação honesta sobre a realidade nacional. Portanto, não é correcto, a pretexto das auto-estradas (muitas delas mal concebidas e depois reconstruídas), das Expos e de outros empreendimentos do género, consolarmo-nos com esses " rebuçados", porque isso, era o mínimo que se podia fazer. Enfim, a União Europeia exigia contrapartidas justificativas para nos financiar, e como é óbvio, algo teria de ser feito.
Foi mais ou menos neste período, entre o pós 25 de Abril de 1974 e a adesão à Comunidade Europeia até aos dias de hoje, que o Porto, e o Norte em geral, se degradaram económica e socialmente, que emergiu uma instituição desportiva a remar contra essa corrente depressiva, chamada Futebol Clube do Porto e o seu mentor, Jorge Nuno Pinto da Costa.
A ascensão do clube da cidade Invicta foi-se tornando avassaladora, com êxitos nacionais e internacionais, mas rapidamente provocou mal estar na capital e particularmente no Benfica, clube até então habituado a ganhar quase tudo e a beneficiar de todo o tipo de apoios pelo anterior regime. Contudo, com a democracia nada se alterou na arbitrariedade de processos, e a desigualdade de tratamento até se acentuou nos últimos anos.
Impotentes para superar, pelas vias legais e competentes (campeonatos), o adversário nortenho, o regime centralista não se coibiu de promover todo o tipo de esquemas e cabalas para afectar o Futebol Clube do Porto. De programas televisivos (Os Donos da Bola, da SIC), onde participavam
indíviduos contratados para denegrir a imagem do clube, até à rádio e aos jornais desportivos, tudo foi feito para destruir o (sucesso do) clube.
Hoje, a campanha persecutória adensou-se ainda mais, com a invenção do "Processo Apito Dourado" cujo objectivo principal é, como toda agente já percebeu, a incriminação de Pinto da Costa, a todo o custo, embora travestido de regenerador de ética e transparência desportiva...
O senhor Procurador Geral da República, parece desorientado. De tal modo, que é ele próprio a dar sinais de vulnerabilidade com a aparente arbitrariedade das suas decisões. Na dúvida, transmite sistematicamente a confiança às equipas de investigação lisboetas, denegrindo por consequência, e sem nada que o justifique, a imagem dos seus pares portuenses.
Ninguém percebe, sem assombro nem suspeita, como é que, imediatamente após a demissão do Director da PJ Porto e posterior nomeação de um outro, sejamos logo bombardeados pelos media com a notícia de que este último levanta suspeitas à equipa de investigação lisboeta, por alegadamente, ter simpatias clubísticas com o Futebol Clube do Porto.
Tudo isto parece surreal, tudo isto parece uma brincadeira de crianças.
Por muito menos, os media centralistas arrasaram com a reputação dos antigos procuradores gerais. Tanto Cunha Rodrigues como Souto Moura não foram poupados à lupa impiedosa dos jornais e televisões.
Neste caso, o sistema pendura-se às cavalitas da comunicação social, e não faz mais do que branquear e apoiar as prestações medíocres do actual Procurador, e isso, cada vez se parece mais com uma cereja em cima do bolo anafado do Centralismo.
Resumindo: a fita tem de começar a ser lida ao contrário. Há pois que meditar muito bem, no quê e quem, urge de facto investigar.
Acabei de descobrir o Renovar o Porto num blog que costumo frequentar e quero dizer-lhe que subscrevo por inteiro este seu post,que está lá em comentário.
ResponderEliminarJá tenho,no meu blog,focado este assunto,que me parece de grande relevância.
Não aceito enquanto portuense e portista que me coloquem em cima o estigma de mau da fita.
Será que ser do F.C.Porto é crime?Será que quando a justiça só é séria, competente, capaz, quando toma decisões contra o F.C.Porto e os seus dirigentes? Veja-se o caso do Dr.Almeida Pereira e a campanha contra ele lançada?
UM abraço do dragaodoente.blogspot.com
Obrigado amigo. Volte sempre.
ResponderEliminarAbraço