Insisto. Só quem viver com os pés na terra e a cabeça noutro planeta qualquer, é que ainda acredita (isto, se for daqueles que algum dia acreditou), que não se pode misturar o futebol com a política. O princípio até podia ser recomendável se nã fosse completamente surrrealista, mas é.
Cada vez me convenço mais que, em Portugal (como me custa agora, pronunciar este nome) o futebol tem servido para encobrir muita tramóia, muito oportunismo, muita projecção pessoal dos próprios profissionais da política. Se compararmos bem os escândalos financeiros do futebol com os da política e até do resto da sociedade, chegaremos à conclusão que estão longe de ser os mais expressivos em termos de prejuízo para o erário público.
O post anterior é uma excelente amostra para percebermos ao ponto a que chegou a noção de país neste rincão pobre e remoto da Europa mais civilizada. Um cineasta da capital, sem qualquer expressão internacional e mediocremente sucedido no país profundo, chegou a ponto de pensar que a credibilidade de uma notícia podia ser considerada séria mesmo quando oriunda das fontes mais suspeitas que possamos imaginar. Porque, para ele, ser juíz em causa própria é um acto de honestidade!
Vejam bem como estas mentalidades coincidem com as dos próprios mídia e fazedores de opinião de Lisboa que já mal utilizam o nome do país quando aparentemente a ele se referem, e que, sem o mínimo sinal de respeito falam dos interesses da capital como se fossem os interesses do país (apesar de tudo) real.
Quando vejo Sócrates a falar ao "país" com aquele porte de falso vencedor, com um sarcástico otpimismo completamente deslocado da realidade, a apontar o dedo afirmativo de uma competência que não tem, dá-me vontade de trepar pelas paredes...
Este homem não vive aqui, não levanta o rabinho de Lisboa, trabalha apenas e só para ela e anda a fazer de nós portuenses uma tribo de pacóvios.
Bem piores do que ele, são os lambe-botas do burgo, esses burgueses interesseiros e medrosos que sem relevância genuína vivem submissamente colados ao poder para se projectarem. São os piores inimigos do Porto. Os internos, aqueles que tudo continuam a fazer para emperrar o nosso desenvolvimento a nossa autonomia regional. Os que pactuam com esta humilhação. Calam-se, escondem-se, vivem arredados das carências do povo e quando falam dele, fingem vê-lo na sua própria imagem para melhor conviverem com a falsidade.
Como abutres, saem das escarpas das montanhas e voam apenas quando lhes cheira a cadáver, quando o trabalho de sapa foi feito por outros e candidatam-se ao poder mesmo sabendo que ninguém do povo os conhece.
Não será este cenário afinal, o que está neste preciso momento por detrás da demissão deLuís Filipe Menezes? É ou não é? Quem é Aguiar Branco? Que expressão pública tem este homem? O pouco que se sabe, é que é advogado e amigo de Rui Rio (o que não é bom presságio, note-se). Quem estará disponível agora para ouvir (se chegar a candidatar-se ao poleiro do PSD) este homem que, não mexeu até agora uma palha para tornar públicas as suas ideias em relação ao Porto e ao país (se é que as tem), que se manteve na penumbra impávido e sereno (como Rui Rio) face a estas arbitrariedades infligidas à nossa cidade? O que podemos nós esperar de personagem tão vulgar?
Eu só gostava de saber, é se vendo o que está bem à vista de todos (excepto, claro, os da teta partidária) haverá alguém que ainda se disporá a depositar um voto de confiança nesta gente e a acreditar na solenidade de qualquer acto eleitoral com protagonistas desta categoria!
Eu não serei seguramente. Quero demais ao meu país para me tornar mais um cumplíce da sua destruição.
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