Aqui há uns meses escrevi um post que continha a tabela acima. Com ela eu pretendia demonstrar que a Região Norte não ganha nada, antes pelo contrário, em estar agregada ao estado português. Somos a região mais pobre e no entanto, nas contas do deve e haver com o estado, acabamos a perder. E não é pouco: cerca de 100 euros por habitante. Estes valores, principalmente o rendimento disponível, são muito mais importantes que o PIB per capita porque representam o que na realidade as famílias têm para gastar.
O Eurostat veio em meu socorro e confirma os dados que apresentei. A imagem acima representa a diferença entre o rendimento primário e o rendimento disponível em algumas regiões da União Europeia. Como podemos verificar, apenas as regiões Centro e Alentejo dispõem de um rendimento disponível superior ao seu rendimento primário. A Região Norte, apesar de ser a mais pobre (em valores per capita), cujo rendimento primário - que resulta do seu próprio trabalho ou dos seus investimentos - é cerca de 30% do rendimento nacional, nada ganha com a redistribuição efectuada pelo estado. Aquilo que ela paga em impostos e contribuições sociais é superior ao que recebe de volta. É paradoxal, contrário aos princípios do estado social, da solidariedade e redistribuição de riqueza, mas é um facto. E não parece que se vá alterar.
Ao contrário do que muitos gostam de propalar, a Região Norte não recebe nada da Região de Lisboa nem de qualquer outra. Sustenta-se a si própria e ainda ajuda a sustentar o estado (que reside em Lisboa). Cada um que tire as ilações que quiser.
Aqui está mais um belo outdoor.
ResponderEliminarE mais uma prova da importância dos transaccionáveis - não é com o sector financeiro ou com os serviços às empresas que geramos a riqueza mal distribuída.
Sugiro que o mote da reunião de amanhã contenha esta questão que deverá ser dirigida às autoridades "nacionais":
ResponderEliminaro que é que o Estado português quer e espera do Porto?
a questão é outra. a base da criação de riqueza está, obviamente, nos bens e serviços transacionáveis internacionalmente. o problema é que as empresas, a economia, tb precisa de serviços financeiros e serviços de alto valor acrescentado como marketing, publicidade, informática, etc. essa indústria tb tem q ser desenvolvida a norte para que os recursos não sejam drenados para outras regiões onde existam. o problema português é que as empresas/entidades grandes consumidoras desses serviços (estado, edp, pt, bancos, etc.) estão todas em lisboa. logo, as empresas e profissionais do ramo migram para lá.
ResponderEliminarP.S. estas reuniões à sexta feira é q não me dão jeito nenhum. tenho q estar em Braga até tarde.
Entretanto o grupo das reuniões vai ficando melhor delineado, pelo que podemos começar a ser mais flexíveis. O António seria sem dúvida uma presença importante.
ResponderEliminar