Dentro em pouco, o Porto, como qualquer aldeola, poderá deixar de ter cinema alternativo, por inépcia da Câmara que se recusa a perceber que tem a ver com o assunto. A Câmara é que autoriza ou não as mudanças de ramo. E se isso de "cinema alternativo" é muito nebuloso para Rui Rio e para o seu vereador da cultura ( há? quem é?), mesmo em relação ao mais comercial-xunga o Porto poderá ficar apenas com as salas junto ao Dragão, uma vez que todas as da Baixa feneceram com as grandes políticas de revitalização desta coligação de direita no poder camarário.
Olhem o que seria se não fosse a centralidade do Dragão que, por sua vez, nunca existiria se Rui Rio estivesse à frente da cidade há mais tempo.
A verdade é que se acabarem as 4 salas da Medeia na Boavista, onde os portuenses podem ver cinema de qualidade, na maioria de origem europeia, o Porto que ainda há pouco era um centro de cultura mundialmente conhecido poderá passar para o nível das cidades mais desertificadas culturalmente, feitas as contas, ao nível do terceiro-mundo.
É claro que o cinema alternativo, como toda a cultura, ao contrário dos espectáculos meramente comerciais como os do La Féria que deviam pagar e bem pago a utilização dos espaços públicos, tem de ser apoiado pelas instâncias estatais centrais, regionais (se as houvesse) e municipais, caso contrário não consegue sustentar-se, nem no Porto, nem em Paris, nem em parte nenhuma, toda a gente sabe porquê.
Esperemos que o PSD e os outros partidos da Oposição levantem a questão na Câmara e forcem-na a proibir a injustificada mudança de ramo que afastará, aliás, do centro comercial uma boa parte de clientes que lá vão fazer o circuito cinema-livraria.
Esperemos também que os outros comerciantes do centro percebam o que está em jogo.
(De Pedro Baptista)
Renovar o Porto
É incontornável. Rui Rio vai mesmo ficar na história do Porto, pelos piores motivos. Nem a fama de seriedade com que foi levianamente rotulado pelos seus seguidores, o livram de outra fama bem mais realista e concreta que resulta do facto de se ter transformado na "persona non grata" mais famosa dos portuenses de "couer".
Dos outros, dos portuenses de circunstância, dos ultra-leves, dos "cosmopolitas" serviçais de Lisboa, talvez não seja assim.
Mas esses, como Rui Rio, não contam, porque já muitos perceberam que em lugar de servirem o Porto, ocuparam as suas vidas a servir-se dele, em proveito próprio. Prejudicando-o e prejudicando o seu povo.
21 abril, 2008
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