19 setembro, 2008

NÃO RESISTO A PUBLICAR...

Nunca sofri de um ataque de priapismo puro e duro, daqueles que duram 36 horas (ou até mais), como o que ocorrido num episódio recente da série Serviço de Urgência, da Fox, em que as simpáticas enfermeiras tiveram de administrar duas injecções na base do pénis do paciente para conseguirem derrubar a teimosa erecção que o atormentava.

O pior que me acontece neste particular são episódicos mini-ataques de priapismo nocturno que se revelam bastante incómodos quando coincidem com uma irreprimível vontade de satisfazer as minhas necessidades fisiológicas de carácter líquido.

Não é preciso ser-se um iniciado nas artes do tiro curvo e do tiro tenso (o que, por acaso, eu sou, já que a minha especialidade na tropa foi Anti-Carro e Morteiro Médio) para se perceber que é completamente impossível acertar com a urina dentro da sanita se o pénis está erecto.

A alternativa de fazer xixi como as senhoras, ou seja sentado, é um exercício doloroso e desprovido de resultados práticos já que pénis está num ângulo superior a 90 graus com o chão e não está no seu estado flexível pelo que é impossível acomodá-lo dentro da sanita.

O que fazer nestas circunstâncias? Caso se trate de pequenos ataques, não é necessário recorrer à Urgência do Hospital. Pense em coisas desagradáveis (como por exemplo, rim grelhado ao pequeno almoço) ou ligue o televisor e fique a ver um canal de vendas. Se não passar, vista o roupão e vá aliviar-se ao ar livre (hipótese particularmente recomendada se morar perto de um bosque) rezando para não encontrar no elevador uma vizinha feia que pode achar que você ficou assim entusiasmado por a ver. Ou então use o método de Robert de Niro em «O Touro Enraivecido» - encha um «frappé» e despeje o gelo sobre as suas partes. Vai ver que resulta.
(De Jorge Fiel)


PS. No Verão de 2006, a revista Única publicou um conjunto de pequenas crónicas sobre as minhas doenças. A série foi interrompida na 13ª crónica, dedicada ao meteorismo, que não chegou a ser impressa, por decisão superior. Ao arrumar os ficheiros no meu computador dei de caras com estes textos e achei por bem republicá-los, na vã esperança de que alguém se divirta com as minhas desgraças. Ponham-se a pau, porque aí vão eles.

1 comentário:

  1. Peço desculpa ao comentador deste post por não ter publicado o seu comentário. Involuntariamente, devo tê-lo anulado, pelo que,se assim o entender - proponho a colagem de um outro comentário.

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